NELSON DE SÁ
FOLHA DE SÃO PAULO - 23/11/09
Via agências, Copenhague já confirma 65 "líderes mundiais" na conferência de clima, inclusive Brasil e Indonésia, mais Alemanha, França, Japão. Nada de EUA e China, os maiores emissores.
O "New York Times" publica que, "faltando menos de três semanas, uma rápida sucessão de países revela planos nacionais que servem de apostas iniciais". O jogo começou quando "o Brasil prometeu redução de cerca de 40% nas emissões até 2020". Seguiram-se Rússia com 25% e Coreia do Sul com 30%. O "El País" fez a mesma lista e publicou o título "Ainda há vida em Copenhague"; antes, do correspondente Juan Arias, "Brasil será líder na cúpula". Também a "Forbes", em análise, saudou o "avanço ambiental do Brasil", com a promessa e a redução no desmatamento.
De todo modo, lembra o "NYT", "se nem EUA nem China se comprometerem, os planos de emissores menores terão pouco efeito prático".
A LONGO PRAZO, 80%
O site do "Washington Post" entrevistou a ex-ministra Marina Silva, "a cruzada da Amazônia". Na capital americana, ela elogiou o início do debate sobre clima no Congresso, com atraso de dez anos. Mas avisou que "os países industrializados serão instados a uma redução de 80% até o meio do século".
"BILATERAL"
A nova "Newsweek" afirma que Copenhague "não vai alcançar consenso" e sugere que os país sigam o exemplo de Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia, e façam acordos bilaterais como ele assinou com "Amazonas e seis outros Estados do Brasil", comprando eventual corte no desmatamento.
E CONTINUA
O "El País Semanal" dedicou 11 páginas ao Brasil, com o enunciado "O gigante desperta". Em suma, escreve que Lula quer aproveitar a "ocasião histórica" do pré-sal "para acabar com a pobreza de seu país e para financiar a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016".
Por outro lado, ontem também, "Contratempo para a Telefônica", sobre a entrada da francesa Vivendi na área antes dominada pela ex-estatal espanhola.
DE DETROIT PARA CAMAÇARI
Ecoaram no final da semana, da agência Xinhua à Dow Jones, os US$ 2,3 bilhões de investimento da Ford no país. "Detroit News" e "Free Press", os jornais da sede da montadora, deram títulos como "Ford vai gastar para se expandir no Brasil", sendo "mais da metade em Camaçari, na Bahia, e em Horizonte, no Ceará"
CAMINHÕES ETC.
O "Financial Times" destaca que a montadora alemã MAN agora "quer crescer nos Brics e comprou o maior negócio de caminhões do Brasil, 25% da maior fábrica de caminhões da China e lançou uma joint venture na Índia".
E o francês "La Tribune", com eco pela France Presse, noticia que a fábrica de pneus Michelin "anunciou nova fábrica no Brasil", em Resende, "perto do Rio de Janeiro".
"BOOM" TAMBÉM
O americano "Christian Science Monitor", em levantamento com "urbanologistas", elaborou uma lista das "próximas cidades a explodirem" nesta "era de comércio global". Além das esperadas Xangai e Mumbai, a chinesa Beihai e a indiana Ghaziabad. Mais Istambul, na Turquia, e São Paulo, no Brasil.
BRICS, BRICS
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, deu longa entrevista ao "FT", defendeu investimento no Brasil e foi questionado sobre quais seriam os próximos "lugares quentes no mundo, além de China, Índia e Brasil". Citou um só, pelo nome, a Rússia. Mas registrou que "alguns outros na América Latina podem contribuir".
OCIDENTAL
O blog financeiro Seeking Alpha postou duas análises, partes 1 e 2, sob o título comum "Futuro brilhante para a Petrobras e o Brasil". Diz que Lula "não é a reencarnação de Fidel" e que "é incrível o que o bom senso e o pragmatismo podem alcançar".
No segundo texto, sublinha declaração de Dilma Rousseff, "respeitamos contratos, somos parte do Ocidente".
EUA E A VISITA
No alto da Folha Online, "Manifestantes no Rio rejeitam visita do presidente do Irã e criticam Lula".
No "WSJ", o correspondente John Lyons escreveu no fim da semana que "A nova estatura do Brasil é ameaçada pela visita de Ahmadinejad". Cita críticas, no caso, "em Washington, azedando a relação de amizade que parecia prometer um período de cooperação sem precedentes na América Latina". Encerra dizendo que, "por outro lado, o Brasil pode ganhar aplauso internacional se usar a visita para cobrar Ahmadinejad a ceder aos controles de enriquecimento de urânio defendidos pelos EUA".
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