Foi assim a conversa de ontem de Celso Amorim com o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones: o Brasil queria entender as bases que a Colômbia está cedendo aos EUA. Mas os EUA estavam interessados em algo mais prático: o programa F-X para renovar a frota de caças da FAB. Um negócio de uns R$ 4 bi. Jones trouxe uma carta da chefe do Departamento de Estado, Hillary Clinton, em que ela sugere uma parceria estratégica e oferece transferência de tecnologia para tentar vender seus aviões. São expressões-chave do negócio, às quais o Brasil recorria para mostrar preferência pela França (que já promete as duas coisas há tempos) e para desdenhar os EUA. Amorim não perdeu a chance de reclamar do veto dos EUA à venda de 24 Super Tucanos da Embraer para a Venezuela, em janeiro de 2006, alegando que o avião brasileiro usa tecnologia norte-americana (sistema inercial de voo, computador de bordo, motor e hélice). O Brasil nunca engoliu e, ontem, o ministro cobrou: "Foi um grande erro!". Os venezuelanos giraram à esquerda e compraram os Sukhoi da Rússia. O Brasil perdeu muito, os EUA perderam um pouco, e quem se deu bem foi Moscou. Como defesa, Jones disse que foi tudo culpa do governo Bush e que, daqui para a frente, tudo será diferente. Há controvérsias. O temor é que, com carta ou sem carta, os EUA vendam, mas não entreguem toda a encomenda (como a transferência de tecnologia). Concorrem o Rafale, da França, o F-18, dos EUA, e o Gripen, da Suécia. A questão está nas mãos de Nelson Jobim (Defesa), que já fez inúmeras manifestações pró-França, mas vive para lá e para cá com o embaixador americano que está de saída, Clifford Sobel. E, se for pelo preço, assim, singelamente, quem ganha é a Suécia. PS - No Senado, a tropa de choque ameaçou, e a oposição recuou. O medo venceu a esperança. |
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