"Tiro no pé"
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/04/11
Pressionado pelo DEM e por tucanos próximos a Geraldo Alckmin a deixar a Secretaria de Desenvolvimento, Guilherme Afif diz considerar esse movimento "um tiro no pé do governo" de São Paulo, com dano potencial para programas-vitrine como o "Via Rápida do Emprego". "Sou o vice e, portanto, sócio do governador no seu sucesso." Pronto para co-fundar o PSD de Gilberto Kassab, Afif admite desconforto, que atribui a uma "onda política paralela", mas descarta a possibilidade de entregar o cargo de secretário.
Sob sua tutela está toda a rede de escolas técnicas e até a universidade virtual paulista. "Tenho conversado sempre com o governador. É a ele que me reporto."
Mãos postas Na noite de quinta, Afif repetiu a Alckmin juras de fidelidade ao projeto político do tucano em 2012 e 2014. Afirmou ainda que em sua secretaria os cargos foram preenchidos por critérios "técnicos". Tucanos se queixam especialmente do adjunto, Pedro Jehá, unha e carne com Kassab.
Aquecimento Na hipótese de saída de Afif, o nome mais cotado para substituí-lo é o do atual secretário de Desenvolvimento Social, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). O DEM seria abrigado em outro posto da administração.
Juntos... Em seu esforço para permanecer, Afif conta com a torcida de José Serra.
...chegaremos lá O ex-governador também está atuando como bombeiro na eleição, marcada para amanhã, da nova direção paulistana do PSDB. Diante da vitória líquida e certa do secretário estadual Julio Semeguini (Gestão Pública), ligado a Alckmin, Serra tenta obter alguma composição que acalme os vereadores tucanos, derrotados na batalha.
#fail Demissionário, o secretário João Sampaio (Agricultura) delegou ao adjunto, Antonio Junqueira, a tarefa de receber os pedidos dos prefeitos na primeira escala do governo itinerante, ontem em Registro. As demandas do setor agrícola eram, de longe, as mais numerosas.
Pelas bordas Indicado pelo PMDB, Jairo de Almeida Machado Júnior será o presidente da Codasp, órgão que tem entre suas atribuições a manutenção de estradas rurais. Por ora, a sigla não participará do primeiro escalão.
Momento Foi Bono quem pediu que se fizesse uma oração, na capela do Palácio da Alvorada, pelas vítimas do massacre na escola no Rio. Ele, os demais integrantes do U2 e Dilma Rousseff formaram uma espécie de círculo. Além dos ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Helena Chagas (Comunicação Social), estava lá o marqueteiro João Santana.
Escalas Dilma, que a caminho de Pequim desembarca hoje em Atenas, na volta passará por Praga. Na capital da República Tcheca, visitará apenas pontos turísticos.
Microfone Principal oradora convidada na abertura do Fórum de Boao, na China, a presidente escolheu o tema da inclusão social e do combate à miséria para sua apresentação. O discurso está programado para acontecer logo após o do presidente chinês, Hu Jintao.
Na mesa O restaurante Alameda, em Pequim, onde o governo Dilma oferecerá dois jantares para empresários chineses, tem como chef o paulista Geraldo Thomazini. Ele servirá, entre outros pratos típicos brasileiros, acarajé, moqueca e escondidinho. A casa pertence ao venezuelano Daniel Aldana.
Amazônico Em carta encaminhada ao Palácio do Planalto, governadores dos sete Estados da região norte postulam a indicação do paraense Reynaldo Andrade da Silveira para vaga destinada a advogados no Superior Tribunal de Justiça. Dilma escolherá o novo integrante ainda neste mês, a partir de uma lista tríplice na qual figuram também Ricardo Cueva e Mário Roberto de Araújo.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio
"De 'todo seu', o slogan do Banco do Brasil poderia mudar para 'todo do PT'."
DO DEPUTADO ACM NETO (DEM-BA), comentando a proposta, incluída em relatório da PF sobre a origem do dinheiro do mensalão, de que se investiguem os gastos do BB com publicidade, dado o "incrível poder discricionário" de seus diretores para indicar empresas que serão "agraciadas com recursos públicos".
contraponto
Achados e perdidos
Na votação do projeto que muda termos do Tratado de Itaipu, Marco Maia (PT-RS) pedia a orientação das bancadas. Depois que PT e PMDB se posicionaram a favor, Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi para o microfone:
-Presidente, pela ordem... Se, por acaso, alguém encontrar um BlackBerry, é meu... Eu perdi...
Funcionou. Em questão de segundos, o celular estava de novo nas mãos do deputado.
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