NELSON DE SÁ
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/10/09
Sob o título "O verdadeiro Lula" e o subtítulo "O presidente do Brasil vira à esquerda", a americana "Newsweek" critica que, "em mensagem pesada ao mercado, ele estapeou taxa no investimento estrangeiro". E "parece estar em missão de redenção do Estado". Em suma, "um populista".
Por outro lado, sob o título "Especulação estrangeira com nossa moeda é uma bolha prestes a estourar" e o subtítulo "Devemos seguir liderança do Brasil e impor taxa sobre capital externo", os australianos "Sidney Morning Herald" e "The Age" destacaram domingo que "os hedge funds americanos e ingleses estão de volta a seus velhos truques".
Argumentou que "a alta do real brasileiro e do dólar australiano teve impacto desastroso sobre a indústria de não commodities" de ambos.
NO BC TAMBÉM?
Enquanto Henrique Meirelles estreia "merchandising" do Banco Central no "Domingão do Faustão", a cobertura econômica tenta identificar o que vem por aí. A "Exame" destacou "o que o mercado espera do substituto". Diz que os "ortodoxos" apoiam os diretores do BC Mário Mesquita e Alexandre Tombini, mas se estende mais sobre o "desenvolvimentista" Luciano Coutinho, dizendo que traria "o velho fantasma" da inflação.
Já "O Estado de S. Paulo" entrevistou Coutinho e deu a manchete "País deve conter gastos para crescer, diz chefe do BNDES". Ele nega a "aposta crescente no mercado", no dizer do jornal, de passar ao BC.
SEM EQUILÍBRIO
Wolfgang Schaeuble, futuro ministro das finanças da Alemanha, que alcançou ontem um acordo de coalizão de partidos direitistas, deu entrevista ao "Welt Am Sonntag" e "descartou equilíbrio fiscal" por quatro anos, até o fim do governo. Diz ele:
"Nós temos que fazer tudo para interromper o declínio do crescimento".
SEM FLUTUAÇÃO
Diante da pressão americana para a China implantar câmbio flutuante, como o Brasil, o "Financial Times" foi ouvir Jim O'Neill, economista que "surgiu com o conceito Bric". Ele ironizou:
"Talvez em dez anos a China fale "Viemos até aqui sem flutuar a moeda" e imponha o câmbio controlado sobre o resto do mundo".
"MÉXICO, NO; BRASIL, SÍ"
Moisés Naím, editor-chefe da "Foreign Policy", publicou ontem no "El País" a coluna "México, não; Brasil, sim". Abre dizendo que, "faz só alguns anos, o México simbolizava o sucesso da América Latina, e o Brasil, seu fracasso. Hoje é o oposto". Saúda até a taxa sobre aplicação externa, citando o editorial do "conservador "Financial Times'". Na frase em destaque, "Nos últimos anos, 20 milhões de brasileiros saíram da pobreza".
Encerra lamentando como os "cartéis de empresas privadas, sindicatos, meios de comunicação" impedem o progresso mexicano. E dizendo, "Oxalá a competição com o Brasil estimule" competição por lá.
MOSTRA
Já cresce a cobertura de Brasil no Irã. Entre outros, seu canal de notícias em inglês deu a Mostra de SP, com 14 filmes iranianos como "Ashkan" (acima), do diretor Shahram Mokri
COMPETIÇÃO
O "Jornal Nacional" destacou o noticiário estrangeiro da violência no Rio em suas edições dos dias 17, 19, 20, 21 e 23. Deu que a "Economist" "aborda a competição de facções rivais", mas não que comparou o Rio com São Paulo, onde "uma gangue é dominante". A opinião, já exposta antes, é que até os homicídios caem devido ao "monopólio do PCC"
HEGEMONIA
Do economista Carlos Lessa, autor de "O Rio de Todos os Brasis", ontem no "Estado":
"A queda do helicóptero mostra o estágio primário do conflito. A paralisação de São Paulo pelo PCC mostra a vantagem civilizada de um crime com hegemonia. O crime organizado já se estabilizou. Como não está estabilizado no Rio, há conflitos. O helicóptero abatido é notícia nova e ajuda a mídia a "cronificar" a imagem do Rio violento, neutralizando a escolha da Olimpíada".
OUTRO BRASIL
O caderno de turismo do "NYT" se voltou à América Latina. No destaque, Minas, "O outro Brasil" (acima). Depois Uruguai, México, Colômbia e só então o Rio
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