Condição para crescer
REGINA ALVAREZ
O GLOBO - 13/11/10
O cenário de crescimento anual médio de 5,5%, projetado para os próximos quatro anos, pressupõe necessariamente um aumento nos investimentos. A taxa atual é insuficiente para fazer frente às demandas da economia aquecida. A participação do governo é muito pequena nesse bolo e também é limitada a margem de expansão, porque os investimentos concorrem com outras despesas no Orçamento.
Um dos caminhos recomendados por especialistas é o financiamento de parte dos investimentos em infraestrutura, cruciais para o crescimento sustentado, com recursos externos. Se o Brasil está sendo inundado por dólares baratos, por que não transformar o limão em limonada e direcioná-los para investimentos de longo prazo em áreas estratégicas como portos, aeroportos, estradas ou mesmo saneamento? Áreas com gargalos expostos e necessidades urgentes.
O economista Roberto Padovani, estrategista de investimentos do WestLB AG, conta que o banco alemão tem enorme interesse em aumentar os investimentos no Brasil. Gostaria de investir em aeroportos, mas não consegue entrar nesse mercado. A situação do setor é confusa, a Infraero vive um momento de indefinição. Não se sabe se continuará nas mãos do governo, se vai ser privatizada ou terá o capital aberto.
- O banco cobra e pergunta: se tem recursos para essa área, por que não consegue financiar? - relata Padovani.
Os gringos não entendem e nós também não. O setor cresce a taxas de 20% ao ano, tem infraestrutura precária, mas não consegue se estruturar minimamente para receber investimentos externos.
O presidente da Sabesp, Gesner de Oliveira, conta que está resolvendo boa parte das demandas de São Paulo com investimentos privados e também externos, mas no resto do país a tributação elevada e os problemas com o marco regulatório são entraves que afugentam o investidor.
Outros estados e prefeituras, alguns administrados pelo PT, como a Bahia, por exemplo, estão se valendo de Parcerias Públicas-Privadas para atrair investimentos, mas o governo federal não saiu do lugar na tentativa de viabilizaras PPPs.
O economista Armando Castelar, da FGV, estima que o país precisará aumentar a taxa de investimentos em pelo menos 2% do PIB para sustentar o crescimento. E vê no atual momento uma grande oportunidade de direcionar o capital externo abundante para áreas estratégicas como a de infraestrutura, desde que se reduza o risco regulatório, a tributação, e melhore o ambiente de negócios:
- Esse dinheiro todo barato querendo entrar no Brasil, se direcionado para investimentos de longo prazo, pode resolver alguns problemas-chaves do país.
Falsas pequenas
(TCU) constatou que pelo menos 56 empresas cadastradas no sistema de compra do governo federal como micro e pequenas venceram licitações públicas de forma fraudulenta, entre os anos de 2007 e 2009.
Usaram os privilégios que a lei das micro e pequenas empresas garante a esse segmento nos pregões, mas tiveram um faturamento anual superior aos limites legais. A partir de um cruzamento da base de dados do governo, que incluiu informações fornecidas pela Receita Federal e pelo sistema de compras administrado pelo Ministério do Planejamento, o grupo de inteligência concluiu que pelo menos 600 cadastradas no sistema como microempresas tiveram faturamento acima de R$ 240 mil em 2007.
As empresas que venceram licitações nessa condição estão sendo ouvidas pelo TCU e algumas já foram declaradas inidôneas e retiradas do cadastro do governo, mas as compras não podem ser revertidas.Uma ação de inteligência do Tribunal de Contas da União
Gerência
Censo interno realizado pela Basf mostrou que 23% das mulheres que trabalham na empresa ocupam cargos de liderança. Dessas, 94% estão em cargos de gerência.
Desconto coletivo
Com o controle do site de compras Oferta X, que oferece descontos a partir de um número mínimo de compradores, o Comprafacil.com pretende crescer 80% no mercado de internet.
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