Sem fundo?
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/02/11
Com dificuldades para definir a composição do corte no Orçamento a ser anunciado nos próximos dias, a equipe de Dilma Rousseff passou a considerar a possibilidade de vetar o aumento de R$ 100 milhões nos repasses do Fundo Partidário, aprovado no apagar das luzes de 2010 e fruto de acordo entre as legendas, quase todas endividadas depois das eleições.
Emissários do Planalto consultaram lideranças no Congresso e ouviram resposta desanimadora: em tempos de votação do salário mínimo, será difícil deputados e senadores engolirem mais este sapo sem reagir. A bola está com a presidente.
Pode esperar
O governo já foi avisado: sem acordo devidamente costurado, temas como o fim do fator previdenciário e a PEC 300, que estabelece piso salarial para os policiais, serão ressuscitados na sessão em que se tentará votar o novo mínimo.
Não me deixe só
O PT não quer ficar isolado na defesa dos R$ 545. O pior cenário para o partido seria abraçar o valor proposto pelo governo e, como já ocorreu na era Lula, ver Dilma topar, ao final da negociação com as centrais, um reajuste maior.
Lá e cá
Enquanto a novela do reajuste se arrrasta em Brasília, Geraldo Alckmin (PSDB) deve anunciar hoje em São Paulo o novo mínimo regional, de R$ 600.
Lista de Furnas
O PT-MG reclama do governo Dilma, mas os tucanos locais são só elogios às escolhas da presidente para o setor elétrico. "As indicações para Eletrobrás e Furnas são de dois técnicos que serviram muito a Minas", disse no Twitter o deputado Marcus Pestana.
Relógio
Em resposta à enxurrada de protestos de funcionários federais, o PT adiou de 15h para 17h de amanhã o encontro para celebrar os 31 anos do partido.
Roupa suja
De Copenhague, onde está em viagem oficial, o governador Cid Gomes (PSB-CE) determinou que seus secretários suspendam o bate-boca público com a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, por causa de buracos nas ruas da capital cearense. O chefe da Casa Civil, Arialdo Pinho, chegou a se referir à petista como "Lulu discurso maravilha".
Seca 1
O anunciado corte nos gastos de publicidade do governo paulista já incomoda a base de Geraldo Alckmin. Pressionados por dirigentes de rádios e jornais do interior contemplados durante a gestão de José Serra, aliados temem perder a tribuna midiática franqueada em seus redutos eleitorais.
Seca 2 A determinação do tucano é que as secretarias usem "mídia espontânea" em detrimento da propaganda paga, que alcançou 600 veículos no governo anterior. Campanhas de médio e grande porte estão congeladas. Alckmin inaugurou ontem o programa "Conversa com o Governador", reproduzido por 120 emissoras.
Hidrografia
De Ideli Salvatti, em visita a Alckmin: "São Paulo é praticamente uma ilha". A ministra da Pesca se referia à profusão de rios nas fronteiras do Estado.
Radar verde
Em gesto que procura sinalizar mais rigor na fiscalização e liberação de licenças para obras, Alckmin lança hoje um braço da Corregedoria Geral da Administração dedicado a monitorar as ações oficiais no Meio Ambiente. O alvo inicial será a Cetesb.
Escalação Cristina Carrara, do PSDB de Sumaré, chefiará a Agência Metropolitana de Campinas.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI
Tiroteio
"Se Lula confundiu o público com o privado no mandato, seu filho segue o mesmo rumo. É lição de mau exemplo em família."
DO SENADOR FLEXA RIBEIRO (PSDB-PA) sobre o fato de Marcos Cláudio Lula da Silva descumprir a promessa, feita no Twitter, de devolver passaporte diplomático que ganhou dois dias antes de o pai deixar a Presidência.
Contraponto
Público-alvo
Durante reunião das centrais sindicais com Gilberto Carvalho, em janeiro passado, houve um momento de impasse nas discussões sobre o reajuste do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.
-E o governo não vai dar aumento para os aposentados que ganham valores acima do piso nacional?- perguntou o deputado Paulinho da Força (PDT-SP).
O secretário-geral da Presidência buscou acalmá-lo:
-Fique tranquilo. Esse assunto me interessa muito, já que completo 60 anos nos próximos dias!
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