PANORAMA POLÍTICO
O GLOBO - 14/11/09
A frase “Olhe aqui, minha filha”, dita pela ministra Dilma Rousseff, ao responder sobre o apagão, acendeu a luz amarela no governo. Seus conselheiros já disseram mais de 15 vezes que ela precisa se controlar e adotar a tática “Lulinha paz e amor”, que consiste em respirar e contar antes de dar uma resposta atravessada. Eles avaliam que a ministra foi à entrevista na defensiva e estava armada, como se fosse para a guerra.
As voltas que a vida dá
Em abril de 2008, no olho do furacão da crise econômica internacional, o presidente Lula chegou a convidar o economista Luiz Gonzaga Belluzzo para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central. A informação consta de reportagem de Cristiano Romero e Alex Ribeiro, publicada ontem no jornal “Valor Econômico”. A demissão acabou não se consumando e Belluzzo virou presidente, mas do Palmeiras. Ironicamente, Belluzzo, que chegou a ser visto como salvação pelo presidente Lula, foi o principal mentor do documento “Sem mudança não há esperança”, de 2004, que levou o PPS para o lado da oposição.
"Se há dinheiro para criar cargos, apoiar o MST, lançar Bolsa Celular, tem que haver dinheiro para fazer justiça com os aposentados” — Solange Amaral, deputada federal (DEM-RJ)
PUXÃO DE ORELHA. O ministro José Gomes Temporão (Saúde) levou uma reprimenda em público do presidente Lula durante o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em Olinda (PE). O motivo foi o atraso nas obras da fábrica da Hemobrás. “É importante lembrar que está atrasada, viu, Temporão? De vez em quando eu penso que eu venho inaugurar a fábrica, e ela nem começou ainda.
É preciso saber por que atrasou tanto”, disse ele.
Dobradinha O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), conversaram duas vezes esta semana. Se Lindberg vencer a disputa interna no PT e for candidato, Crivella será seu candidato ao Senado.
No seco O presidente Lula ficou irritado, quinta-feira, na reunião com as centrais sindicais.
Lá pelas tantas, protestou: “Cesar Alvarez, quase uma hora de reunião e não teve café nem água. Já começou e ainda falta um ano para acabar o governo”.
Velhos vícios no Senado O projeto de reforma administrativa do Senado, elaborado pela Fundação Getulio Vargas, prevê 122 cargos comissionados para livre nomeação, sem concurso, na área administrativa. O senador Renato Casagrande (PSBES) quer acabar com essa possibilidade de empreguismo.
Ele afirma que é “inadmissível nomeações de ‘estrita confiança’ para cargos da estrutura permanente”.
Lobby da Monsanto
A bancada ruralista pressiona o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para barrar pedido da Monsanto para elevar a tarifa antidumping nas importações do herbicida glifosato da China. Segundo o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), a multinacional entrou com um pedido para que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reveja para cima o percentual da sobretaxa, que está em 2,1%.
Se a Monsanto levar, os produtores dizem que o custo de produção vai subir.
JOGO DE CENA. Ciro Gomes (PSB-CE) irá novamente a Minas na terça-feira visitar o governador Aécio Neves.
EM CAUSA PRÓPRIA. Dono das bolachas Mabel, o deputado Sandro Mabel (PRGO) indicou o presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Sussumu Honda, para receber a Medalha do Mérito Legislativo.
LEI SECA. O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) participa da Conferência Mundial de Segurança Viária, hoje, em Moscou. Um dos objetivos do encontro é montar um banco de dados de boas práticas.
ILIMAR FRANCO com Fernanda Krakovics, sucursais e correspondentes
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