Miguel Jorge diz que governo estuda adiamento do leilão do trem-bala Maria Cristina Frias
Folha de S.Paulo - 25/11/2010
O ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) disse que setores do governo estudam adiar o leilão do trem-bala, marcado para a próxima segunda-feira, dia 29.
"Empresas já procuraram o governo para pedir a extensão do prazo", confirma Miguel Jorge.
Os consórcios alegam não terem tido tempo suficiente para preparar todos os estudos necessários para decidir sobre o preço e a viabilidade da obra.
Para o ministro, um prazo considerado "razoável seria de mais seis meses".
"É melhor perder tempo agora do que lá na frente."
O ministro, porém, afirma estar pessimista com relação à possibilidade de o adiamento se concretizar.
Parte do governo, entretanto, avalia que os interessados já sabiam há dois anos do projeto do trem de alta velocidade e que poderiam já ter feito todos os estudos.
Ao avaliar sua gestão, Jorge, que afirma estar de saída do governo, rejeita críticas de que o ministério foi lento ou inerte na defesa da indústria nacional da entrada de produtos estrangeiros em condição desleal de concorrência.
"Entre janeiro e ontem, foram recolhidos R$ 222,1 milhões em direitos antidumping. No ano passado, foram menos de R$ 140 milhões."
O Brasil abriu 24 dos 96 processos iniciados no mundo, atrás apenas da Índia.
90 DIAS
"Adiar o leilão do trem-bala por 90 dias não atrapalharia em nada porque nada será feito em época de festas, férias e chuvas", diz Juan Quirós, presidente do grupo Advento. A construtora Serpal, do grupo, participa de um dos consórcios com empresas espanhola e chinesa.
"É preciso avaliar melhor o fluxo físico, o preço e ver se não faltou nenhum impacto, como o da energia. O custo já está entre R$ 42 bilhões e R$ 45 bilhões", diz. "Foram feitos estudos nesses dois anos, mas é preciso atualizar dados para a demanda de hoje."
PETROLÍFERAS
O novo presidente da BP no Brasil, Robert Dudley, visitou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, ontem na sede da companhia brasileira, no Rio de Janeiro.
Na pauta da reunião: oportunidades de cooperação entre as companhias, de acordo com a Petrobras.
Pequena firma agrega pouco e emprega muito, diz pesquisa
As micro e pequenas empresas brasileiras absorvem cerca de metade dos trabalhadores formais do país.
Apesar disso, produzem apenas 20% do Produto Interno Bruto, segundo levantamento do Sebrae. Na Itália, esse valor chega a 55,6%.
Quando comparadas com firmas de mesmo porte de países industrializados europeus, a produtividade das brasileiras fica ainda pior.
Na avaliação de Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae, falta inovação e competitividade.
Na Europa e em outros países industrializados como a Coreia do Sul, diz Santos, as pequenas tem produtividade para competir globalmente, o que falta no Brasil.
"Estratégia competitiva não é só software caro. É inovação constante de processo, gestão e produto. Não se resume apenas a câmbio e a infraestrutura."
Para ele, o ideal é chegar, no mínimo, a 40% do PIB nos próximos dez anos.
O conceito italiano de "artesanato industrial", em que pequenas empresas familiares conseguem agregar alto valor mantendo a padronização, é um bom exemplo, diz.
Na Alemanha, a integração das pequenas na cadeia produtiva das gigantes é intensa, mas a participação parece pequena devido ao tamanho das multinacionais.
EXPERIÊNCIA LOMBARDA
Eles já sediaram a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos de Inverno e vão receber a Expo 2015, em Milão.
Com esses créditos, os italianos também querem participar dos eventos esportivos no Brasil, principalmente nas áreas de infraestrutura, construção e transportes.
O secretário do Comércio, Turismo e Serviços da Lombardia, Stefano Maullu, veio ao Rio e a São Paulo com um grupo de cerca de 45 empresários da área de projetos e de empreendimentos imobiliários.
"Temos know-how em viadutos, diques e trem-bala", afirma o secretário da Lombardia, que detém 25% do PIB italiano.
"No Rio, os empresários se interessaram muito em participar das obras ligadas aos eventos: no porto, no ramo imobiliário... E em São Paulo, inclusive, em parcerias nas feiras [setoriais]."
QUEDA DE NOVOS ALIMENTÍCIOS
O Brasil caiu de 3º para 7º lugar no ranking mundial de lançamento de novos produtos alimentícios, esfriando o setor de embalagens.
Durante a crise, o Brasil alcançou a terceira posição pois "os projetos já encaminhados tiveram continuidade" no país mesmo com a queda do comércio global, diz Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da ESPM.
Em 2011, diz, o Brasil deve voltar a disputar a quarta posição com Alemanha e França, ficando atrás dos EUA, Japão e Reino Unido.
Os dados serão apresentados no seminário Sustentabilidade, Saúde e Alimentação, hoje e amanhã na ESPM.
NOVIDADES NA PRATELEIRA
2008
Foram 93.826 lançamentos de novos alimentos; o Brasil estava em 6º lugar
2009
Foram 101.235 lançamentos, com aumento de 7,9%; o Brasil estava em 3º lugar
2010
Foram 105.589 lançamentos de novos alimentos, aumento de 4,3%; o Brasil foi para o 7º lugar
MAÇÃ NO VAREJO
A Fast Shop inaugura hoje no país 25 pontos de venda de produtos da Apple.
Nos espaços, no interior das lojas da rede, será possível testar os aparelhos e ter orientação de como usá-los.
"Teremos a maior rede de produtos da Apple no país", afirma Luiz Pimentel, diretor da empresa.
A expectativa é de aumento de, no mínimo, 20% nas vendas com esses espaços.
"Os produtos da Apple estão crescendo muito no país e enxergamos uma oportunidade de crescer junto", diz.
A Fast Shop, que possui hoje 62 lojas espalhadas pelo país, não confirma que fará a venda de iPad.
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