A espécie a caminho da extinção começa a crescer nos ibopes
A pesquisa CNT-Sensus divulgada nesta terça-feira informa: ou o Brasil não soube da chegada iminente da Segunda Independência ou nem soube que seria proclamada. A popularidade de Lula caiu alguns pontos, Dilma Rousseff andou para trás, Marina Silva desobedeceu a Franklin Martins e não tirou votos de José Serra.
Enquanto meu amigo e vizinho Reinaldo Azevedo disseca os resultados com o brilho habitual, continuo à procura do entrevistado-pelo-instituto-de-pesquisa. Foi alentador saber que o Sensus conseguiu encontrar mais brasileiros-descontentes-com-governo, espécie à beira da extinção de dois anos para cá. Pelo que diziam os ibopes, o que restara da raça agonizava em meia dúzia de blogs.
Os organizadores do levantamento juram que a espécie a caminho do sumiço cresceu repentinamente graças a três derrapagens do governo: o avanço da gripe suína, o apoio de Lula a José Sarney e a sensação de que Dilma Rouseff mente demais. Nada disso é novidade. As trapalhadas já se haviam consumado quando mais pesquisas seguiram desenhando a trajetória que levaria o maior governante de todos os tempos aos 100% de popularidade. Ou 103%, se a margem de erro oscilar para cima.
Anotem: os índices espantosos vão minguar a cada pesquisa. Não porque o país tenha acordado, nem porque o presidente tenha resolvido errar todas, e sim porque a eleição vem chegando. Em outubro, as previsões serão confrontados com os resultados das urnas. A audácia dos alquimistas das porcentagens é de bom tamanho. Mas nunca será maior que o instinto de sobrevivência.
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