Efeito bumerangue
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/08/09
Embora José Sarney (PMDB-AP) e aliados avaliassem ontem ter saído vitoriosos do pugilato da véspera no plenário do Senado, há quem considere que o espetáculo de intimidação explícita dos adversários acabou por aumentar o número dos que defendem a saída do presidente. Após reunião com representantes de vários partidos, o placar indicava que Sarney tem hoje PMDB e PTB (ambos com defecções), além do único voto do PP. O PT já se foi quase todo.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), saiu da reunião com um recado: o eventual arquivamento de todas as ações contra Sarney no Conselho de Ética abrirá guerra total. Ao fim do dia, os sarneysistas falavam apenas em empurrar o conselho com a barriga.
No prelo. Para acuar a oposição no Conselho de Ética, o PMDB planejava protocolar entre ontem à noite e hoje de manhã a representação contra o tucano Arthur Virgílio.
Comigo não. Aloizio Mercadante reagiu à ideia de que Ricardo Berzoini, presidente do PT, participasse da reunião entre a bancada do partido e o PT sobre a crise no Senado: "É reunião para quê? Me enquadrar?". Berzoini ficou de fora do café da manhã.
Cordão sanitário. De Romero Jucá, diante do arranca-rabo de segunda-feira no plenário: "Bom mesmo seria pegar gripe suína pra passar uns dez dias longe do Senado".
Corta! A TV Senado interrompeu ontem a transmissão do plenário, por um minuto e meio, exatamente quando um grupo de manifestantes exibia faixas de "Fora Sarney" nas galerias. Às pressas, foram levadas ao ar chamadas para programação gravada.
Quem te viu... De Sarney, em entrevista dada em 1992 à sua TV Mirante sobre o governo do agora melhor amigo Fernando Collor (PTB): "Nunca tivemos um momento de tragédia política como estamos vendo agora".
...quem te vê. Ainda Sarney, em festa oferecida pela filha, Roseana, depois da abertura do processo de impeachment: "Foi a coisa mais bonita que aconteceu na história do país neste século".
Conveniente. Em reunião com líderes demo-tucanos, o governador e pré-candidato José Serra observou que a eventual entrada de Marina Silva no páreo presidencial poderá dividir os votos do campo de apoio a Lula, desidratando Dilma Rousseff.
Lupa 1. As entidades patronais que deixaram o Codefat em protesto contra a intervenção do ministro Carlos Lupi (Trabalho) para mudar o rodízio no comando do órgão vão pedir auditoria do Tribunal de Contas da União em todos os convênios de recursos não obrigatórios do FAT.
Lupa 2. A medida foi decidida depois que as entidades receberam informações segundo as quais Lupi acertou a manobra em conjunto com o deputado Paulinho da Força (PDT-SP), padrinho de Luiz Fernando Emediato, ex-presidente do Codefat.
Pista dupla. Além dos fretados, outro tema promete acirrar os ânimos na base de Gilberto Kassab (DEM) na Câmara paulistana: mototáxi. O prefeito é contra, mas o vereador Ricardo Teixeira (PSDB) já apresentou projeto para liberar o serviço.
Visita à Folha. Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Maria Laura da Rocha, chefe de gabinete, Hermano Telles Ribeiro, chefe da Secretaria de Planejamento Diplomático, Paulo Sergio Traballi Bozzi, chefe da representação do ministério em São Paulo, Mauricio Carvalho Lyrio, chefe da assessoria de imprensa, e Pedro Marcos de Castro Saldanha, introdutor diplomático.
Tiroteio
"Depois do baião e da carne de bode em Exu, só falta a campanha do governador José Serra pedir perdão aos nordestinos por tê-los culpado pelo mau desempenho da educação em São Paulo."
De RUI FALCÃO , líder da bancada do PT na Assembleia paulista, sobre a recente visita do tucano, pré-candidato ao Planalto, a Pernambuco.
Contraponto
Pelo sim, pelo não O ministro José Múcio (Relações Institucionais) recebia convidados para almoçar em seu gabinete improvisado no "Bolo de Noiva", anexo do Itamaraty para o qual se mudou durante a reforma do Palácio do Planalto.
Na bandeja, o garçom apresentou as duas opções de prato principal: filé à parmegiana e lombo de porco. Os dois primeiros comensais pediram filé, e Múcio brincou:
-O coitado do porco não é culpado pela gripe suína!
Alheios à piada, outros dois convivas escolheram a carne bovina. Quando o garçom, diligente, foi servir uma fatia de lombo a Múcio, o ministro mudou de ideia:
-Também vou no bife. Afinal, sou sempre pela maioria!
Contraponto
Pelo sim, pelo não O ministro José Múcio (Relações Institucionais) recebia convidados para almoçar em seu gabinete improvisado no "Bolo de Noiva", anexo do Itamaraty para o qual se mudou durante a reforma do Palácio do Planalto.
Na bandeja, o garçom apresentou as duas opções de prato principal: filé à parmegiana e lombo de porco. Os dois primeiros comensais pediram filé, e Múcio brincou:
-O coitado do porco não é culpado pela gripe suína!
Alheios à piada, outros dois convivas escolheram a carne bovina. Quando o garçom, diligente, foi servir uma fatia de lombo a Múcio, o ministro mudou de ideia:
-Também vou no bife. Afinal, sou sempre pela maioria!
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