domingo, novembro 21, 2010

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

Fatura oculta
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/11/10

Em intensa movimentação para reajustar os contracheques dos deputados federais e senadores, a cúpula da Câmara descartou na reunião de quarta-feira a ideia de alterar a Constituição para anular o efeito cascata que a medida terá no salário dos 1.059 deputados estaduais e 52 mil vereadores.
Com isso, o gasto extra anual ficará em pelo menos R$ 2,5 bilhões caso os congressistas equiparem seus vencimentos -hoje em R$ 16,5 mil- aos dos ministros do Supremo, que pleiteiam R$ 30,7 mil ao mês em 2011. O custo adicional aos cofres públicos é equivalente a um aumento de cerca R$ 10 no salário mínimo.

Em série A conta deverá ficar mais salgada, já que o cálculo é feito levando-se em conta 13 remunerações anuais nas Assembleias e Câmaras; e muitas seguem a prática do Congresso de pagar 15 salários/ano. Além disso, o vencimento de assessores é, em alguns casos, vinculado ao do parlamentar.

Cenários Caso prevaleça a ideia de apenas corrigir os salários pela inflação acumulada, de 18,95% -tese por ora sem muitos adeptos no Congresso-, o salário subiria a R$ 19,6 mil e o gasto extra para governo, Estados e municípios cairia ao patamar de R$ 550 milhões.

Contas Os deputados Rafael Guerra (PSDB-MG) e Nelson Marquezelli (PTB-SP) foram escalados pela Mesa da Câmara para esmiuçar os cenários de reajuste, que englobarão ainda subsídios de ministros e do presidente da República, esses sem efeito cascata. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), será consultado.

Anote aí Em meio à aglomeração de petistas que tentavam tirar foto com Dilma Rousseff na sexta, o ministro Altemir Gregolin (Pesca) assoprou no ouvido de José Eduardo Cardozo, um dos coordenadores da equipe de transição: "Nós queremos continuar pescando..."

Café... A disputa velada entre tucanos paulistas e mineiros reverbera na corrida pela liderança das bancadas no Congresso. Antevendo o confronto dos senadores eleitos Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes (SP), ala expressiva do PSDB já trabalha por saída conciliadora. São cotados Cássio Cunha Lima (PB), caso reverta o veto do TSE, e Álvaro Dias (PR).

... com leite Na Câmara, aliados de Geraldo Alckmin estimulam Duarte Nogueira (SP) e Bruno Araújo (PE) a postularem o cargo. O presidente nacional da legenda, Sérgio Guerra (PE), também deve entrar no páreo, com simpatia do bloco de Minas.

O retorno 1 Assim que se confirmou a vitória de Dilma nas urnas, o deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) voltou a frequentar o círculo mais íntimo do vice eleito, Michel Temer (PMDB-SP). Padilha, mais identificado com os tucanos, ficou mais do que em cima do muro durante a campanha.

O retorno 2 O deputado gaúcho, que não se elegeu, mas ficou como primeiro suplente, agora trabalha para que Mendes Ribeiro (PMDB-RS), eleito, seja indicado pelo PMDB para o primeiro escalão do governo Dilma. Assim, Padilha assumiria uma vaga na Câmara.

Barrado Márcio Fortes (Cidades) não foi convidado para o jantar em que a bancada do seu partido, o PP, homenageou o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, da cota pepista. Deputados da legenda se desentenderam com Fortes e promovem amplo lobby para tirá-lo da pasta.
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELI

tiroteio

"Quem reconhece as Farc como instituição democrática não vê problema em financiar a Saúde com dinheiro dos jogos de azar."
DO DEPUTADO EDUARDO SCIARRA (DEM-PR), sobre a proposta defendida por líderes de partidos governistas de utilizar os recursos provenientes da liberação dos bingos para financiar a saúde pública em alternativa à recriação da CPMF.

contraponto

Barriga de aluguel


O deputado André Vargas (PT-PR) conversava anteontem sobre a campanha com um grupo de jornalistas, quando afirmou:
- Acho que eu era o único "grávido" nesta eleição!
Uma repórter comentou:
- Imagina deputado, vários colegas seus engordaram na campanha!
Vargas, que está acima do peso, emendou na hora:
- Mas eu não tô falando disso. O que eu quis dizer é que a minha mulher está grávida!

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