EUA reduzem compra de alta tecnologia do Brasil
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/01/10
As importações norte-americanas de produtos de alta tecnologia do Brasil caíram 66% no acumulado do ano passado até novembro na comparação com o mesmo período de 2008. Essa foi a maior queda entre os principais países exportadores para os Estados Unidos. Em segundo lugar, figurou a Malásia, com queda de 29%.
Nos últimos anos, os produtos de maior valor agregado têm perdido espaço na pauta de exportações brasileiras.
No geral, as importações dos EUA de produtos de alta tecnologia caíram 11% no período -o que mostra que a queda brasileira ficou bem acima da média.
Pelos dados do governo norte-americano (que não são iguais aos do brasileiro, devido a metodologias diferentes), os EUA importaram do Brasil US$ 814 milhões em produtos de alta tecnologia, como aeronaves e aparelhos de comunicação, no ano passado -valor abaixo dos US$ 2,370 bilhões de 2008.
Grande parte dessa queda se deve à crise de demanda do mercado norte-americano e à taxa de câmbio brasileira. "O atual nível do dólar afeta principalmente o bem manufaturado. Quanto mais elaborado, mais tributos agregados. O que torna o produto mais caro", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). Outro fator que pesou nessa queda, segundo Castro, foi o fato de o Brasil não realizar nenhuma missão governamental.
"É como se tivéssemos abandonado os EUA." A perda de posição no mercado norte-americano é preocupante e abre espaço para os concorrentes, principalmente os asiáticos. Para Castro, a tendência é continuar assim em 2010, devido à dificuldade de se recuperar o mercado perdido.
Já na opinião do economista André Sacconato, da Tendências Consultoria, a queda das importações de produto de alta tecnologia é pontual, um reflexo da crise financeira. "Esses são os primeiros itens que as pessoas deixam de comprar num momento de crise." Se a queda das exportações brasileiras continuar neste ano, aí sim a situação ficará bastante preocupante, segundo Sacconato.
CORTE PELA RAIZ
A Tora Brasil, marca de móveis que extrai madeira certificada da Amazônia, vai expandir neste ano, com fábrica e showroom novos em SP. A demanda cresceu desde que o tema sustentabilidade ganhou mais espaço, diz o proprietário Cristiano do Valle. "Hoje é pequena a parcela de produtos certificados no setor moveleiro", diz o empresário, que retira a matéria-prima da Amazônia, segundo ele, procurando "manter a floresta em pé". A ideia é extrair sem destruir, e, ao mesmo tempo, gerar emprego e exportação, afirma. "Um hectare na floresta tem de 7.000 a 10 mil árvores. Com a certificação, podemos retirar de 5 a 7 árvores a cada 30 anos." As árvores retiradas chegam a 70 anos. Em 2009, o arquiteto que elaborou o projeto da loja Louis Vuitton em Macau incluiu poltronas da Tora no ambiente. Neste ano, Valle traz à loja uma mesa de 30 lugares, de 6 metros de diâmetro, da parte do caule próxima à raiz. Ainda não tem preço. O transporte será escoltado. A mesa de centro custa R$ 4.000, uma de jantar, R$ 20 mil, mais baratas que a nova peça.
RACHA
Um tema deve esquentar e "rachar" a reunião das centrais sindicais na próxima semana: o apoio à candidatura de Dilma Rousseff à eleição presidencial. CUT e Força Sindical apoiam Dilma. Mas o nome da ministra não é unanimidade entre as outras quatro centrais que participam do encontro: UGT, CTB, CGTB e Nova Central Sindical.
LIGAÇÃO
A Telefônica decidiu enviar dez profissionais da empresa ao Haiti para apoiar a missão do governo brasileiro no socorro às vítimas do terremoto. A empresa diz que pretende colaborar para estabelecer o sistema de comunicação em caráter emergencial e restabelecer o sistema de telecomunicações do país. A delegação deverá começar a operar hoje.
VESTIDA PARA O SUCESSO
SAIA CURTA NO TRABALHO?
"Por ser um local de trabalho o comprimento da saia não deve ser muito curto", diz Natalie Klein, da NK Store. Diana Sternfeld, coordenadora de estilo da Lilla Ka, sugere até um palmo acima do joelho, acompanhada de salto médio ou sapatilha. "Mesmo que saia curta esteja na moda, para ir trabalhar, a mulher não deve se vestir pensando na moda da rua", diz o diretor criativo Luis Fiod, que, para escapar do verão, cita tecidos como linho e seda, que são mais nobres. A estilista da Alcaçuz, Paula Marques, diz que em ambientes que pedem discrição, como bancos e escritórios de advocacia, fica deselegante usar acima do joelho. "Em locais informais, como agências de publicidade, dá para usar saia jeans com lavagem uniforme e sem muito bolso."
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
Nenhum comentário:
Postar um comentário