Setor de máquina pede tarifa maior de importação
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO 01/10/10
A diretoria da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) decidiu em reunião na quarta-feira retomar a pressão no governo para elevar a tarifa de importação de alguns itens usados pelas indústrias de bens de capital. A ideia é frear o que chamam de processo de "desindustrialização" e "desnacionalização" do parque fabril. A proposta a ser levada ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê a alta do Imposto de Importação para 350 itens de um total de 1.400 da lista de NCMs (Nomenclatura Comum do Mercosul). Estudo da associação mostra que nesse grupo de itens há invasão de importações. A proposta prevê a elevação crescente das tarifas de importação para a lista de produtos, segundo José Velloso, vice-presidente da Abimaq. "A nossa proposta será a de onerar mais os produtos acabados e menos os componentes", afirma. Hoje, a alíquota máxima no setor é de 14% e a mínima é de 2%, no caso dos itens para os quais o governo concede o chamado ex-tarifário. O plano da associação seria elevá-la a 30% para os produtos mais próximos ao final da cadeia. Os itens intermediários ficariam com alíquota de importação entre 18% e 20% e a matéria-prima, com 14%. A associação prevê entregar a proposta ao governo em até um mês.
ESTRADA Assume hoje a direção-geral da Scania no Brasil Roberto Leoncini, que ocupava a diretoria de vendas de veículos. Sua meta, afirma, é ampliar o trabalho de aproximação com os setores que são clientes da empresa, "para entender suas reais necessidades". O trabalho auxiliará a definição de novos modelos que serão introduzidos no mercado brasileiro, o maior para a Scania em todos os produtos que fabrica, como caminhões, ônibus e motores. "Temos um bom trabalho nesse sentido junto à indústria de mineração e ao agronegócio." A Scania tem hoje cerca de cem concessionárias no Brasil, que atuarão no mapeamento da demanda.
No campo A demanda de executivos para alto escalão das empresas de agribusiness do país teve crescimento de 30% de janeiro a setembro, ante o mesmo período de 2009, segundo levantamento da Abrahams Executive Search, consultoria especializada em recrutamento de executivos para agribusiness.
Impressão A indústria gráfica Baumgarten, de Blumenau (SC), amplia seu parque industrial e une três unidades em uma só planta. Serão investidos R$ 20 milhões em equipamentos e tecnologia. O parque será construído em área de 254 mil m2 e deve ser concluído até dezembro.
Pagamentos... Regulação do mercado de cartões, concessão de crédito, endividamento e outros temas serão discutidos no 5º CMEP (Congresso Brasileiro de Meios Eletrônicos de Pagamento), em São Paulo, em outubro.
...com cartão O encontro, que terá a presença de Delfim Netto, também apresentará pesquisa de satisfação com meios eletrônicos de pagamento, realizada pelo Datafolha. O evento é organizado pela Abecs (associação do setor) e pela Febraban.
Novo G A 3G Americas, associação setorial que representa celulares GSM e suas evoluções, ganha mais um "G" em seu nome para se adequar à tecnologia 4G. A entidade representa fabricantes, fornecedores e operadoras do setor de telecomunicações.
Metal Em agosto, pela primeira vez no ano, não foi registrado roubo de cobre no setor. Desde janeiro, foram desviadas 242 toneladas do metal, ante 496 no mesmo período de 2009. O prejuízo ultrapassa R$ 4 milhões, ante R$ 6,8 milhões em 2009, segundo o Sindicel.
Eletroeletrônicos registram queda pelo 10º mês consecutivo
O preço dos equipamentos eletroeletrônicos não para de cair. Esses itens registraram retração de 0,76% em agosto, segundo o IPV (Índice de Preços no Varejo), da Fecomercio SP. Foi a décima queda consecutiva. No acumulado do ano, os preços do setor acumulam deflação de 9,46%. A queda do preço desses produtos se deve à concorrência desleal com o comércio informal, segundo Julia Ximenes, assessora econômica da Fecomercio SP. "O comércio legal, sobrecarregado com os impostos, não tem como competir com os produtos vendidos irregularmente", afirma. Além disso, a constante inovação tecnológica torna os equipamentos rapidamente ultrapassados, reduzindo o seu valor, segundo Ximenes. Entre os produtos eletroeletrônicos, aqueles que têm registrado as maiores quedas são os do setor de informática e telefonia, como notebooks e smartphones. Na comparação com o mês anterior, os preços médios desses produtos ficaram, respectivamente, 1,23% e 1,70% mais baixos em agosto.
Eólica atrai grandes consumidores
A energia eólica começa a mostrar preços mais atraentes e ganhar espaço entre os grandes consumidores de energia em contratos de longo prazo. A participação dela ainda é limitada. Não seria suficiente para abastecer todo o mercado livre, das grandes indústrias que consomem mais de 3 MW e representam cerca de 25% do consumo de energia no país. Seu preço, entretanto, está bem atraente, em cerca de R$ 135 por MWh, conforme o resultado do último leilão, realizado neste ano. "Em contratos de longo prazo de energia de grandes hidrelétricas, por exemplo, o MWh sai a cerca de R$135. Mas a eólica tem a vantagem de um desconto de tarifa de transporte, por ser renovável", afirma Marcelo Parodi, sócio da comercializadora de energia Compass. O avanço na competitividade da eólica é creditado a razões como a evolução tecnológica e o incentivo do governo, segundo Antônio Fraga Machado, presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A realização de projetos como o Proinfa (programa do governo para estimular fontes renováveis) e os leilões de 2009 e deste ano resultaram em redução gradativa no custo da eólica, diz ele. "Em 2003, no Proinfa o custo do MWh ficou na casa dos R$ 200. Em 2009, o leilão ficou em torno de R$ 145. No deste ano, caiu para R$ 135." A eólica é mais competitiva que outras formas ofertadas, segundo Lúcio Reis, da Anace (associação de consumidores de energia).
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