sexta-feira, dezembro 04, 2009

BRASÍLIA - DF

Fora de controle


Correio Braziliense - 04/12/2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta desfazer o acordo firmado por líderes governistas na Câmara, para a partilha dos royalties do petróleo, pelo qual a participação dos estados não produtores seria ampliada graças à redução da parte que caberia ao Ministério de Ciência e Tecnologia, à Marinha do Brasil e aos municípios produtores, principalmente de Campos (RJ). O acordo anteciparia a vigência do novo marco regulatório do petróleo ao incluir lotes já licitados da camada pré-sal. Foi fruto de uma negociação conduzida pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e pelo líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, relator do projeto.

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A proposta não desfaz o trato do presidente Lula com o governador fluminense Sérgio Cabral, mas alveja de morte o ex-governador Anthony Garotinho (PR), ao reduzir drasticamente a arrecadação da Prefeitura de Campos, administrada por Rosinha Matheus, sua mulher. O casal apoia a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Por isso, o acordo inviabiliza a estratégia de dois palanques governistas no Rio de Janeiro em 2010.


Sigilo// A Operação Caixa de Pandora é assunto proibido dos dirigentes da Polícia Federal. Ninguém pode falar nada sobre o tema, para não politizar a ação policial em inquérito aberto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O próprio ministro da Justiça, Tarso Genro, evita falar do escândalo que abala o Distrito Federal.

Arreado

A crise do governo de José Roberto Arruda (DEM) acirrou a disputa interna no PT pela vaga de candidato ao Palácio do Buriti. Cristão novo na legenda, Agnelo Queiroz (ex-PC do B), candidato apoiado pelo novo presidente do diretório, Roberto Policarpo, enfrenta crescente oposição do deputado federal Geraldo Magela, atual relator da Comissão Mista de Orçamento. A disputa preocupa o Palácio do Planalto, que vê a crise do Governo do Distrito Federal como um cavalo arreado para a volta do PT ao GDF.

Toalha



O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (foto), jogou a toalha e não pretende disputar o governo do estado. Agora, torce para que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, seja mesmo candidato pelo PMDB. A razão da desistência é o favoritismo do senador tucano Marconi Perillo, candidato ao governo de Goiás.

Pirataria

A Receita Federal destruiu, ontem, no Porto do Rio de Janeiro, 20 toneladas de produtos falsificados, a maior parte óculos, relógios, CDs, DVDs e material de informática. Segundo a superintendente do órgão, Eliana Pólo Pereira, os produtores serão reciclados. Em todo o Brasil, mais de 3,1 mil toneladas de mercadorias pirateadas já foram destruídas. E as apreensões de mercadorias chegam a R$ 1,2 bilhão

Desgaste

O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci não desistiu da candidatura a governador em São Paulo. Continua as articulações com os líderes da legenda, confiante de que o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, não pretende se candidatar ao Palácio dos Bandeirantes. Só não é mais ostensivo na candidatura porque aguarda o fracasso da estratégia do presidente Lula. Palocci acredita que os tucanos estão desgastados após 15 anos de poder e que essa situação emergirá se Serra for candidato a presidente da República.

Demais



A estratégia eleitoral de Lula para o Rio de Janeiro também faz água por conta da disputa pelo comando regional do PT. O candidato do Palácio do Planalto, deputado Luiz Sérgio, corre sério risco de perder o segundo turno. Os demais candidatos se uniram em torno de Lourival Casula, candidato do prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (foto). As pesquisas mostram que o ex-presidente da UNE, com forte apoio na Baixada Fluminense, é cada vez mais competitivo na disputa pelo governo do estado.

Aliados/ O deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) critica o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) pela demora na condução da escolha do candidato tucano no Pará. Simão Jatene e Mário Couto disputam a vaga. Em seu blog, Pires acusa o senador de falta de pulso na liderança da oposição.

Agora vai/ Escaldado, o ministro da Educação, Fernando Haddad, cumpriu todas as exigências de segurança feitas pela Polícia Federal para realização do Enem. Com a participação das polícias militares das 27 unidades federativas, Exército, Marinha, Aeronáutica e Polícia Federal, provas serão aplicadas a 4,1 milhões de candidatos. O exame foi adiado porque a prova anterior vazou. O prejuízo foi de R$ 30 milhões.

Renovação/ O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) elegeu seu novo presidente, desembargador Manoel Alves Rabelo. Pôs fim à crise em que mergulhou depois da Operação Naufrágio da Polícia Federal, em dezembro do ano passado, que investigou venda de sentenças e nepotismo por integrantes do tribunal que foram afastados.

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