O Fundo Monetário Internacional, que agora defende o controle de capitais, organizou seminário sobre o tema aproveitando a presença de autoridades e acadêmicos na Coreia para participar da reunião preparatória para o G20.
O Fundo reavaliou seus antigos dogmas e, em artigo publicado há cerca de dez dias, afirmou que, se algum sistema financeiro não estivesse preparado, deveria colocar controles de capital. A ideia é controlar apenas a entrada dos investimentos, não a saída.
Os participantes de países asiáticos, que já estabeleceram a medida, veem-na de forma favorável.
Para Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, que participou do seminário, essa é uma visão de curto prazo.
"Nossa dívida, nosso passivo, está bem estruturado. Estrangeiros compram nossos títulos, investem na Bolsa brasileira e fazem investimentos diretos em companhias porque se sentem livres", lembra Goldfajn.
"Isso ocorre porque estamos desenvolvendo um mercado local e deixando investidores livres para entrar e sair. Se colocarmos muitos controles, haverá menos confiança."
Com menos investimentos, o passivo não seria tanto em reais. "Empresas tenderiam a se financiar em mercados no exterior, em dólar, o que não gostamos", avalia.
Mas, se os países que adotaram a medida a defendem, ela não seria positiva?
Para Goldfajn, a resposta é não, por não permitir que mercados locais se desenvolvam como poderiam. "Não podemos nos dar ao luxo de ter passivo em dólar, em renda fixa emitida lá fora. Quando vem uma crise, há efeitos colaterais. Se colocar muito IOF na entrada, na Bolsa, as empresas vão comprar ADRs no exterior."
ASSEGURADO
Companhias estrangeiras de resseguros estão se posicionando no Brasil. Grandes obras que muita gente acredita que não saem do papel já motivaram consultas a essas empresas. "Antes de fazer uma proposta na licitação do trem-bala, por exemplo, a companhia tem de saber quanto será o seguro de sua participação", diz Benjamin Gentsch, presidente-adjunto mundial da francesa Scor Global, um dos cinco maiores grupos do setor. "Fizemos projetos semelhantes na Ásia", diz José Carlos Cardoso, diretor-presidente da Scor na América Latina. Gentsch está no país para participar de encontro do setor e firmar parcerias com seguradoras locais.
PLANTÃO MÉDICO
Cada vez mais, os executivos se deparam mais cedo com doenças causadas por hábitos de vida inadequados e estresse, segundo levantamento da clínica Med-Rio, especializada em check-ups de profissionais de alto escalão. Na década de 90, o infarto nos homens ocorria a partir dos 50 anos, hoje, porém, já aparecem casos em executivos de 35 anos, diz o médico Gilberto Ururahy, sócio da Med-Rio. Nas mulheres, o câncer de mama na década de 90 incidia na faixa dos 40 anos, hoje aparecem casos em executivas a partir de 25 anos, diz Ururahy. "O estresse do cotidiano associado ao estilo de vida inadequado, como alimentação errada e sedentarismo, conduz os executivos a doenças em idades precoces", alerta o médico. Ele aponta vários fatores para o aumento do estresse: crise financeira, fusões, aumento da concorrência, falta de tempo para lazer, medo do desemprego e filhos cobrando a presença. "O corpo manda a fatura."
BRICs NA BOLA
Criador do acrônimo Brics, o economista do Goldman Sachs Jim O'Neill lidera grupo de investidores interessado em adquirir o controle do Manchester United, um dos times mais vencedores do futebol inglês. Desde 2005, o controle do clube, que tem dívida de 716 milhões de libras, pertence à família americana Glazer, que anunciou que não pretende vendê-lo. O'Neill já foi diretor do clube.
FINANCIAMENTO
O Banco do Brasil foi responsável por 25% dos repasses do BNDES em janeiro, resultado superior à participação do mês anterior, que era de 21%. Foram 12,4 mil operações e R$ 1,6 bilhão repassados no mês.
RECALCULANDO
Economistas estão refazendo as contas sobre o impacto da crise no desemprego em Wall Street. As atuais estimativas apontam que as perdas estejam em 200 mil vagas, ante as 300 mil projetadas anteriormente.
MOVIDO A GASOLINA
O preço do álcool ainda apresentou alta em fevereiro nos postos de combustíveis do país, apesar da queda já iniciada nas usinas. Em média, o aumento foi de 6,05%, para R$ 2,133 o litro, segundo a Ticket Car. Para os proprietários de veículos flex, só compensa abastecer com álcool em Mato Grosso, onde o combustível custa 66% do valor da gasolina.
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