FOLHA DE SÃO PAULO - 06/08/09
O destino do impasse no Senado está, ainda mais do que antes, dependendo dos meios de comunicação |
NEM A defesa do senador José Sarney e o esperado escapismo do Conselho de Ética encerram a conturbação no Senado, nem os contrários à permanência de Sarney estão preparados para efetivar o seu objetivo. Se vieram da imprensa os elementos que alimentaram o confronto até aqui, como disse com razão o discurso de Sarney, o destino do impasse estará agora, ainda mais do que antes, dependendo dos meios de comunicação.
A par da eventual continuidade de notícias utilizáveis no confronto, outra razão põe na imprensa a posição de realce. A defesa apresentada pelo presidente do Senado, com certo prejuízo pelo nervosismo excessivo, teve como preliminar a acusação de inveracidade das chamadas denúncias publicadas. Diante disso, o normal no jornalismo é o empenho de levar adiante o publicado para comprová-lo e consolidá-lo, como demonstração definitiva. Dos senadores é que não há a esperar senão o mesmo que mostraram até agora: a capacidade de manter a conturbação, cuja mediocridade pareceu a Fernando Collor de nível ainda muito alto e o fez reduzi-la a pó, em uma explosão de descontrole patético.
Como esperar algo diferente do que houve até agora? Cerca de um terço do Senado é composto por suplentes, pessoas sem nenhum voto sequer. A maioria da Casa não encontrou melhor escolha para a presidência do Conselho de Ética, e para dar o parecer inicial sobre as acusações em questão, do que um segundo suplente - Paulo Duque, que não mais se elegeu nem deputado estadual fluminense. Para a vice-presidência, um suplente, Gim Argello, com pendências graves na Justiça e empossado no lugar de um senador, Joaquim Roriz, posto em fuga para não ser cassado por improbidades.
Há referências frequentes, no noticiário, a uma tal tropa de choque do Senado. A rigor, está mais para milícia. Sua tática, iniciada ontem mesmo, é valer-se da maioria no Conselho de Ética para aprovar a invalidade das representações contra Sarney com o argumento, recolhido em decisões judiciais, de que acusações em imprensa não têm força incriminatória.
Saída que o próprio presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, prontamente fortaleceu em sua breve intervenção no Conselho de Ética, ao reconhecer gratuitamente que os adversários de Sarney apenas agitaram informações de imprensa. Pareceu mesmo que sua colaboração foi deliberada, porque a milícia governista tem nas mãos o mandato do senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, passível de julgamento no Conselho de Ética. E, de quebra, uma ameaça latente ao mandato do peessedebista Tasso Jereissati.
Registro especial é devido à bancada do PT no Senado: definira-se pelo afastamento de Sarney para a realização de investigações, foi pressionada por Lula para mudar de posição, não o fez, e ontem voltou a confirmar, por equilibrada e segura exposição de Aloizio Mercadante, sua atitude divergente. E sem precedente.
A par da eventual continuidade de notícias utilizáveis no confronto, outra razão põe na imprensa a posição de realce. A defesa apresentada pelo presidente do Senado, com certo prejuízo pelo nervosismo excessivo, teve como preliminar a acusação de inveracidade das chamadas denúncias publicadas. Diante disso, o normal no jornalismo é o empenho de levar adiante o publicado para comprová-lo e consolidá-lo, como demonstração definitiva. Dos senadores é que não há a esperar senão o mesmo que mostraram até agora: a capacidade de manter a conturbação, cuja mediocridade pareceu a Fernando Collor de nível ainda muito alto e o fez reduzi-la a pó, em uma explosão de descontrole patético.
Como esperar algo diferente do que houve até agora? Cerca de um terço do Senado é composto por suplentes, pessoas sem nenhum voto sequer. A maioria da Casa não encontrou melhor escolha para a presidência do Conselho de Ética, e para dar o parecer inicial sobre as acusações em questão, do que um segundo suplente - Paulo Duque, que não mais se elegeu nem deputado estadual fluminense. Para a vice-presidência, um suplente, Gim Argello, com pendências graves na Justiça e empossado no lugar de um senador, Joaquim Roriz, posto em fuga para não ser cassado por improbidades.
Há referências frequentes, no noticiário, a uma tal tropa de choque do Senado. A rigor, está mais para milícia. Sua tática, iniciada ontem mesmo, é valer-se da maioria no Conselho de Ética para aprovar a invalidade das representações contra Sarney com o argumento, recolhido em decisões judiciais, de que acusações em imprensa não têm força incriminatória.
Saída que o próprio presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, prontamente fortaleceu em sua breve intervenção no Conselho de Ética, ao reconhecer gratuitamente que os adversários de Sarney apenas agitaram informações de imprensa. Pareceu mesmo que sua colaboração foi deliberada, porque a milícia governista tem nas mãos o mandato do senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, passível de julgamento no Conselho de Ética. E, de quebra, uma ameaça latente ao mandato do peessedebista Tasso Jereissati.
Registro especial é devido à bancada do PT no Senado: definira-se pelo afastamento de Sarney para a realização de investigações, foi pressionada por Lula para mudar de posição, não o fez, e ontem voltou a confirmar, por equilibrada e segura exposição de Aloizio Mercadante, sua atitude divergente. E sem precedente.
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