terça-feira, fevereiro 10, 2009

ARI CUNHA

Passageiros cruéis

Correio Braziliense - 10/02/2009
 

Toda história possui sempre dois lados. Vamos lembrar o desastre do ônibus que matou gente e feriu várias pessoas. O motorista era um facínora. Gostava de correr para chegar mais cedo. Nisso era elogiado pela maioria dos passageiros. Há a história de que muitos deixavam passar outros ônibus, esperando aquele que cedo levaria todos para o trabalho. Corria, e os passageiros elogiavam. Com ele todos chegavam mais cedo. Era a disputa pelo ônibus com o motorista audaz. Como era mau profissional, agradava porque corria e conhecia o caminho. A história foi guardada. Repórter bisbilhota a vida dos passageiros. Foi assim que ficamos sabendo das peripécias do irresponsável apoiadas pela maioria dos usuários. Para conhecer a história, ouvimos muitos deles. Preferiram falar sem assinar as declarações. Boa parte dos sofredores não pensava que um dia tal ia acontecer. O que se prova é que o motorista era homem condenado pelas infrações cometidas, mas continuava no veículo. O registro fica para mostrar o outro lado da história. Pelo menos agora a população está ciente das coisas que se passam e não chegam ao conhecimento de todos.


A frase que foi pronunciada

“Acho que até o Meirelles é a favor da queda dos juros.”
Ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, tirando casquinha do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defensor da moeda brasileira.


Bolsas 
Mesmo nos dias mais perigosos, vemos as bolsas do ocidente fecharem em alta. No mesmo dia, as do Oriente e Europa mostram posição diferente. Sabe-se que bolsa é lugar de especulação. Dá para entender que especuladores não se desfazem dos negócios, quando é para ganhar dinheiro fácil. 

Liquidação 
O comércio de Brasília está confiante no valor das liquidações. As que estão ai fazem parte de acordo entre 5 mil lojas. É liquidação mesmo, e os próprios comerciantes vão fiscalizar. Querem sucesso, o que parece acontecer. A disposição é vender muito, apurar mais ou menos e ganhar dinheiro para reposição de estoques e pagar contas. O último final de semana confirmou. 

Quadra imprópria 
O Setor Comercial Local Norte da 205/6 tem arquitetura que não foi aceita. É bem dividida, há estacionamento. Tudo para funcionar bem. Não deu certo. Arquiteto tem dia de azar. Vale a pena a Novacap demolir tudo, construir outro setor. As vendas serão fáceis porque há muitos compradores, a se ver pelas conversas que se ouve. Arquitetura nova seria de grande valor. 

Limitação 
Controlar velocidade dos ônibus é projeto de Cristiano Dalton, diretor do Trânsito. Conhece o assunto. Estuda a possibilidade de limitar a velocidade nos ônibus urbanos. A compra do equipamento seria por conta da empresa, impedida de repassar despesas para a passagem. A matéria merece mais estudos. Nosso povo não é tão disciplinado para aceitar a novidade. 

Ao vento 
Ano passado, o Itamaraty tentou de forma tímida um acordo com as autoridades de imigração no aeroporto de Barajas, em Madri. Depois do caso de Guinga, um senhor de 60 anos, vê-se que nada foi feito. Graças à profissão e fama, Guinga teve o descaso estampado em todos os jornais do país. 

Infelizmente 
Agora o Itamaraty quer estabelecer acordo com Inglaterra, Portugal, França e Itália para amenizar a ação dos oficiais contra os brasileiros. Além disso, criar uma cartilha para ninguém esquecer quais são os deveres ao entrar em país estrangeiro. Mas aqui continuamos de braços abertos para receber criminosos, pedófilos, grileiros e tudo mais. 

Zoonose 
É preciso reconhecer o trabalho de zoonose em Brasília. Funcionários prestativos e bem capacitados informam a população sobre cachorros, ratos e morcegos. A iniciativa de realizar exame de sangue nos cães da cidade foi ação preventiva e discreta, o que pouco sê vê no governo.

História de Brasília

No Iapb, dia de chuva, a água inundava até o poço dos elevadores do Bloco 10. As providências foram tomadas, e está sendo aberta, agora, uma vala, que abrigará uma galeria pluvial. (Publicado em 20/1/1961)

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