segunda-feira, dezembro 14, 2009

PAINEL DA FOLHA

Conexão Goiás

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 14/12/09


Enquanto o DEM respira algo aliviado após o pedido de desfiliação de José Roberto Arruda, o PSDB se preocupa com o elo entre a Linknet e o neotucano Valdivino Oliveira, secretário da Fazenda que deixou o cargo na esteira do escândalo do Distrito Federal. A empresa, segundo a PF, seria uma das abastecedoras do mensalão candango.
Valdivino chegou ao PSDB neste ano pelas mãos do senador Marconi Perillo, pré-candidato ao governo de Goiás e um dos tucanos mais chegados a Arruda. Perillo é próximo também do dono da empresa, Gilberto Lucena. A Linknet patrocina o Atlético-GO, cujo presidente é... Valdivino Oliveira.


DNA. Valdivino Oliveira estreou na política como vice de Iris Rezende no primeiro mandato do peemedebista na Prefeitura de Goiânia. Era filiado ao PMDB e encarregado informalmente da relação com o empresariado. Depois de romper com Iris, entrou na órbita do tucano Perillo.

Arromba. Recém-saído de uma cirurgia, Iris Rezende (PMDB) vai comemorar o aniversário de 76 anos, no próximo dia 22, em sua fazenda em Guapó. São esperadas cerca de 30 mil pessoas, entre elas ministros e o presidente do BC, Henrique Meirelles.

Rei morto... Em reunião de ministros na semana passada sobre a Copa de 2014, discutia-se a questão de Brasília. Um dos presentes perguntou com quem, à luz da crise no governo Arruda, o Planalto iria negociar os investimentos necessários.

...rei posto. Alguém respondeu: "Acho que vai ser com aquele que veio aqui outro dia". "Aquele", no caso, era Paulo Octávio. O vice havia participado da reunião anterior, enquanto Arruda se recuperava de uma cirurgia.

Conta outra 1. A alegação, feita por integrantes do governo a Michel Temer, de que Lula só falou numa "lista tríplice" de candidatos a vice para não melindrar Edison Lobão embute um aspecto cômico: o ministro de Minas e Energia jamais foi seriamente cogitado para a vaga, nem pelo Planalto nem pelo PMDB.

Conta outra 2. Dos dois lados, entende-se que uma coisa é salvar o pescoço de José Sarney em nome da "governabilidade'; outra, bem diferente, seria expor os fios desencapados do Maranhão -e do setor elétrico- na vitrine da campanha presidencial.

Deu em água. Rendeu quase nada o pesado investimento do PT para dividir o PMDB em São Paulo. Na sexta-feira, Orestes Quércia previa, em tom sereno, que o adversário Francisco Rossi "talvez" chegasse a 20% dos votos na disputa. Rossi alcançou pouco mais de 10%.

Eu? Imagina! Mesmo antes de tomar a invertida da "lista tríplice", Michel Temer teve o cuidado de não bater de frente com Quércia, pró-Serra, na eleição do diretório paulista. Chegou inclusive a colocar representantes na chapa do atual presidente.

Vespeiro. Adesivo posto para circular em São Paulo: "Serra-Aécio: Unidade para o Brasil". Com receio de irritar Aécio, tucanos próximos a Serra fazem questão de dizer que nada têm a ver com a ideia, promovida no Twitter pelo deputado Raul Christiano.

Explosivo. Aqui e ali, detecta-se uma movimentação de Geraldo Alckmin para eventualmente emplacar uma chapa "puro sangue" em São Paulo. Em troca, o PSDB ofereceria ao DEM uma vaga ao Senado. Os "demos" vão gritar.

A conferir. O anúncio da pré-candidatura de José Fogaça (PMDB) ao governo gaúcho animou os tucanos, apesar da anunciada disposição de Yeda Crusius em buscar a reeleição. "A Yeda não é nenhum Arruda. Ela fará o que for melhor para o partido", diz o presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Será?

Script. No ano em que Dilma tentará se eleger presidente, a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência pretende lançar um livro sobre mulheres na ditadura.
com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Esta estratégia já deu errado antes. O Amorim está tentando tratar o cara como sub do sub do sub. E ele não é."
Do senador ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB-AM), sobre a recusa do ministro Celso Amorim em receber hoje o responsável por América Latina de Washington, Arturo Valenzuela, num momento de contenciosos envolvendo o Brasil e os EUA.

Contraponto

Ondas gigantes


Heráclito Fortes (DEM-PI) anunciava voto favorável a um acordo bilateral com a Nova Zelândia na área de turismo, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, usando como argumento o fato de brasileiros viajarem àquele país para praticar esportes radicais.
-E qual é mesmo a sua modalidade? Surfe? Asa delta?- brincou o colega Roberto Cavalcanti (PRB-PB).
O "demo" estufou o peito estufado e filosofou:
-Na vida e na política, já não radicalizo mais em nada...

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