Não passarão
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/02/11
Da relação dos vetos ao Orçamento de 2011 devem constar manobras aprovadas pelo Congresso. O Planalto detectou que, na tentativa de escapar da tesoura, deputados e senadores apresentaram emendas em rubricas livres de contingenciamento. Também foram descobertos aditivos de R$ 1 milhão para obras cujo custo original fica em 10% deste valor.
Para evitar choque com sua base, o governo não deve incluir entre os vetos o aumento de R$ 100 milhões do Fundo Partidário aprovado no final de 2010. Mas esse dinheiro pode aparecer na lista de despesas contingenciadas, a ser detalhada nos próximos dias.
Homem do saco
Na terça, correu boato de que os cortes no Orçamento poderiam reduzir à metade o número de DAS -cargos de confiança da máquina federal. Ontem, os telefones do Planalto tocaram sem parar com protestos preventivos.
Pela ordem
Dilma baixou norma interna segundo a qual reivindicações só serão recebidas por meio dos canais hierárquicos competentes. Ninguém citou, mas o texto serve sob medida para a Associação dos Oficiais de Inteligência, que entrou em choque com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito, e solicitou audiência no Planalto.
Água e óleo
Até o salário mínimo divide José Serra e Aécio Neves. Enquanto o primeiro foi a Brasília tentar convencer a bancada tucana a abraçar os R$ 600 defendidos por ele na campanha, aecistas argumentam que a oposição soará oportunista se bater o pé por esse valor, especialmente se as centrais sindicais aceitarem algo mais modesto, como tudo indica que irá acontecer.
Veja bem
Pesa contra o argumento dos mineiros o fato de ter partido dos congressistas tucanos emenda ao Orçamento que, além de fixar a quantia prometida por Serra, detalha a origem dos recursos para tal aumento.
Fora de cena
O anúncio do mínimo paulista de R$ 600, feito ontem por Geraldo Alckmin, frustrou sindicalistas, que costuravam proposta de piso de R$ 605 com a equipe do governador. Agora, cogitam recorrer à Assembleia para emplacar aditivo que contemple o patamar reivindicado pelas entidades.
#prontofalei 1
Do deputado pernambucano Sérgio Guerra, a quem lhe perguntou se havia deixado claro, em recente conversa com Serra, sua intenção de permanecer por mais um mandato na presidência do PSDB: "Não tratamos disso. Mas é claro que sou candidato. Afinal, nem o Serra é maluco, nem eu sou doido".
#prontofalei 2
Do deputado mineiro Paulo Abi-Ackel, sobre o desempenho de Serra na reunião da bancada: "O mais importante foi o apelo para que tucanos não se biquem em público, certamente dirigido aos seus amigos mais próximos".
Leilão
A profusão de especulações em torno do destino partidário do prefeito de São Paulo rendeu-lhe, na cúpula peemedebista, o apelido de "Kassabinho Gaúcho".
Limpeza
Depois do PMDB, é a vez do PDT-SP anunciar a dissolução de pelo menos 50% dos diretórios municipais até junho.
Visita à Folha Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Antônio Carlos Silva, assessor, Carlos Barreiros, diretor de Comunicação da CNI, e Gustavo Krieger, diretor-executivo da FSB Comunicações.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
tiroteio
"Com Delúbio e Silvinho Pereira de volta, surge uma nova corrente interna do PT, com tudo para se transformar em majoritária: a dos herdeiros do mensalão."
DO DEPUTADO VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP) sobre o possível retorno aos quadros petistas de dois expoentes do maior escândalo do governo Lula.
contraponto
Quem com bambolê fere...
Antonio Palocci aproveitou visita de Rosalba Ciarlini (DEM-RN) ontem ao Planalto para brincar com Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que acompanhava a governadora e teve recente entrevero com o ministro:
-Presidenta, peça a ele para ser paciente comigo...
Dilma Rousseff concordou:
-Já sei! Vou dar um bambolê para o Henrique!
No governo Lula, quando ela ocupava a a Casa Civil, o deputado deu-lhe o brinquedo, sugerindo que adquirisse jogo de cintura para lidar com os políticos.
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