RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 04/10/09
Líderes governistas concentram sua preocupação num ponto do projeto que estabelece o sistema de partilha para a exploração do petróleo do pré-sal: a constitucionalidade da norma que garante à Petrobras o status de operadora única dos campos. Mesmo na base aliada não há consenso sobre o assunto. A pressão das empresas petroleiras privadas é enorme.
Na tentativa de dar aos deputados argumentos para votar a favor do texto tal como está, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, irá na terça à comissão especial que discute o marco regulatório acompanhado pela assessoria jurídica da empresa. Na quarta será a vez de a AGU, que ajudou a estudar o tema e formatar o modelo adotado, comparecer à comissão.
Prazo. O relator do projeto sobre o sistema de partilha, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pretende entregar seu texto no próximo dia 22, para que haja tempo de discuti-lo e levá-lo ao plenário entre 2 e 10 de novembro.
Santo remédio. De um auxiliar de Lula, sobre a escolha do Rio para abrigar a Olimpíada de 2016: "Esse negócio vai acabar com o bico do Sérgio Cabral por causa dos royalties do pré-sal".
A boa filha... Na semana em que Lula enquadrou Ciro Gomes, levando o deputado a transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, Dilma lançou ofensiva para cortejar o PDT, que vinha se oferecendo para ocupar o posto de vice numa chapa presidencial ancorada por Ciro. Sexta, em passagem pelo Rio, a pré-candidata do PT aproveitou para tomar café da manhã com a base governista na Assembleia acompanhada do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
... à casa torna. E nesta semana Dilma, ex-pedetista, jantará com os deputados federais do partido, de novo escoltada por Lupi. O ministro era o nome que vinha sendo cogitado para vice de Ciro.
Time. Em Ribeirão Preto, Gilberto Kassab (DEM) referiu-se a Aloysio Nunes Ferreira como candidato a governador. A vaga é cobiçada tanto pelo chefe da Casa Civil quanto por Geraldo Alckmin, desafeto do prefeito paulistano.
Em aberto. Enquanto uma das vagas do campo demotucano na eleição para o Senado por São Paulo já é de Orestes Quércia (PMDB), a outra ainda será objeto de muito debate. Hoje, um nome que frequenta a bolsa de apostas é o do secretário da Educação, Paulo Renato (PSDB).
Carimbado. Quem acompanha o processo sucessório na Advocacia Geral da União avalia que a cotação de Luís Inácio Adams, atual procurador-geral da Fazenda Nacional, caiu devido à sua proximidade com o ministro Guido Mantega. Lula estaria inclinado a colocar no posto alguém ligado diretamente a ele.
Por fora. Com a dúvida sobre Adams, no entorno do presidente ganha força o nome de Sérgio Renault, o preferido do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Atestado. Causou espécie a insistência de deputados enviados a Tegucigalpa em tirar fotos ao lado do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Na embaixada brasileira, suspeita-se que elas serão usadas na campanha como prova de "compromisso com a democracia".
Rombo 1. Os técnicos do PSDB estimam que deverá custar R$ 800 milhões por ano aos cofres da União a onda de federalização de funcionários dos ex-territórios. Só com os de Rondônia, o gasto mensal será de R$ 40 milhões.
Rombo 2. A federalização dos servidores de Rondônia aguarda votação em segundo turno na Câmara. No primeiro, só três deputados foram contra. Apesar de a ideia arrepiar os caciques tucanos, o líder José Aníbal (SP), rondoniense, votou a favor.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Ninguém é obrigado a assinar. Mas retirar assinatura é falta de caráter. Vamos mostrar a cara desses sujeitos que têm voto do produtor rural e traíram suas bases."
Do deputado ABELARDO LUPION (DEM-PR), sobre a manobra governista para retirar assinaturas do requerimento da CPI do MST.
Contraponto
Percepções
Senador da base aliada almoçava com jornalista dias atrás em restaurante de Brasília. Frequentador do local, ele foi abordado pelo garçom em tom familiar:
-Ô, senador, nós temos de fazer o novo presidente, hein? O Lula tem de fazer o novo presidente!
-Claro! Vamos eleger a Dilma. Pode deixar.
-Essa Dilma não, senador. Eu acho que o Ciro Gomes é melhor do que ela.
-Mas por quê? A Dilma é muito boa!
-Ah, ela é muito diferente do Lula, senador! Essa Dilma é daquelas que só viram rio cheio na vida. Ela não sabe o que é um rio vazio.
Líderes governistas concentram sua preocupação num ponto do projeto que estabelece o sistema de partilha para a exploração do petróleo do pré-sal: a constitucionalidade da norma que garante à Petrobras o status de operadora única dos campos. Mesmo na base aliada não há consenso sobre o assunto. A pressão das empresas petroleiras privadas é enorme.
Na tentativa de dar aos deputados argumentos para votar a favor do texto tal como está, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, irá na terça à comissão especial que discute o marco regulatório acompanhado pela assessoria jurídica da empresa. Na quarta será a vez de a AGU, que ajudou a estudar o tema e formatar o modelo adotado, comparecer à comissão.
Prazo. O relator do projeto sobre o sistema de partilha, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pretende entregar seu texto no próximo dia 22, para que haja tempo de discuti-lo e levá-lo ao plenário entre 2 e 10 de novembro.
Santo remédio. De um auxiliar de Lula, sobre a escolha do Rio para abrigar a Olimpíada de 2016: "Esse negócio vai acabar com o bico do Sérgio Cabral por causa dos royalties do pré-sal".
A boa filha... Na semana em que Lula enquadrou Ciro Gomes, levando o deputado a transferir o domicílio eleitoral para São Paulo, Dilma lançou ofensiva para cortejar o PDT, que vinha se oferecendo para ocupar o posto de vice numa chapa presidencial ancorada por Ciro. Sexta, em passagem pelo Rio, a pré-candidata do PT aproveitou para tomar café da manhã com a base governista na Assembleia acompanhada do ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
... à casa torna. E nesta semana Dilma, ex-pedetista, jantará com os deputados federais do partido, de novo escoltada por Lupi. O ministro era o nome que vinha sendo cogitado para vice de Ciro.
Time. Em Ribeirão Preto, Gilberto Kassab (DEM) referiu-se a Aloysio Nunes Ferreira como candidato a governador. A vaga é cobiçada tanto pelo chefe da Casa Civil quanto por Geraldo Alckmin, desafeto do prefeito paulistano.
Em aberto. Enquanto uma das vagas do campo demotucano na eleição para o Senado por São Paulo já é de Orestes Quércia (PMDB), a outra ainda será objeto de muito debate. Hoje, um nome que frequenta a bolsa de apostas é o do secretário da Educação, Paulo Renato (PSDB).
Carimbado. Quem acompanha o processo sucessório na Advocacia Geral da União avalia que a cotação de Luís Inácio Adams, atual procurador-geral da Fazenda Nacional, caiu devido à sua proximidade com o ministro Guido Mantega. Lula estaria inclinado a colocar no posto alguém ligado diretamente a ele.
Por fora. Com a dúvida sobre Adams, no entorno do presidente ganha força o nome de Sérgio Renault, o preferido do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Atestado. Causou espécie a insistência de deputados enviados a Tegucigalpa em tirar fotos ao lado do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Na embaixada brasileira, suspeita-se que elas serão usadas na campanha como prova de "compromisso com a democracia".
Rombo 1. Os técnicos do PSDB estimam que deverá custar R$ 800 milhões por ano aos cofres da União a onda de federalização de funcionários dos ex-territórios. Só com os de Rondônia, o gasto mensal será de R$ 40 milhões.
Rombo 2. A federalização dos servidores de Rondônia aguarda votação em segundo turno na Câmara. No primeiro, só três deputados foram contra. Apesar de a ideia arrepiar os caciques tucanos, o líder José Aníbal (SP), rondoniense, votou a favor.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Ninguém é obrigado a assinar. Mas retirar assinatura é falta de caráter. Vamos mostrar a cara desses sujeitos que têm voto do produtor rural e traíram suas bases."
Do deputado ABELARDO LUPION (DEM-PR), sobre a manobra governista para retirar assinaturas do requerimento da CPI do MST.
Contraponto
Percepções
Senador da base aliada almoçava com jornalista dias atrás em restaurante de Brasília. Frequentador do local, ele foi abordado pelo garçom em tom familiar:
-Ô, senador, nós temos de fazer o novo presidente, hein? O Lula tem de fazer o novo presidente!
-Claro! Vamos eleger a Dilma. Pode deixar.
-Essa Dilma não, senador. Eu acho que o Ciro Gomes é melhor do que ela.
-Mas por quê? A Dilma é muito boa!
-Ah, ela é muito diferente do Lula, senador! Essa Dilma é daquelas que só viram rio cheio na vida. Ela não sabe o que é um rio vazio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário