MRS baixa tarifa para ajudar Vale, diz investidor
Maria Cristina Frias
O Clube de Investimento dos Ferroviários Sudfer, acionista minoritário da MRS Logística, controlada pela Vale, obteve liminar contra a decisão da CVM relativa à denúncia de minoritários de que a ferrovia baixou tarifa para beneficiar a mineradora.
O colegiado da CVM havia julgado improcedente a queixa de suposto abuso de poder de controle da Vale.
O Sudfer acusa a mineradora e outros acionistas menores (usinas siderúrgicas) de pressionarem a MRS para manter tarifas de transporte artificialmente baixas.
As maiores acionistas da ferrovia são justamente os seus principais clientes. Juntas, Vale e siderúrgicas controlam 90% do tráfego da ferrovia. A mineradora tem uma participação direta e indireta de 40% na MRS.
Relatório do Sudfer apresentado no processo da CVM e, depois, anexado à argumentação na Justiça, afirma que a redução artificial de receita da empresa ao promover tarifárias baixas pós-privatização geraram perda de R$ 7 bilhões à companhia. A empresa virou só um "centro de custo" para as controladoras, diz a entidade.
"Fizeram um crime com a MRS e os minoritários", afirma João Braga, do Sudfer.
O represamento tarifário fez com que a companhia ficasse de 1997 a 2003 sem distribuir dividendos, com prejuízo dos minoritários.
Depois da privatização, a MRS registrou perdas por sete anos seguidos. Operou no azul nos últimos anos, mas, quando era estatal, a antiga malha da Rede Ferroviária Federal herdada pela MRS tinha lucro anual de cerca de US$ 100 milhões, diz.
Justiça suspendeu decisão da CVM
Em maio, a Justiça suspendeu a decisão da CVM com o entendimento de que o relator do processo, Eli Lória, diretor da autarquia, deveria ter se declarado impedido de julgar o caso.
O filho de Lória trabalhava no escritório de advocacia que defendia acionistas da MRS no processo da xerife do mercado de ações.
Na semana passada, o TRF da 2ª Região, no Rio, suspendeu a decisão da primeira instância da Justiça Federal.
Com isso, a 22ª Vara Federal, que havia suspenso o processo da CVM, deverá julgar o mérito, aguarda o Clube de Investimento dos Ferroviários Sudfer.
Procurada, a MRS diz que a decisão da Justiça não envolve a companhia -e, sim, a CVM. Diz que a "jamais" houve decisão da CVM ou da Justiça que "considerasse abusiva" a "política tarifária e de distribuição de dividendos".
A Vale não quis se pronunciar. A CVM disse apenas que conseguiu na Justiça derrubar a decisão da primeira instância e manter válida a decisão de seu colegiado.
SEGURANÇA NO NORDESTE
O Grupo GR expande a sua atuação na área de segurança para o Nordeste. Neste mês, a empresa vai inaugurar uma filial na Bahia e, no início de 2011, outra em Pernambuco.
"As empresas estão se expandindo pelo país e nós estamos indo atrás dos nossos clientes", diz Maurice Braunstein, presidente da companhia.
O porto de Suape, em Pernambuco, e as áreas industriais da Bahia são vistas como grandes oportunidades de expansão e de atração de investimento, segundo Braunstein.
A demanda pelo serviço de segurança está crescendo. "Não é só pelo índice de criminalidade, mas pela tendência de maior prevenção das corporações."
Os setores que mais crescem são o imobiliário, de segurança em condomínios, e o hospitalar, segundo Braunstein.
A grupo projeta faturamento de R$ 250 milhões para este ano. Para 2011, a expectativa é crescer 30% e expandir a atuação nas cidades do interior do Estado de São Paulo.
Brasil é melhor país para fazer investimento na AL, diz estudo
O Brasil é o país mais atrativo da América Latina para a realização de novos investimentos, na opinião de 71% das empresas espanholas que operam na região.
A informação é da agência Kreab & Gavin Anderson e da IE Business School, de Madri.
Além do Brasil, outros três países latino-americanos devem aumentar a quantidade de investimentos recebidos a partir da Espanha no ano que vem: México, Peru e Colômbia. Já na Argentina, apenas 38% dos empresários pretendem aumentar os negócios no país, enquanto 50% querem diminuir.
De acordo com o levantamento, São Paulo passou Santiago do Chile e é vista como a cidade com mais condições para abrigar filiais de empresas no continente.
O tipo de câmbio e a falta de infraestrutura ainda são vistos como os principais problemas do Brasil para as 24 empresas ouvidas pelo trabalho. A Telefônica, a seguradora Mapfre e o banco BBVA estão entre os que participaram do estudo.
Crédito no... A Vivo fechou com o Banco do Brasil um pacote de incentivo para os correntistas que utilizam celular pré-pago. O pagamento da manutenção da conta-corrente vai virar crédito mensal no telefone. Serão oferecidas três opções de pacotes: R$ 10, R$ 15 e R$ 25.
...telefone Além do BB, o Bradesco também oferece o benefício. O banco tem parceria com Vivo, Claro e TIM. O acordo com a Vivo começou em maio e, desde então, 70 mil clientes aderiram.
Consenso Empresas precisam de uma ferramenta mais avançada para entender seus consumidores, segundo a consultoria Bain & Company. Pesquisa da consultoria com 362 empresas mostrou que 77% delas acreditavam que ofereciam uma "experiência superior" aos clientes. Mas só 8% dos clientes concordavam.
Distribuidor de TI O mercado de distribuição de produtos de informática e tecnologia vai faturar R$ 12,4 bilhões em 2010, afirma a Abradisti (associação do setor).
Decoração Em novembro e dezembro são vendidas na Ceagesp 140 mil tuias, as árvores de Natal. Os pinheirinhos geram movimento de R$ 4,5 milhões aos comerciantes.
Mão de obra A consultoria LCA reforçou a equipe de investimentos e finanças corporativas com a contratação do economista Marcelo Lopes.
INTERIOR EM OBRA
A incorporadora João Miranda Negócios Imobiliários vai investir R$ 400 milhões em Campinas (SP) até 2014.
Ex-diretor de desenvolvimento do grupo Sonae, que fez shopping na cidade, Miranda tem dois empreendimentos em vista: um "multiuso", com centro comercial, torre de escritórios e hotel, no Cambuí, e o Due, com 38 apartamentos e 142 salas comerciais, no bairro Pedreira do Chapadão.
Com previsão de lançamento em 2012 e inauguração em 2014, o shopping será voltado para as classes A e B terá 25 mil m2 de área bruta locável e investimento de R$ 250 milhões.
Para os 300 "flats", irão R$ 60 milhões, e a torre com 400 salas comerciais receberá R$ 50 milhões.
"Faltam shopping e um multiuso como esse na região central de Campinas", diz. Segundo ele, 70% dos recursos virão de investidores do mercado imobiliário.
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