FOLHA DE SÃO PAULO - 31/05/09
SÃO PAULO - O governo brasileiro está batalhando, sem sucesso, para entronizar o G20, o clubão das maiores economias do planeta, como gerente informal das finanças mundiais, o que lhe asseguraria um posto na linhas de frente.
Mas, por desinteresse de países ricos, entre eles o que preside o G20 no momento, o Reino Unido, o grupo não saiu do lugar desde a cúpula de Londres. Todo o trabalho de coordenação e definição da reforma da arquitetura financeira global ou não caminha ou fica a cargo de iniciativas isoladas. Estados Unidos e União Europeia já divulgaram seus planos para regular os derivativos e para vigiar os bancos, respectivamente.
Mas nada coordenado, o que combina com o abandono da tese, que o Brasil defendeu, de que deveria haver um sistema supranacional de regulação.
Até aí, no entanto, o governo brasileiro não se preocupa. Aceitou que as resistências a que estranhos xeretem Wall Street ou a City londrina são grandes e poderosas demais para serem vencidas. O que incomoda o governo é que o G20 não se dotou de um processo próprio de trabalho sobre a regulação do sistema financeiro desde a cúpula de Londres, realizada já faz dois meses (2 de abril).
O que há é apenas um calendário de reuniões que serve para reforçar a sensação de paralisia do grupo. A próxima reunião ministerial será apenas em setembro, em Londres, três semanas antes da nova cúpula, a terceira do G20, marcada também para setembro, nos EUA.
Reuniões de cúpula, como sabem todos os que as acompanham, são apenas a cereja de um bolo que tem que ser preparado antes pelos técnicos. Não há ninguém batendo esse bolo, o que cria um vácuo de gerenciamento financeiro global: o G8 morreu, mas ainda não foi enterrado, e o G20 nasceu, mas não consegue sair da incubadora.
SÃO PAULO - O governo brasileiro está batalhando, sem sucesso, para entronizar o G20, o clubão das maiores economias do planeta, como gerente informal das finanças mundiais, o que lhe asseguraria um posto na linhas de frente.
Mas, por desinteresse de países ricos, entre eles o que preside o G20 no momento, o Reino Unido, o grupo não saiu do lugar desde a cúpula de Londres. Todo o trabalho de coordenação e definição da reforma da arquitetura financeira global ou não caminha ou fica a cargo de iniciativas isoladas. Estados Unidos e União Europeia já divulgaram seus planos para regular os derivativos e para vigiar os bancos, respectivamente.
Mas nada coordenado, o que combina com o abandono da tese, que o Brasil defendeu, de que deveria haver um sistema supranacional de regulação.
Até aí, no entanto, o governo brasileiro não se preocupa. Aceitou que as resistências a que estranhos xeretem Wall Street ou a City londrina são grandes e poderosas demais para serem vencidas. O que incomoda o governo é que o G20 não se dotou de um processo próprio de trabalho sobre a regulação do sistema financeiro desde a cúpula de Londres, realizada já faz dois meses (2 de abril).
O que há é apenas um calendário de reuniões que serve para reforçar a sensação de paralisia do grupo. A próxima reunião ministerial será apenas em setembro, em Londres, três semanas antes da nova cúpula, a terceira do G20, marcada também para setembro, nos EUA.
Reuniões de cúpula, como sabem todos os que as acompanham, são apenas a cereja de um bolo que tem que ser preparado antes pelos técnicos. Não há ninguém batendo esse bolo, o que cria um vácuo de gerenciamento financeiro global: o G8 morreu, mas ainda não foi enterrado, e o G20 nasceu, mas não consegue sair da incubadora.
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