Roberto Pompeu de Toledo
Três modelos sexuais
"Fernando Lugo possui o charme do padre
transgressor à moda antiga; Jacob Zuma,
o charme da poligamia; Susan Boyle
introduziu o charme do sexo zero"
Fernando Lugo – ex-bispo, presidente do Paraguai. Notório, hoje, menos pelas políticas que defende como presidente do que pela política sexual que adotou nos tempos de religioso. A primeira denúncia de que era pai, logo seguida pela segunda, depois pela terceira, e rumores de outras por vir ofereceram ao público uma daquelas evidências de que, por trás das aparências de uma pessoa, pode pulsar uma outra, surpreendente, espetacular (veja Susan Boyle). Viviana Carrillo, a primeira a denunciar Lugo como pai de seu filho (hoje com 2 anos), contou que o caso começou quando o ainda bispo se hospedou na casa da madrinha dela; à noite, Viviana foi levar-lhe os lençóis e perguntou se precisava de mais alguma coisa. "Preciso de você", foi a resposta. A frase trai um Don Juan versado nas cantadas e dotado de típica ousadia. Ressalve-se a presença, em seus namoros, de catolicíssimas particularidades. Damiana Morán Amarilla, que o auxiliava no trabalho pastoral, e que definiu a relação entre ambos como uma "explosão de sentimentos", deu ao filho (hoje com 1 ano e 4 meses) o nome de João Paulo – homenagem ao papa João Paulo II. Lugo merece outro crédito: eis, enfim, um escândalo sexual nas hostes católicas que não é de pedofilia! É verdade que se chegou a alegar que Viviana tinha 16 anos na noite dos lençóis. Segundo outras versões, teria mais de 20. De toda forma, é do sexo feminino. E, mesmo que tivesse 16 anos, estaria longe dos 12, idade máxima tolerada por um pedófilo clássico. Fernando Lugo é um transgressor do voto de castidade à moda antiga, dos bons tempos em que os padres tinham amantes mulheres.
Jacob Zuma – novo presidente da África do Sul. Zuma aplica, nas danças que costumam pontilhar seus comícios, passos parecidos aos dos jogadores de futebol ao festejar os gols. Trata-se de uma amostra do sensual jogo de corpo que encontra sua plena realização na cama. Quantas mulheres tem ele? Casamentos foram seis. Uma das mulheres se suicidou, de outra se divorciou. Quatro continuam em curso, num país que aceita a poligamia tradicional dos zulus. Há ainda casos fora do casamento. Quantos seriam os filhos? O total, tal qual no caso das mulheres, só pode ser estimado. Na conta dele são dezoito; outros cálculos vão além. O presidente da África do Sul diferencia-se do do Paraguai pela entrega tão escancarada às proezas sexuais, quando, no outro, são escondidas. Iguala-se ao colega sul-americano no fato de não se saber com segurança quantas mulheres tem e quantos filhos gerou (veja Fernando Lugo). Num caso tornado público porque motivou um processo por estupro (do qual foi absolvido), Zuma manteve relações com uma jovem mesmo sabendo ser ela portadora do vírus HIV, e sem adotar proteção. Ele explicou que se preveniu da doença tomando uma ducha depois da relação. Nada lhe segura a indomável libido. Disse uma vez: "Muitos políticos têm amantes e filhos que escondem para fingir que são monogâmicos. Eu prefiro ser aberto. Amo minhas mulheres e tenho orgulho de meus filhos". Huuummm… Não é que tem razão?
Susan Boyle – cantora sensação de programa de calouros britânico. Boyle, católica fervorosa, frequentou igrejas a vida inteira, destacou-se no trabalho voluntário e no coro dos hinos religiosos, mas nunca teve a sorte (ou o azar) de encontrar um Lugo na sacristia (veja Fernando Lugo). Aos 47 anos, nunca foi beijada, segundo afirmou aos entrevistadores do programa em que sairia do anonimato para a glória universal com sua interpretação de I Dreamed a Dream. A senhora simplona, de corpo maltratado, desajeitada, malvestida e mal penteada emocionou o mundo ao provar, contra todas as evidências, ser capaz de proporcionar um raro momento de beleza. É de novo uma daquelas evidências de que, por trás das aparências de uma pessoa, pode pulsar uma outra, surpreendente, espetacular. Muitas foram as explicações para o impacto que Susan Boyle causa nas pessoas. Aqui vai mais uma: num mundo intoxicado de sugestões de sexo, ela introduziu a alternativa oposta. Representa uma virada de maré, na rendição ao sexo dominante na música pop como no cinema, na televisão e na publicidade. Susan Boyle deve tomar cuidado com o que tentarão fazer dela daqui para a frente. Já está em curso uma tentativa de remodelação de sua aparência. Deve ter mais cuidado ainda com os rapazes e os senhores que daqui para a frente disputarão a primazia de arrancar-lhe o primeiro beijo. Em jogo está uma das armas de seu êxito: o charme do sexo zero
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