Preço de energia no mercado livre recua após chuvas
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 11/1/11
O excesso de chuvas que marcou a última semana pressionou para baixo o preço da energia vendida no curto prazo entre grandes consumidores no mercado livre.
O PLD (Preço de Liquidação das Diferenças), que baliza todo o sistema, fechou em R$ 18,59/MWh na semana passada, segundo a CCEE (câmara de comercialização). A queda é de quase 70% ante a semana anterior.
O preço chega perto do piso estipulado para o ano pela CCEE, de R$ 12,08/MWh.
O mercado livre é formado por grandes indústrias que representam cerca de 25% do consumo no país.
A volatilidade que marcou o mercado no ano passado deve ser mantida em 2011, segundo Marcelo Parodi, da comercializadora Compass.
Ao longo de 2010, o PLD variou de cerca de R$ 12/ MWh a R$ 285/MWh em alguns submercados.
No fim do ano, recuou para baixo de R$ 100/MWh.
Como os reservatórios abriram o ano em níveis baixos, de cerca de 45%, uma única semana de chuvas copiosas impacta intensamente o PLD. Há um ano, os reservatórios tinham 70% de sua capacidade, diz Lúcio Reis, da Anace (associação de consumidores de energia).
"As incertezas se concentram mais no segundo semestre, pela dificuldade de prever as condições dos oceanos e seus efeitos atmosféricos", diz Parodi.
Com novas obras pelo país e o atual nível de chuvas, não há, porém, tendência de explosão no preço, afirma Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Abrace (que reúne grandes consumidores).
"Mas a previsibilidade é baixa, pois o valor é muito vulnerável a variações", diz.
COQUETEL DE CAMARÃO
A Nutrimar, empresa cearense de frutos do mar e pescados, investe no aumento da produção e na distribuição dos produtos.
A companhia vai inaugurar até março dois centros de distribuição, um no Rio, que vai atender os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, e outro em Santa Catarina, para cobrir o Paraná e o Rio Grande do Sul.
"Vamos investir em tecnologia, em máquinas novas de embalagens e em frota especial própria para viabilizar a distribuição e a logística", diz Fabrício Ribeiro, sócio da Nutrimar.
Com investimentos que devem chegar a R$ 40 milhões neste ano, que incluem recursos próprios e financiamento do Banco do Nordeste, a empresa vai ampliar a produção de camarões, em 200 hectares de viveiros, para um total de 800 hectares.
"A produção vai aumentar em 40%, para 7.000 toneladas de camarões ao ano", diz Ribeiro.
A empresa acaba de lançar a rastreabilidade do camarão. "Com o código na etiqueta, é possível, no site da empresa, obter informações sobre a fazenda produtora, o técnico responsável, para quem foi vendido, qual foi a alimentação do animal, entre outras."
Até março, a Nutrimar vai lançar no mercado brasileiro o camarão orgânico, até então apenas exportado para Alemanha e Dubai. O orgânico não recebe ração, só alimentação natural, como algas e minicrustáceos.
Vinícolas e importadoras recebem 41 mi de selos de controle
A Receita Federal já entregou 40,9 milhões de unidades do selo de controle fiscal para as vinícolas brasileiras e empresas engarrafadoras e importadoras de vinho.
"Desde o dia 1º deste mês, todos os vinhos que saírem das vinícolas ou das importadoras precisam estar selados", diz o presidente da Uvibra (União Brasileira de Viticultura), Henrique Benedetti, membro do conselho deliberativo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho).
O objetivo da medida, determinada pela Receita, é aumentar o controle no comércio, para evitar o contrabando e o descaminho.
O volume de selos distribuídos deve alcançar cerca de 250 milhões de unidades neste ano, segundo estimativa de Benedetti. Os atacadistas e varejistas têm prazo até 1º de janeiro de 2012 para comercializar, obrigatoriamente, vinhos com selos.
"Antes, ninguém sabia como identificar os vinhos contrabandeados, que somam mais de 15 milhões de litros ao ano no país. Agora, os produtos serão reconhecidos."
A implementação do selo não justifica aumento de preços, segundo Benedetti.
O valor da confecção do selo pode ser creditado do pagamento devido pelas empresas de PIS e Cofins.
O custo para as empresas é o da colocação, calculado em R$ 0,01 por garrafa.
"Não há justificativa plausível para o aumento de preço", diz Benedetti.
Comércio... A carteira de crédito do Banco do Brasil para micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo cresceu 85% no ano passado. Os financiamentos são voltados para exportação e importação.
...exterior As principais linhas utilizadas pelas companhias paulistas foram o ACC (Adiantamento sobre Contratos de Câmbio), o ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues) e o Finimp (Financiamentos à Importação). Telona As cidades de São Caetano, Mauá e Cajamar, além de 34 comunidades carentes de São Paulo, receberão a partir de fevereiro o projeto "Cine na Rua". A iniciativa, do grupo H. Melillo, contará com o investimento de R$ 1,2 milhão da AES Eletropaulo.
Lotação máxima Os 3,5 milhões de pessoas que vão para o litoral paulista na alta temporada equivalem à ida à praia de todos os uruguaios ao mesmo tempo, afirma Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp.
Pincel... Todos os segmentos da indústria de tintas devem registrar crescimento em 2011, segundo a Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas). A expectativa é que o setor registre alta da 6,7%, atingindo 1,45 bilhão de litros vendidos.
...e tinta O segmento imobiliário deve subir 7%. O automotivo original e o de repintura, 4% cada um. Em 2010, o crescimento das vendas foi de 10,3% e o volume vendido ficou em 1,359 bilhão de litros.
COMBUSTÍVEL ECONÔMICO EM SP
O preço do álcool e da gasolina vendidos no Estado de São Paulo durante o mês de dezembro foi o mais baixo do Brasil, de acordo com pesquisa do Ticket Car.
Os consumidores paulistas pagaram R$ 2,557 por litro de gasolina, ou R$ 0,21 abaixo da média nacional.
No caso do álcool, a diferença é ainda maior: R$ 0,37 por litro. O preço médio pago em São Paulo foi de R$ 1,641.
O Estado com o combustível mais caro foi o Acre, tanto a gasolina (R$ 3,054) como o álcool (R$ 2,363).
Mato Grosso foi o único local onde a gasolina ultrapassou a marca de R$ 3,00 por litro, além do Acre.
Em apenas oito Estados o álcool era mais econômico que a gasolina para o consumidor. Desses, só Bahia e Tocantins estão localizados nas regiões Norte e Nordeste.
Ponteiro... Após 22 anos em Miami, o presidente da LVMH Watch and Jewelery para Caribe e América Latina, Philippe Alluard, será o primeiro executivo na divisão Mediterrâneo e África.
...acertado O posto foi recém-criado em Madri. O sucessor de Alluard será Christian Weissbach, na TAG Heuer há 20 anos, com passagens pelas presidências da empresa na Europa e no Leste Asiático.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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