FOLA DE SÃO PAULO - 29/05/09
SÃO PAULO - A mídia brasileira tratou pouco da crise na Guatemala desatada por um vídeo que mais parece coisa de cinema. O trecho principal do vídeo é assim: "Boa tarde, me chamo Rodrigo Rosenberg Manzano; se você está vendo ou ouvindo esta mensagem é porque fui assassinado".
Foi mesmo, mas esse respeitado advogado deixou registrado no vídeo o nome dos assassinos: o presidente da República, Álvaro Colom, sua mulher e um de seus ministros, tudo, segundo Rosenberg, para encobrir irregularidades em um banco público e ligações com o crime organizado.
Colom, como fazem quase todos os governantes, disse que o vídeo era parte de uma conspiração para desestabilizar seu governo.
Seja qual for a verdade, parece evidente que o crime organizado estendeu seus tentáculos à política e ao aparelho de Estado, como já o havia feito antes na Colômbia e, agora, no México.
Anteontem, em uma operação inédita do Exército e da Polícia Federal, foram presos, só no Estado mexicano de Michoacán, 11 prefeitos e mais 17 altos funcionários, inclusive o diretor da academia de polícia local, todos envolvidos com o narcotráfico, que aliás tomou conta do Estado: controla não só o tráfico mas também caça-níqueis, prostituição e pirataria.
O que enlaça os casos da Guatemala e do México é que a entrada do Exército na guerra ao narcotráfico há dois anos está levando os cartéis a deslocarem operações para a América Central -o que mostra que essa polêmica alternativa de repente funciona e, por isso, tem que ser analisada, também no Brasil, sem um rechaço apriorístico.
Afinal, seria supina ingenuidade imaginar que o crime organizado por estas bandas desprezaria a possibilidade de invadir a política, ainda que o faça de maneira menos cinematográfica do que no México, na Guatemala ou na Colômbia.
SÃO PAULO - A mídia brasileira tratou pouco da crise na Guatemala desatada por um vídeo que mais parece coisa de cinema. O trecho principal do vídeo é assim: "Boa tarde, me chamo Rodrigo Rosenberg Manzano; se você está vendo ou ouvindo esta mensagem é porque fui assassinado".
Foi mesmo, mas esse respeitado advogado deixou registrado no vídeo o nome dos assassinos: o presidente da República, Álvaro Colom, sua mulher e um de seus ministros, tudo, segundo Rosenberg, para encobrir irregularidades em um banco público e ligações com o crime organizado.
Colom, como fazem quase todos os governantes, disse que o vídeo era parte de uma conspiração para desestabilizar seu governo.
Seja qual for a verdade, parece evidente que o crime organizado estendeu seus tentáculos à política e ao aparelho de Estado, como já o havia feito antes na Colômbia e, agora, no México.
Anteontem, em uma operação inédita do Exército e da Polícia Federal, foram presos, só no Estado mexicano de Michoacán, 11 prefeitos e mais 17 altos funcionários, inclusive o diretor da academia de polícia local, todos envolvidos com o narcotráfico, que aliás tomou conta do Estado: controla não só o tráfico mas também caça-níqueis, prostituição e pirataria.
O que enlaça os casos da Guatemala e do México é que a entrada do Exército na guerra ao narcotráfico há dois anos está levando os cartéis a deslocarem operações para a América Central -o que mostra que essa polêmica alternativa de repente funciona e, por isso, tem que ser analisada, também no Brasil, sem um rechaço apriorístico.
Afinal, seria supina ingenuidade imaginar que o crime organizado por estas bandas desprezaria a possibilidade de invadir a política, ainda que o faça de maneira menos cinematográfica do que no México, na Guatemala ou na Colômbia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário