sábado, março 17, 2012

Santa Úrsula respira - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 17/03/12

A Funorte (Faculdades Unidas do Norte de Minas) vai assumir a carioca Santa Úrsula, universidade católica de 72 anos, que estava no corredor da morte. Os mineiros prometem, inclusive, abrir cursos em outras cidades fluminenses.

Botinadas em Pelé

O encontro de ontem entre Dilma, Ronaldo, Pelé e o cacique da Fifa Joseph Blatter seria às 10h, mas ficou para 10h30m, a pedido do Rei. Mas o eterno camisa 10 só chegou... às 10h45m.

Na saída...

Pelé foi cercado por servidores do Planalto, que levaram fotos e camisas para autógrafos. Um gaiato comentou: “Você é autor de mais de mil gols e de mais de 1 milhão de autógrafos.” O Rei respondeu: “Não tenho problemas para dar autógrafos. Agora, para fazer cada gol, levava tanta botinada...”

Só para foto...

Num papo reservado, foi Dilma quem deixou claro a Aldo Rebelo que é preciso manter as garantias dadas por Lula à Fifa. No jantar de quinta, o ministro deu o recado da presidente a Blatter. Com o impasse resolvido na noite anterior, o encontro de ontem no Planalto serviu mais para filmagens e fotos.

A cor do Brasil

De 380 crianças da Mangueira e do Morro dos Macacos, no Rio, atendidos pela ONG Casa da Arte de Educar, quase todas negras, cerca de 50% se declararam no cadastro... “amarelas”. A ONG agora tenta despertar neles o orgulho de sua cor.

Ubaldo nos EUA 
João Ubaldo Ribeiro, o grande escritor baiano que vive no Rio, mal chegou das férias em Itaparica e já fez as malas de novo. Dia 25 agora, embarca para os EUA, onde vai fazer duas palestras, a convite das universidades de Illinois e Indiana.

TEVE FINAL FELIZ, na medida do possível, o massacre da serra elétrica de duas semanas atrás, lembra?, quando uma construtora decepou 17 árvores de uma praça na Gávea. A Fundação Parques e Jardins iniciou um processo chamado “transplantio”. Retirou árvores adultas do Horto do Recreio e as replantou no cenário da chacina florestal. Veja na foto menor como era formoso, em vida, um ipê amarelo que florescia ali. Este outro, também amarelo, voltará a florir na pracinha, amém. 

O gerente
O filme “O gerente”, de Paulo César Saraceni, terá estreia nacional dia 27, às 18h, no Hospital da Lagoa, no Rio, onde o cineasta está internado há 11 meses. Ana Maria Nascimento e Silva, sua mulher, planeja exibir um filme do marido a cada semana. — Paulo deve descer de cadeira de rodas para assistir — conta Ana Maria.

Garimpeiro da utopia

Diretor de documentários como “Jango” e “Anos JK”, Sílvio Tendler, 62 anos, será tema de um... documentário. É “O garimpeiro da utopia”, de José Eudes Alencar.

Afetos de Senise

O músico Mauro Senise, 61 anos, festejará 40 de carreira com um especial no Canal Brasil, amanhã, às 21h, em parceria com a Biscoito Fino, que depois vai virar o DVD e CD “Afetivo”. Terá 35 participações, como as de Edu Lobo e Wagner Tiso.

A viola caipira O músico português PedroMestre chega ao Brasil quartaque vem. Na Caixa Cultural,no Rio, ele e o mineiro ChicoLobo vão tocar oito diferentestipos de viola, como esta antigacampaniça da foto.Típica da região do Alentejo,a viola campaniça serviu deinspiração para a nossa violacaipira, que, no período colonial,chegou a ser o instrumentomais popular do Brasil.

Os 12 condenados

Autoridades do Judiciário do Rio soaram um alarme, preocupadas com decisões de juízes federais de mandar de volta ao estado 12 presos que hoje estão nas penitenciárias de Mossoró, RN, Porto Velho, RO, e Catanduva, SP. Entre os bandidos, estão Isaías do Borel, José Benemário, Toni Senhor das Armas, Juliano Gonçalves e Edmílson Ferreira.

De volta

O coleguinha Ruy Castro está em franca recuperação, depois de problemas de saúde. Volta à lide semana que vem.

Almirante negro

Hoje faria 100 anos Edmar Morel (1912-1989), um dos pais do jornalismo investigativo brasileiro, autor do livro “Almirante negro”, sobre a Revolta da Chibata. 

A essência das enciclopédias - HÉLIO SCHWARTSMAN


FOLHA DE SP - 17/03/12
SÃO PAULO - Há algo de melancólico na decisão da Encyclopaedia Britannica de pôr um fim a suas edições em papel. É como se o sonho de reunir numa única obra física todo o saber da humanidade tivesse morrido.

OK. Era um sonho tolo e que começou a naufragar ainda antes de o primeiro verbete ser criado. É que o próprio termo "enciclopédia" surge de um erro. Copistas latinos que não dominavam o grego derraparam ao transcrever a expressão "egkýklios paideía" ("educação regular", as artes e ciências que todo grego bem-nascido deveria saber) como "egkuklospaideía". Essa forma bastarda deu à luz a palavra latina "encyclopaedia" e seus filhotes em outras línguas.

A mais antiga enciclopédia conhecida é a de Plínio, o Velho, mas, como o autor morreu subitamente na erupção do Vesúvio de 79 d.C., ela ficou inacabada. O imperador chinês Ming Yung-lo conseguiu, em 1408, terminar a que mandara fazer, mas a obra foi vítima do próprio sucesso. Com mais de 11 mil volumes, era tão grande que poucos se dispuseram a copiá-la. Só 400 tomos sobreviveram.

O grande século das enciclopédias foi o 18. Em 1728, o inglês Ephraim Chambers publicou sua "Cyclopaedia, or Universal Dictionary of Arts and Sciences". Foi um sucesso imediato. Os franceses ficaram com inveja e um editor contatou os filósofos Diderot e d'Alembert para adaptar a obra de Chambers. Eles não seguiram o "script", mas nos deixaram a famosa "Encyclopédie", o monumento ao Iluminismo, com verbetes de Voltaire, Rousseau etc. O troco foi a Britannica, lançada em 1768, e atualizada periodicamente. Entre seus colaboradores estão Ricardo, Marie Curie, Einstein, Koestler, Bill Clinton.

O ocaso da Britannica tem causa: a Wikipedia. Substituímos a cara, lenta, mas precisa, enciclopédia de autores pela gratuita, rápida e, por vezes, traiçoeira enciclopédia colaborativa. Não é que a troca seja irracional, mas precisamos tomar mais cuidado com os erros, que, de todo modo, estão inscritos na essência das enciclopédias.

Política chinesa em resumo - CLAUDIA ANTUNES


FOLHA DE SP - 17/03/12
RIO DE JANEIRO - Parte da imprensa ocidental foi imprecisa ao caracterizar Bo Xilai, o dirigente cujo expurgo expôs as divisões no PC chinês, como um conservador.

Nas disputas internas do partido, conservador ou direitista é um rótulo mais aplicado a dirigentes favoráveis à liberalização econômica, com papel menor do Estado, e menos sensíveis às minirrevoltas provocadas pela desigualdade crescente no país.

Bo é benquisto pela minoritária corrente esquerdista, que mobiliza a população para grandes atos políticos, promove a ampliação da rede de assistência social e se aproveita do ressentimento contra os "tubarões" capitalistas, em especial os que se apropriam de terras coletivas.

O antigo chefe do PC na cidade de Chongqing começou a cair justamente quando surgiram denúncias de que usou a Justiça sumária, "revolucionária", contra máfias criminosas e de negócios.
Já os ditos reformistas, que podem ou não ser liberais na economia, nunca acenaram com a democratização segundo o modelo ocidental, com separação de Poderes e diferentes partidos que disputam votos no mercado eleitoral.

Essa facção, que inclui o premiê Wen Jiabao, defende uma espécie de aristocracia, em que a influência da opinião pública seria ampliada de modo controlado. Nos meios acadêmicos oficiais, fala-se em "democracia deliberativa", na qual a discussão aberta de grandes temas é incentivada em busca de um consenso.

Reformistas e direitistas temem os esquerdistas por dois motivos. O primeiro é que as "massas" na rua saiam do controle, como na época do maoismo ou em 1989. O segundo é que elas sejam usadas, como o foram sob Mao, para acertos de contas dentro do partido.

O expurgo à velha moda mostra que o PC não mudou muito, e que os dirigentes da segunda potência mundial equilibram-se na corda bamba.

Perfuradores por natureza - PAUL KRUGMAN


FOLHA DE SP - 17/03/12

Dar carta branca para as empresas petroleiras não é um programa sério de criação de emprego


Para ser um republicano respeitado, você precisa acreditar, ou fingir que acredita, em duas curas mágicas para o que quer que esteja prejudicando a economia: mais cortes de impostos para os ricos e mais prospecção de petróleo.

E, com os preços da gasolina em alta, o coro de "vamos perfurar" também vem ganhando volume. Mais e mais, os republicanos nos dizem que a gasolina seria barata e haveria emprego de sobra se deixássemos de proteger o ambiente e permitíssemos que as companhias de energia façam tudo que quiserem.

A ironia aqui é que essas alegações surgem no momento em que os fatos vêm confirmando que a política energética dos EUA pouco afeta os preços do petróleo e o emprego.

Pois a verdade é que já estamos vivendo um boom no setor, com alta na produção de petróleo e gás natural e queda nas importações.

Se o cântico do "perfure aqui, perfure agora" fizesse algum sentido, esse boom já teria resultado em preços mais baixos para a gasolina e em grande número de empregos.

Embora os preços do gás natural tenham caído, a alta na produção de petróleo e a redução acentuada na compra de óleo importado não impediram que o preço da gasolina passasse de US$ 1 por litro.

E o boom do petróleo e do gás tampouco estimulou muito uma recuperação econômica, que, a despeito das notícias recentes um pouco melhores, continua decepcionante no que tange a criar empregos.

Para começar, os preços do petróleo. Ao contrário do gás natural, cujo transporte marítimo custa caro, ele é negociado em um mercado mundial -e os grandes desdobramentos que movimentam os preços nesse mercado em geral pouco se relacionam ao que ocorre nos EUA.

O petróleo subiu porque a demanda da China e de outros emergentes cresceu e, mais recentemente, devido ao medo de uma guerra no Oriente Médio. Essas forças superam facilmente qualquer pressão de baixa de preços propiciada pela alta na produção interna norte-americana.

Mas e o emprego? Tenho de admitir que comecei a rir quando li o "Wall Street Journal" oferecendo Dakota do Norte como modelo. Sim, o boom do petróleo reduziu o desemprego local a 3,2%, mas isso só aconteceu porque a população estadual é menor que a da cidade de Albany -são tão poucos moradores que a criação de alguns milhares de empregos faz diferença.

E isso nos revela que dar carta branca às empresas petroleiras não é um programa sério de criação de emprego. O número de vagas na extração de petróleo e gás natural subiu em mais de 50% desde a metade da década passada, mas isso só representa 70 mil empregos, ou 0,05% do desemprego americano.

Logo, a ideia de que perfurar à vontade sanaria nosso deficit de empregos é basicamente uma piada.

Por que os republicanos gostam de fingir o contrário? Parte da resposta é que querem recompensar quem os banca: o setor de gás e petróleo gasta muito dinheiro com lobby e contribuições de campanha.

O resto da resposta é que eles simplesmente não têm outras ideias a oferecer sobre emprego. E a bancarrota intelectual, lamento dizer, é problema que não pode ser sanado por meio de perfuração.Tradução de PAULO MIGLIACCI

PROGRAMAÇÃO ESPORTIVA NA TV


9h30 - Itália x Escócia, Six Nations (rúgbi), ESPN Brasil e ESPN HD

9h40 - Everton x Sunderland, Copa da Inglaterra, ESPN

10h - Rio de Janeiri x Mackenzie, Superliga feminina de vôlei, Esporte Interativo e Sportv

11h30 - Borussia Dortmund x Werder Bremen, Campeonato Alemão, ESPN Brasil

11h40 - País de Galés x França, Six Nations (rúgbi), ESPN e ESPN HD

12h - Praia Clube x Vôlei, Superliga feminina de vôlei, Sportv

13h30 - Trentino x Zenit Kazan, Copa dos Campeões

14h - Milan x Parma, Campeonato Italiano, ESPN Brasil

14h - Inglaterra x Irlanda, Six Nations (rúgbi), ESPN HD

14h30 - Tottenham x Bolton, Copa da Inglaterra, Esporte Interativo

15h - Masters 1.000 de Indian Wells, tênis, Sportv 2

16h - Internancional x Juventude, Campeonato Gaúcho, Sportv

16h45 - Fiorentina x Juventus, Campeonato Italiano, ESPN

18h30 - Guarani x Mirassol, Campeonato Paulista, Sportv

19h - Sul-Americano de esportes aquáticos, Sportv 2

21h - Uberlândia x Flamengo, NBB, Sportv 2

21h30 - Florianópolis x Minas, Superliga masculina de vôlei, Sportv

3h - GP da Austrália, F-1, Globo

Barulho na TV - EDITORIAL FOLHA DE SP

FOLHA DE SP - 17/03/12

Faz parte da experiência de todo espectador: tão logo o programa de TV se interrompe para a exibição dos comerciais, o volume do som aumenta consideravelmente. "Consideravelmente", em verdade, passa até por eufemismo no caso de alguns canais, em particular os dedicados ao público infantil na TV paga.
Um perito judicial, consultado pela Folha em reportagem de 2010, mediu a variação do som em 26 canais. Registrou diferença de até seis decibéis entre a programação normal e o intervalo publicitário. Isso equivale a um aumento de quase quatro vezes no volume do som.
É de duvidar, embora possa ter eficácia com os mais impressionáveis e desatentos, que tática tão primitiva de vendagem resulte em benefício real para o anunciante.
No mínimo, o consumidor deveria sentir-se agredido por tamanho estrépito; com o tempo, a tecla "mudo" no controle remoto acabaria incorporada como sua arma de vingança particular, em protesto e apelo tácito por formas mais diplomáticas de persuasão.
A passagem do tempo não conseguiu, todavia, diminuir a balbúrdia no ambiente televisivo.
Desde maio de 2001, a legislação federal impede a variação dos decibéis. Previa-se que o Executivo editasse, no prazo de 120 dias, as regras de aplicação e fiscalização da nova lei.
Intervieram então dois fatores muito conhecidos do público brasileiro: uma outra algaravia, a burocrática, e uma velha surdez, a das autoridades perante os interesses do consumidor.
A regulamentação simplesmente não veio. Nove anos depois da promulgação da lei, o Ministério Público Federal de São Paulo ingressou na Justiça com uma ação pleiteando a aplicação da lei. Passados dois anos, a causa foi julgada favoravelmente -em primeira instância, somente.
As incertezas prosseguem. Não se sabe se cumpre à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ou à União a tarefa de fiscalizar os abusos auditivos na TV.
Tudo seria mais fácil, sem dúvida, se o espírito da autorregulação publicitária prevalecesse no caso. Respeitamos a lei, e iremos cumpri-la: é o que declara, com algum paradoxo, a assessoria da Cartoon Network, um dos canais que em 2010 variava em cinco decibéis o volume de suas emissões.
Seria bom se o consumidor fosse respeitado sem a necessidade do recurso a lei específica. Mas, sem dúvida, os interesses comerciais falam mais alto nos gabinetes do poder e impedem que sua voz, ainda tênue, seja ouvida como merece.

Outro lado - SONIA RACY

O ESTADÃO - 17/03/12
Existe outra versão, além da alardeada ontem, para a saída da Samsung do Estaleiro Atlântico Sul. Onde permaneceram a Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão.

Nos corredores das empreiteiras, fala-se que a Samsung (detentora de 99% do mercado de drills no mundo) teria sido extremamente agressiva nas negociações justamente para poder pular fora.

Motivo? Considera impraticável, segundo alta fonte que participou das conversas, o índice de nacionalização de 65% no pré-sal, exigido pelo governo Dilma. Isto é: mais dia, menos dia, o Brasil teria de importar da coreana.

Outro lado 2
Camargo Corrêa e Queiroz Galvão atacam agora de Plano B: comprar tecnologia de desenhos – estão em conversas com a LMG Marin.

Para depois buscar alguém que saiba fabricá-los.

Papo firme
Haddad está confiante no encontro entre Lula e Eduardo Campos, semana que vem.

Vê como bom sinal a posição de Marcio França, secretário de Alckmin e presidente estadual do PSB – que já não se mostra, nos bastidores, tão resistente ao apoio do partido à sua candidatura.

Missão ‘descumprida’

Serra prometeu, se eleito, derrubar o… Viaduto Diário Popular, na região do Parque Dom Pedro. Foi durante reunião com a militância na Vila Prudente, anteontem. Jurou ali ter sido essa a única exigência que fez a Kassab antes de deixar a Prefeitura.

Detalhe: foi devidamente registrado, o seu bom humor.

No Morumbi

Lucas não sai do São Paulo antes da Copa de 2014.

Garantia de diretores do Tricolor ouvidos pela coluna – que apostam na performance do craque nos Jogos de Londres para valorizar seu passe.

No Morumbi 2
Ao mesmo tempo, Wagner Ribeiro vem colecionando desafetos no conselho do São Paulo. O empresário de Lucas é acusado de estar “batendo de frente” com Leão, desde semana passada, só para forçar a saída do jogador.

Objetivo? Vendê-lo para o Real Madrid.

Anjo Gabriel

Descoberto o real motivo pelo qual Silvio Santos se rendeu aos cabelos brancos.

Gabriel, seu neto, filho de Daniela Beyruti, deve nascer nos próximos dias.

Colírio

Matthew McConaughey, casado com a brasileira Camila Alves, participa da inauguração da Noir,Le Lis – do grupo Restoque. Dia 10, no Jardins.

Apavorante

Cerca de 25% das mulheres ocidentais ficarão para titia até 2020. Pelo menos é o que diz o livro A Linguagem Corporal do Amor, que a editora Sextante lança no mês que vem.

O best seller do casal Allan e Barbara Pease faz um alerta: o mundo está à beira da solteirice.

Send

Os internautas mandaram mais de 5 mil textos. E Maitê Proença elegeu 140 para compor seu livro É Duro Ser Cabra na Etiópia– hilária homenagem à web.

Agora, a atriz está atrás de ilustrações. Artistas anônimos do mundo virtual, uni-vos!

Disney da arte

A Tefaf, feira de artes de Maastricht, na Holanda, completa 25 anos sólida na Europa, crescente na Ásia e… principiante no Brasil. Este ano, cerca de 20 casais brasileiros devem comparecer ao evento aberto anteontem. Marcose Tania Derani, por exemplo, visitam a feira pelo sexto ano. “A gente vem para aprender, conhecer e nos divertir. A Tefaf é uma Disney pra mim”, diz ele.

Apesar de investir em mercados emergentes – a feira envia, desde 2008, profissionais para divulgar o evento em São Paulo –, ainda não há stands de galerias brasileiras. É raro encontrar trabalhos nacionais, como os de Lygia Pape e Hélio Oiticica. Mas, na inglesa Ben Brown, um painel duplo de Vik Muniz (The Creation of Adam, After Michelangelo) chama a atenção e sai por US$ 900 mil. Para 2013, a Tefaf promete uma aproximação com colecionadores cariocas.

Por causa do jubileu de prata, a feia recebeu, pela primeira vez, visita da rainha Beatrix, da Holanda – conhecida por ser ótima escultora. O evento, que começou com old masters (obras da Renascença até final do século 19), foi aos poucos abraçando arte moderna e contemporânea – mas só de artistas consagrados. Além de pinturas e esculturas, há também grande variedade de joias. Destaque para a Graff, que expõe peça avaliada em US$ 40 milhões – com direito a fila de curiosos.

Outro tipo de arte está no stand de Thomas Heneage, da art book (casa de livros raros) que leva seu nome. Ele mostrou à coluna um exemplar de 1929 , que caçou durante 15 anos: Les Nuits, de Alfred de Musset, não é impresso em papel, mas em finíssimas lâminas de madeira. O galerista garante: só foram produzidas dez unidades e a dele é a número um. Depois de tanto tempo à procura, afirmou – despistando, claro – que ainda não se decidiu por quanto venderá a preciosidade. DÉBORA BERGAMASCO VIAJOU A CONVITE DA TEFAF

Na frente

Saiu a nova revista Charlô 9B.

Tânia Wagner acaba de assinar contrato com a Tory Burch. Será a buyer da marca.

Sumitra expõe, em casa, suas esculturas. A partir do dia 22, nos Jardins.

Bete e Marcos Arbaitman pilotam recepção em torno de Gianfranco Morgano, do Quisisana em Capri. Amanhã.

Frederico Curado recebe o prêmio Tony Jannus Award. Em novembro, na Flórida.

Centro da Cultura Judaica pilota show John Zorn. Hoje, no Cine Joia.

Helô Rocha reabre sua loja Têca. Hoje, nos Jardins.

Hoje, dia de Saint Patrick, o bar Charles Edward e o PJ Clarke’s fazem noite especial.

Para marcar um ano de fechamento do Cine Belas Artes tem protesto, hoje, em frente ao prédio e pedalada pela av. Paulista.

Depois da prisão, ontem, a web se encheu de recados para George Clooney. Todas querendo ir também no camburão… 

A tirania do bem - RODRIGO CONSTANTINO


FOLHA DE SP - 17/03/12

A cruzada antitabagista segue com força total. Após a obrigatoriedade daquelas imagens terríveis no maço de cigarros, da suspensão de propagandas e do banimento dos "fumódromos", eis que a Anvisa aprovou agora a proibição de sabor nos cigarros. O objetivo da agência está evidente: querem sumir com o tabaco da face da Terra.

Há duas maneiras de se criticar esta postura. A primeira delas é com base em princípios, tais como a liberdade individual. Não cabe ao governo nos proteger de nós mesmos. Viver é sempre uma aventura arriscada. Cada um deve ser livre para escolher como encarar esta jornada, assumindo a responsabilidade por seus atos. Parte da liberdade é o direito de escolher ir ao "inferno" à sua maneira.

Ninguém ousaria afirmar que os indivíduos desconhecem os riscos associados ao tabaco. Eles já são mais do que divulgados. Ainda assim, deve ser um direito inalienável assumir tais riscos, se esse for o desejo. O risco de vício também é conhecido antes de o sujeito começar a fumar. Além disso, vários outros produtos podem viciar, inclusive o álcool. O abuso de alguns não deve tolher o uso dos demais.

Uma pessoa pode levar uma vida de abstinência total das substâncias prejudiciais à saúde e sofrer um acidente ou mesmo contrair uma doença terrível como o câncer.

Outra pode beber, fumar e viver uma longa vida -menos chata, diriam alguns. A probabilidade de ele ter câncer de pulmão pode ser maior, mas impedi-lo de optar pelo risco é solapar sua liberdade mais básica.

Adotar políticas intervencionistas somente com base nas probabilidades é ignorar o indivíduo e a sua singularidade. Regimes coletivistas, como o nazismo, o comunismo e o fascismo, seguiram esse caminho, desembocando no totalitarismo. O indivíduo passa a ser um simples meio sacrificável pela maioria.

Alguns argumentam que o fato de existirem impostos para manter o SUS justifica tal intervenção. Se nós pagamos a conta, então podemos impor restrições aos outros para reduzir o risco de doença.

Trata-se de uma linha de raciocínio que leva inexoravelmente ao totalitarismo. Com base nela, o governo poderia também obrigar cada um a praticar exercícios físicos diariamente, além de cortar a fritura, a gordura, o sal e o açúcar. Tudo em prol da saúde geral.

A segunda forma de atacar a postura da Anvisa é pelo resultado prático de suas medidas.

Ao dificultar a venda legal de cigarro, a agência não faz desaparecer a demanda por ele. Ela apenas transfere a oferta para a informalidade. Empregos e impostos serão perdidos, e o contrabando será alimentado -com o risco agravado pela má qualidade do produto.

Cerca de 30% do mercado de cigarros no país já é ilegal. Os contrabandistas agradecem o fervor da Anvisa em lutar pelo bem geral, tal como Al Capone celebrava a lei seca em Chicago.

Aliás, é no mínimo curioso que muitos dos que aplaudem a cruzada antitabagista são os mesmos que defendem a descriminalização da maconha. Incoerência total.

Muito me preocupa este movimento coordenado em busca de uma espécie de "saúde perfeita". Seria isto uma nova seita religiosa e moralista? Seria o resultado de uma geração acovardada, que pensa ser viável abolir os riscos de se viver?

Se o indivíduo quiser adotar essa postura no âmbito particular, trata-se de um direito seu. Mas, quando a coisa vira uma imposição coletivista, a liberdade corre sério perigo. As piores tiranias são feitas em nome do bem geral. Com a consciência limpa, esses tiranos são incansáveis em suas ambições "altruístas".

Apenas para constar: não fumo.

Fim de papo - JORGE BASTOS MORENO

O GLOBO - 17/03/12


Dilma decidiu. Ana de Hollanda não vai mais deixar a Cultura.

Ufa!
Dilma, finalmente, recebeu Moreira Franco, em audiência. Ela foi apresentada ao seu ministro pelo vice Michel Temer na última quarta-feira, às 10 horas da manhã. Na verdade, a presidente já conhecia Moreira. Só não estava associando o nome à pessoa. Agora, o Moreira deve, em contrapartida, passar um bom tempo sem falar mal da presidente. Coisa aí de uns dois ou três dias.

Cronômetro da crise
Não comento crise política provocada por fisiologismo. Adoro a Ideli, mas ela não precisava ter deixado o Blairo esperando durante 67 minutos, 49 segundos e três décimos. E se o cara repara?

Poder das mulheres I
Tentei ouvir Jobim sobre a crise dos militares, mas sua fiel escudeira, Adrianne Sena, que manda nele mais do que o Eduardo Cunha manda no Henrique Alves, não deixou:
— Mas nem morta! Se tem uma banana do outro lado da rua, o Nelson atravessa a rua Na política, tudo acaba em samba só para se escorregar nela!

Poder das mulheres II
Paulo Ferreira, ex -tesoureiro do PT ligado ao José Dirceu, foi empossado deputado esta semana, por causa da ida de Pepe Vargas para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Como a Dilma guardou segredo da indicação de Pepe, o Ferreira não sabia que ia virar deputado.

Quando a notícia saiu, às oito da noite, o incrédulo ligou para a mulher, a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social.

— Amor, estou na aula de inglês, não posso ser interrompida agora. Depois a gente vê isso, tá?

Na política, tudo acaba em samba
Depois que descobriu que o Fundo de Participação dos Estados (FPE) arrecada o dobro dos royalties, Cabral enlouqueceu. E, ao ser informado de que o FPE acaba este ano se não tiver lei nova regulamentando-o, aí sim, endoidou de vez. Tanto que passou a cruzar os céus do Brasil, batendo às portas dos palácios estaduais em busca de apoio, como fez na madrugada de ontem, em Belo Horizonte, onde se reuniu com os governadores de Minas, São Paulo e Espírito Santo. Antes, na posse de Graça Foster na presidência da Petrobras, às vésperas do carnaval, o governador do Rio, aproveitando a presença de alguns colegas, começou a articular mudanças no FPE ali mesmo, na solenidade. Mas, quando ouviu um “não” do governador do Ceará, Cid Gomes, aquele — lembram? — que saiu batendo portas na cara da Dilma recentemente, Cabral pirou de vez. Distanciou-se de todos, como se fosse fazer uma apresentação, e acabou fazendo mesmo, só que requebrando como passista da sua escola de samba preferida, e, chamando Cid Gomes para a pista, gritou:

— Venha, minha linda, venha! Venha que vou botá-la no carro alegórico da Mangueira para exibi-la toda pela avenida!

E continuou requebrando como se fosse o próprio Sorriso, famoso gari que samba nos intervalos do desfile da Sapucaí.

Guris
Dilma, então, interveio: — Meninos, parem! Foi a deixa também para a presidente fazer as pazes com Cid Gomes, por conta daquele outro episódio.

Fidelidade vermelha
Os governadores, realmente, andam à flor da pele. Vejam esta do Jaques Wagner à Dilma, depois da viagem à Alemanha:

— Nunca mais viajo com a senhora, presidenta!
E Dilma, estupefata:

— Por quê?

— A senhora desconta depois as minhas milhas demitindo os ministros da Bahia.

Por ciúmes
Mal sabe Jaques que, exatamente por causa desse seu prestígio com Dilma, é que ela perdeu o amigo que considerava o mais lindo de todos.

Déda não liga, não escreve e não manda recados. Simplesmente sumiu.

Novela
Dilma se prepara para a viagem à Índia da Glória Perez. A curiosidade é saber quem serão os dalits da comitiva presidencial.

Ao contrário de lá, aqui “brâmane” não é importante. Devem ir os “intocáveis” Pimentel, Mercadante e Guido. O brâmane é o Patriota.

‘Are baba!’
Eu, sim, senti-me um brâmane de verdade, jantando à beira-mar com Clarissa, da casta dos Garotinhos. A bela Maya, que está na chapa do outro Maia, confessou a este Raj:

— A minha mãe está sendo muito melhor prefeita do que foi governadora.

Amiga invejosa que me viu com ela cobrou-me:

— Jantando com a filha do Garotinho?

E eu:

— Por mim, jantaria com a filha do dom Orani Tempesta, do padre Jorjão ou do padre Omar. Mas eles não são sequer casados... 

"UMA CANGANHÃO PERDIDA NO PLANALTO"


Dentro da perda da memória - SILVIANO SANTIAGO


O Estado de S.Paulo - 17/03/12


A romancista Nathalie Sarraute chamou a atenção para uma figura de retórica que era usada de maneira anônima na prosa de ficção moderna. Alertou-nos para certo tipo de diálogo sem palavras que em conto ou romance se passa entre personagens e objetos e entre personagens. À noite, um casal passeia em silêncio pela calçada e interrompe a caminhada. Viram-se os dois para a luz intensa da vitrina. Com o desejo e os olhos, um e o outro conversa com os objetos expostos. Durante o ensaio, o músico se inclina para o maestro. Em sala de aula, o estudante, para o professor. A presença do outro provoca no músico e no aluno um enxame de complexos movimentos subjetivos que, se bem descritos, desenham o perfil psicológico de cada um. O romancista moderno reproduz esse diálogo afetivo, que nada tem a ver com o monólogo interior. Nathalie Sarraute deu-lhe o nome de subconversa (sous-conversation).

Para explicitar o funcionamento da subconversa na psique humana, ela recorreu a um termo da linguagem científica - tropismo. O ser humano age como a planta frente à presença imperiosa do sol. A mudança de orientação no comportamento é determinada por estímulo inesperado e externo.

Lembrei-me de Nathalie e dos contos de Tropismos (Komedi, 2009) ao ler os doloridos relatos curtos reunidos pela argentina Sylvia Molloy em Desarticulaciones (Eterna Cadencia, 2010), alguns já traduzidos ao português e publicados na revista Serrote (n.º 9). Tomada pela doença de Alzheimer, a antiga parceira de Sylvia, M. L., perde a memória. Os relatos curtos dão conta das sucessivas visitas de Sylvia ao apartamento da ex-companheira. A pouca conversa entre as duas e a excessiva subconversa se desenrola de maneira desarticulada, vale dizer, desprovida de significado factual. No entanto, a desarticulação se arma por um ímã solar, a atração amorosa, que a acondiciona. A atração aproximou as duas e, pelo acaso da doença, as reaproxima para distanciá-las definitivamente. "Sinto que a estou abandonando", diz a narradora na página final, e acrescenta: "De algum modo, é ela que se está abandonando".

A atração amorosa motiva a inclinação da visita, não correspondida pela enferma - um objeto cintilante na vitrina do apartamento. E persiste como pano de fundo, de onde os relatos sucessivos retiram sentido. O desencontro não é a tônica dramática do livro; propõe a "subconversa" que empurra penosamente a escrita de Sylvia para o conhecimento da doença. Sem fuga sentimental para o passado e sem esperança de futuro a dois, a comunicação entre a pessoa que recorda e a pessoa desprovida de memória se dá "no puro presente da linguagem". Já a narradora goza de grande liberdade narrativa. Não existe mais testemunho confiável da antiga vida em comum. À semelhança do personagem Mr. Arkadin no filme homônimo de Orson Welles, só ela controla os fatos do passado. No discurso amoroso, a doença de Alzheimer padecida por uma é a vitória ditatorial da outra sobre a intimidade das duas. "Se decidir inventar, não há mais ninguém para me corrigir" - escreve Sylvia.

Como dar significado a uma pessoa que requer atenção, pois "ainda está" (diz a dedicatória), mas já não "é"? Para apreender com objetividade o comportamento da enferma, a visita a observa e recorda. M.L. tinha horror ao tempero de alho e de cebola. Também não se servia de carne. Estranha Sylvia: M. L. leva à boca uma colher de sopa de cebola e, mais tarde, um pedaço de carne. As desmemórias da enferma são relatadas pela falta de subconversa entre ela e os alimentos: "Ela já não sabe o que come, come de tudo". Quando tem de mastigar a comida, esquece: engole pedaços inteiros de bife. Mastiga por horas o iogurte. Apenada, Sylvia constata que M. L. tinha perdido a aversão por certos alimentos e os prazeres (gustos) do corpo. Só a narradora poderia restaurar como arqueóloga a subconversa entre M. L. e a comida. A perda do paladar - e dos prazeres do corpo - é homóloga da perda da memória.

Nas relações humanas, a perda da memória se recobre por frases de cortesia a que a enferma recorre, como se as boas maneiras pudessem suprir a desrazão. A enferma diz à enfermeira em espanhol: "Estás muy linda, te veo muy bien de cara". É a primeira vez que vê a enfermeira, que, por seu turno, não fala espanhol. A visita traduz a frase para a enfermeira, que cai de amores pela enferma. Também homóloga da perda da memória é a perda do nome. Ao ser internada no hospital, perguntam a M. L. seu nome, responde "Petra". Boas maneiras não são privilégio da enferma. Uma das amigas que a acompanha vê na resposta surpreendente o indício de que ainda é capaz de ironia. Pensa a narradora: "Se houve ironia, e não apenas o desejo de julgá-la capaz de ironia, trata-se de uma dessas ironias a que se há de qualificar de tristes". Perguntar pela boa saúde de M. L. é curiosidade hipócrita sobre a consciência que a enferma tem da desmemória.

M. L. recorda fragmentos de Aristófanes em grego, poemas de Rubén Darío. Sylvia pergunta-lhe sobre o que a leva a se lembrar dos versos. Responde que há neles palavras que ela julgava estranhas quando criança. "É perfeitamente razoável o que me diz", constata Sylvia. E pergunta a si: "Como pode ser essa a mesma pessoa que, logo em seguida e pela enésima vez, me pergunta se o dia está frio e se quero tomar o chá que acabamos de tomar?". M. L.nventa palavras. Numa das visitas, repete "jucujucu" e com os dedos conta as sílabas. Tem uma sílaba a menos, a do mindinho. Diz: que azar! Sylvia lhe aconselha acrescentar uma sílaba: "Jucujucu-ju". M. L. tenta de novo e dessa vez cada sílaba tem seu dedo. "Que sorte, diz, e sorri satisfeita." Sylvia entrou na doença e na sua retórica. Já nada lhe surpreende. Para que continuar a escrever Desarticulações?

ÁGUA PARADA - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 17/03/12


A cidade de São Paulo teve dez casos de dengue em fevereiro, menor número para o mês desde 2006. Em relação ao ano passado, a queda foi de 97%: em fevereiro de 2011, houve o recorde de 336 confirmações da doença. A prefeitura atribui o resultado ao trabalho dos agentes de saúde e de zoonoses e ao apoio da população.

PELA ORDEM
A nova cédula de votação da prévia do PSDB em São Paulo trará, lado a lado, as fotos de Ricardo Tripoli, José Serra e José Aníbal, em retângulos para o filiado assinalar sua escolha. A opção para votar em branco foi colocada logo abaixo da imagem de Tripoli. E o botão para anular o voto, embaixo da foto de Aníbal.

OLHA O PASSARINHO
E Ricardo Tripoli deve transmitir em vídeo no Twitter um evento em que espera receber, hoje, o apoio de alguns integrantes da juventude do PSDB que não haviam se engajado na campanha de Serra quando Bruno Covas deixou as prévias.

TELA QUENTE
As emissoras de TV irão veicular gratuitamente a campanha "Não se engane", do Ministério da Justiça, em defesa da classificação indicativa. Será lançada na segunda. Nela, crianças mudam seu comportamento após ver televisão. Tomam milk-shake como se fosse bebida alcoólica e seguram canetas como cigarros.

DISCUSSÃO E ARTE
José do Nascimento Junior, presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), propôs a Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, e Milú Villela, do Itaú Cultural, a criação de um fórum anual da cultura, que reúna empresários, governantes e dirigentes. A ideia é mapear a cadeia produtiva artística e debater o papel do setor no desenvolvimento do país.

OLHO NO LANCE
Neymar pagou R$ 1.500 por cinco fotografias de Londres, de autoria de Alexandre Vale, no leilão beneficente promovido pelo príncipe Harry, do Reino Unido, no fim de semana passado, no interior de SP. A renda foi em prol da Sentebale, fundação de amparo a crianças em Lesoto, na África.

GAÚCHO, TCHÊ
Vencedor do prêmio de melhor show de 2011 na categoria música popular, concedido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes), o espetáculo "Tangos e Tragédias", há mais de 20 anos em cartaz, tem apresentações hoje e amanhã no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. No palco, a dupla de músicos e comediantes gaúchos Hique Gomez e Nico Nicolaiewsky mistura canções com teatro.

MAIS UMA DO BRITTO
Romero Britto vai pintar um capacete de estimação do piloto Hélio Castroneves. O acessório será leiloado no baile de gala da BrazilFoundation, em Miami, no dia 27.

QUENTE AQUI
O cineasta André Klotzel foi ao lançamento do livro "Outro Israel", do pacifista Uri Avnery, no Bar Balcão, nos Jardins. A obra é organizada pela jornalista Guila Flint.

DOSE DUPLA
Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos, do grupo Letuce, fizeram show de lançamento do CD "Manja Perene" no Studio SP, anteontem.

BALZAQUIANA
A modelo Mariana Weickert comemorou aniversário de 30 anos na Casa Panamericana, com convidados como a estilista Lethicia Bronstein.

CURTO-CIRCUITO

A mostra "Raul, o Início, o Fim e o Meio", sobre Raul Seixas, é exibida na estação de metrô Paraíso.

A rede social Guidu faz hoje o Pic Chic, no parque da Aclimação. R$ 60. 11h.

Lica Bueno (F/Nazca) e Ricardo John (JWT) se casam hoje em Florianópolis.

O promotor Roberto Tardelli participa hoje de painel sobre combate à corrupção, na Câmara Municipal de São Paulo.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY 

Test-drive - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 17/03/12
Sem espaço na TV, Fernando Haddad compensará a subexposição até o início da campanha pela prefeitura paulistana com intervenções pontuais em temas que melindram o PSDB, sobretudo na mobilidade urbana. Depois de pregar o fim da taxa de inspeção veicular, o petista usará as sucessivas panes no sistema de trens e metrô da capital para propor participação maior da prefeitura nos investimentos em obras do setor, desde que os repasses ao Estado sejam condicionados a um cronograma de metas e prazos.
Para ouvir os usuários, Haddad programa ida de metrô à zona leste da capital, onde visitará o Itaquerão.

Câmera na mão Apresentador de TV, o também prefeiturável Celso Russomanno (PRB) gravou ontem entrevistas com usuários do metrô na estação Ana Rosa, que enfrentaram problemas nas escadas rolantes.

Viés de baixa Caiu a cotação de Ricardo Berzoini para a coordenação-geral da campanha haddadista. O deputado afirma que as atribuições da CCJ, que acaba de assumir, demandarão mais tempo e presença em Brasília no período eleitoral.

Oficial O presidente do PSDB paulistano, Júlio Semeghini, organizará evento público na quinta-feira com militantes tucanos. À ocasião, pretende anunciar apoio formal à candidatura de José Serra nas prévias do dia 25.

Sopa de letrinhas Depois do PSC, Gabriel Chalita (PMDB) espera anunciar na próxima semana o apoio do PTC, partido cuja maior proeza foi eleger Clodovil Hernandes à Câmara em 2006.

Pegou O bordão "eu queria dizer da alegria", com que Geraldo Alckmin invariavelmente começa seus discursos, virou meme no Twitter. A Juventude Tucana espalhou a hashtag #dizerdaalegria desde o fim de semana passado. Até o governador aderiu à brincadeira repetindo o lema em seu perfil no microblog.

Foto oficial Aldo Rebelo (Esporte) e Joseph Blatter acertaram os detalhes da Lei Geral da Copa e repassaram a situação dos estádios durante jantar na casa do ministro na quinta-feira. Com a presidente Dilma Rousseff a conversa foi meramente formal.

Proativo 1 Senadores aliados aconselharam os ministros palacianos que Dilma deveria enviar ao Congresso na forma de um pacote uma série de medidas para impulsionar a economia.

Proativo 2 Avaliam que seria uma forma de o governo sair das cordas e impor uma pauta positiva às duas Casas, já que nenhum parlamentar gostaria de votar contra medidas dessa natureza.

Quatro pontas O novo Estado-Maior da articulação política na Câmara, com a ministra Ideli Salvatti, o presidente da Casa, Marco Maia, e os líderes do governo, Arlindo Chinaglia, e do PT, Jilmar Tatto, escanteou o grupo de Cândido Vaccarezza.

Prato frio A concentração de poderes nas mãos de uma só ala petista e o alijamento da corrente majoritária, a CNB, ensejará reação, apostam observadores.

Visitas à Folha O vice-presidente da República, Michel Temer, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Márcio de Freitas, chefe da assessoria de imprensa da Vice-Presidência.

Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, visitou ontem a Folha. Estava com Carlos Colonnese, assessor de imprensa.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"É o governo federal patrocinando os interesses de uma empresa na contramão das normas nacionais. Esse aditivo deveria se chamar 'Emenda Budweiser'."
DO DEPUTADO EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), usando a marca da cervejaria oficial da Fifa para comentar o item da Lei Geral da Copa que permite a venda de bebidas alcóolicas durante os jogos do Mundial de 2014.

Contraponto

Na legalidade

O deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), um dos articuladores de um manifesto do PMDB contra o PT que circulou na semana passada, colhia assinaturas para o texto quando foi abordado por um deputado petista.
-Então quer dizer que vocês não tiveram coragem de colocar uma crítica explícita à presidente Dilma no manifesto do partido?
Fortes não se constrangeu e respondeu, rindo:
-No Brasil vigora a Lei Maria da Penha. Não se pode bater em mulher. 

Pulso firme e passo forte - GILBERTO KASSAB


O Estado de S.Paulo - 17/03/12


São Paulo, como toda grande metrópole, não tem problemas pequenos: lixo, enchente, transporte, poluição, segurança, saúde, habitação... Pelo acúmulo de décadas e décadas de equívocos, meias soluções e, muitas vezes, falta de visão administrativa e ousadia, os problemas foram se acumulando e prejudicam hoje parte significativa de nossos 11 milhões de habitantes. Avançamos muito nessas e em outras frentes, mas ainda há muito a fazer.

Com uma frota de 15 mil ônibus, circulação diária de 4 milhões de carros particulares e cerca de mil veículos novos por dia rodando numa malha de 17 mil km de ruas e avenidas, o trânsito-transporte certamente é um desses problemas mais complexos. Até porque por vias urbanas, verdadeiras estradas, transitam cargas e passageiros de norte a sul, leste e oeste do País. E todos exigem fluidez, velocidade e segurança.

Toda grande metrópole do mundo enfrentou e enfrenta esses problemas. Muitas têm o transporte público encaminhado, com malha de metrô adequada e veículos leves sobre trilhos, malhas e tradição de ciclovias, além de longa educação e compreensão da sociedade sobre restrições necessárias. Muitas dessas cidades já nasceram planejadas e, ainda assim - Toronto, por exemplo -, hoje enfrentam congestionamentos em suas vias expressas, pelo excesso de veículos. E todas essas metrópoles - com áreas maiores e mais caóticas, como Cairo e Nova Délhi, ou com áreas menores, como Tóquio e Seul - acabam adotando medidas disciplinadoras, como pedágios, proibição de estacionamento e circulação controlada. E até mesmo monitorando descarte, ferro-velho de veículos. Enfim, dividem-se sacrifícios em nome do conforto coletivo.

É isso que temos feito, em várias frentes, já há algum tempo. Especialistas fazem análises históricas para chegarem à conclusão de que é preciso sair da mesmice, avançar com obras que imaginam mais ousadas, gigantescas... e fora da realidade, da burocracia, dos empecilhos ambientais e das dificuldades de desapropriação, etc. Nas várias intervenções que já fizemos, registraram-se desconfortos, críticas da mídia, protestos de corporações, sindicatos, mas com o tempo os benefícios planejados aparecem, melhorias tornam-se evidentes e os transtornos iniciais são entendidos.

O que não se pode aceitar são atitudes incompatíveis com esse processo de evolução, como ocorreu com o recente movimento de caminhoneiros autônomos da Grande São Paulo que abastecem postos de gasolina. Prefeitura, Justiça e Polícia Militar nos unimos e recorremos à força da lei. A restrição de circulação de nove horas por dia nas Marginais tinha sido negociada, explicada com antecedência; as rotas alternativas, explicitadas; e desde 2011 já havíamos restringido o trânsito de veículos com produtos perigosos (combustível, nesse caso) - essa medida de proteção dos usuários das vias públicas não foi implantada agora, como se pretendeu divulgar durante a crise.

A convivência urbana tem normas que devem ser respeitadas, cumpridas, para que a maioria possa ser beneficiada. Não nos intimidamos diante da exacerbação de comerciantes dos Jardins quando instituímos o projeto Cidade Limpa, muito menos quando criamos e fizemos cumprir limites para o descarte de lixo de grandes lojas. Lacramos supermercados e nos unimos ao governo estadual na repressão aos traficantes de crack. Alguns problemas têm soluções visíveis a curto prazo, outros têm maturação mais longa, exigem participação maior da sociedade, dos agentes e lideranças comunitários.

Para diminuir atropelamentos e mortes no trânsito limitamos a velocidade em várias ruas e avenidas. Constrangemos os faltosos com multas, sim. Infelizmente, só mexendo no bolso dos infratores é que se consegue sensibilizá-los. Egoísmos, desobediência às leis, comodismos que agridem, falta de civilidade continuarão sendo enfrentados, reprimidos.

Podemos citar outros embates que trouxeram benefícios à população, como a reorganização do tráfego na cidade, que começou com a ampliação de zonas restritas de circulação de caminhões no centro expandido, em 2008. Lembramos ainda a proibição de motos na pista expressa da Marginal do Tietê, que reduziu em mais de 40% o número de acidentes na via; e a criação do Programa de Proteção ao Pedestre, que reduziu em 7,3% o número de atropelamentos em toda a cidade, com 8,2% menos de mortes. Considerando o centro e a Paulista, regiões por onde o programa foi iniciado, a redução de mortes por atropelamento é ainda mais expressiva: 42,8%.

Quando começamos a participar - e fazê-la de forma sistemática - da repressão à adulteração de combustíveis vendidos em postos da cidade, cartéis criminosos levantaram todas as formas de resistência. Fomos firmes e vencemos a luta. O índice de adulteração em 2007, início da força-tarefa, era de 25%. Hoje caiu para 1%.

Desde dezembro de 2010, em ação conjunta com o Ministério Público e a Polícia Militar, já apreendemos cerca de 58 milhões de produtos falsificados e contrabandeados em vários espaços públicos. Separamos o joio do trigo: demos atendimento adequado às pessoas que precisavam de ajuda. E fomos firmes com os que se aproveitavam daquela situação para ter benefícios ilegais. Endurecemos na fiscalização do descarte irregular de lixo, ao mesmo tempo que ampliamos a ação de limpeza de galerias, manutenção de piscinões. etc.

Claro, mesmo dentro da lei, é de certa maneira constrangedor precisar usar a força. Não estamos aqui contando vantagem, mas apenas insistindo que, em situações como essas que citamos, continuaremos a agir rigorosamente para preservar direitos e, sempre que possível, aumentar o conforto, a segurança e o bem-estar dos cidadãos paulistanos. Com pulso firme e passo forte, na cadência que nossa metrópole exige.

Dilma quer Lobão? - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 17/03/12

Ao justificar a mudança na liderança do governo para o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a presidente Dilma disse que o grupo do ex-presidente está ficando em minoria, e que ela queria garantir que “alguém seu” continuasse na presidência da Casa. Para o líder do PMDB, Renan Calheiros, ela argumentou que onoticiário negativo voltaria se ele insistisse em comandar de novo o Senado e o aconselhou: “Você deve ser candidato ao governo de Alagoas, e eu vou te apoiar”.

Mais detalhes da trapalhada

Quando Ivo Correa, da Casa Civil, na quarta-feira, disse aos líderes que o governo era contra a venda de bebida alcoólica nos estádios durante a Copa, o líder Henrique Alves (PMDB-RN) ligou para o ministro Aldo Rebelo (Esporte), que reagiu com surpresa: “Não é possível, falei ontem com a ministra Ideli”. Diante disso, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ligou para a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e, à medida que ela falava, ele repetia, em voz alta: “Não há nenhum compromisso”; “Para o governo é indiferente”; e, “O Congresso decide como quiser”. Chinaglia desligou o telefone e arrematou: “Além disso, os ministérios da Justiça e da Saúde são contra liberar a bebida”.

Eu não inventei isso. Eu não tirei da minha cabeça. Coloquei porque o governo pediu”
 — Vicente Cândido, gritou, apoplético, o relator (PT-SP) da Lei da Copa, na confusa reunião sobre a venda de bebidas.

RASGA CORAÇÃO. O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), reage com ironia às críticas do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Aloysio disse que cabia aos paulistanos decidir a chapa para a prefeitura. Guerra rebate: “As negociações serão conduzidas pelo Diretório Municipal. Não há motivos para que o senador fique nervoso”. A ironia: Aloysio não integra o Diretório Municipal e zonais de São Paulo, capital. Seu domicílio eleitoral é São José do Rio Preto (SP).

Insubordinação
Como a presidente Dilma proibiu as comemorações oficiais de 31 de março, o Clube Militar antecipou a festa para dia 29. Os militares da reserva farão um painel sobre “A Revolução de Março de 1964”. O convite exige traje esporte fino.

O interlocutor
No almoço com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que virá mais ao Brasil para tratar da Copa. E que pretende se encontrar com a presidente Dilma sempre que ela for à Europa.

Colocando os pingos nos is
Integrante da CPI do PC Farias, que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) reage às comparações daquela crise com a situação da presidente Dilma e sua base parlamentar. Possesso, Miro afirma: “O Collor não pode reescrever a História. A presidente Dilma não rouba nem deixa roubar. Ele foi afastado da Presidência porque tinha uma quadrilha agindo no seu governo”.

Empurrão
Depois da intervenção da presidente Dilma, a Andrade Gutierrez, o Internacional e o governo gaúcho assinam terça- feira o contrato para a reforma do estádio do Beira-Rio para a Copa. O clube e a empresa vão assumir eventuais riscos.

Pé quente

Há fila para assessorar o novo líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Trabalharam com ele: Dias Toffoli, ministro do STF; Carlos Eduardo Esteves, chefe da Casa Civil na gestão Lula; Jean Uema, consultor da pasta da Saúde.

REVERÊNCIA. Para chegar ao gabinete da presidente Dilma, para a reunião com a Fifa sobra a Copa de 2014, Pelé teve de dar mais de uma centena de autógrafos para funcionários do Palácio do Planalto.

BOLATUR.
 O presidente da Fifa, Joseph Blatter, estimulou o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a criar uma missão oficial de deputados para ir à Suíça, visitar a sede da entidade.

CPI DO CACHOEIRA
. O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP) quer coletar 300 assinaturas antes de requerer a CPI dos bingos e dos caça-níqueis. 

Ueba! SBT lança Pícara Voadora! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 17/03/12

E uma amiga minha falou que na casa dela não tem pícara sonhadora, tem pícara dormidora!

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Pensamento do dia: enquanto houver Corinthians, haverá Libertadores! Gol do Ganso! Ganso derrubou o Peru.
E o goleiro do Peru se chama Penny! Ganso, Peru e Penny. E o Penny ficou impotente, só olhando! Eu não vou ficar fazendo trocadilho com peru na minha idade!
O Peru não é um país, é um trocadilho. O Peru podia mudar de nome pra Perereca. Pra variar de trocadilho. E a Grobo? A nova novelha da Globo vai ser pra classe C. Vai ser? E as anteriores?! E a novela vai ser passada num lixão. Lixão? Quem gosta de lixão é intelectual. Lixão é documentário cabeça! Classe C gosta de carro zero!
E shopping e pacote de viagem! Eu faria uma novela com três núcleos: núcleo do carro zero, núcleo do shopping e da agência de turismo!
E eu adoro a classe Ç: Çilvio Çantos! E o Silvio Santos tá reprisando a novela "Pícara Sonhadora". Sonhadora? Eu só conheço a Pícara Voadora! Sonhadora deve ser a do Silvio Santos. Rarará!
E uma amiga minha falou que, na casa dela, não tem pícara sonhadora, tem pícara dormidora!
E o que a Globo vai fazer com aquele eterno cenário da classe A: sofá com uma escada atrás? Sendo que a Regina Casé falou que corrimão de novela balança! Corrimão classe C! Rarará!
Aliás, quer novela pra classe C, entrega pra Regina Casé! A Globo descobriu agora a classe C. Sendo que a classe C descobriu a Globo há uns 30 anos! Rarará!
E uma amiga disse que pertence a classe Gargalhada: AAAA! E sabe como uma perua amiga minha chama a classe econômica em avião? Lá embaixo! "Eu vou de executiva, mas o meu primo vai lá embaixo!". Rarará!
Globo 2012! Do luxo ao lixão! Essa classe C deu um nó na cabeça de sociólogos e publicitários!
E o chargista Frank revela o que a Dilma gritou na reunião com a Fifa: "Libera a birita pro Blatter".
E o Pelicano: "Presidenta, liberaram ou não a bebida na Copa?". "Quem quer saber?". "O Adriano". E o Éramos 6 garante que o Flamengo será o time mais bem iluminado do Brasil. Serão dois postes: Adriano e Ronaldinho. Rarará!
E adorei esse cartaz no banheiro duma empresa: "Proibido desligar as luzes com os pés". Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Uma escola do outro mundo - ZUENIR VENTURA

O GLOBO - 17/03/12
É tão fácil encontrar motivos para falar mal do ensino no Brasil - alunos desmotivados, professores insatisfeitos, pedagogia defasada - que quando se depara com o contrário, como aconteceu comigo essa semana, parece outro mundo. Vivi a experiência no Núcleo Avançado em Educação (Nave), da Escola Estadual José Leite Lopes, de nível médio profissionalizante, na Tijuca. Trata-se de um inovador centro de estudo e pesquisa que procura levar a escola a se conectar com a realidade contemporânea, aproximando os estudantes da linguagem digital e das novas tecnologias da comunicação. Contrariando a tendência que considera mídia e educação incompatíveis, atribuindo à primeira a culpa pelo enfraquecimento da segunda, o Nave acredita que elas são aliadas complementares. Em vez de inimizade, convergência. Em lugar de deixar do lado de fora a TV digital, o iPad, o iPod, os games, trazê-los para dentro das salas de aulas e colocá-los criativamente a serviço do aprendizado.

É difícil descrever a experiência, a começar pelo ambiente, cheio de estímulos visuais, sensoriais e mentais, onde não se sabe o que é lazer e o que é dever. Aqui, uma menina pula diante de uma tela de plasma onde o desenho reproduz seus movimentos. Ali, um retrato de Machado de Assis feito com palavras retiradas de sua obra, como se fosse um quadro de Vic Muniz. Ao lado, um estúdio de TV. As salas de aula não têm carteiras, mas mesas com computador. Os móveis desenhados especialmente, as instalações ultrafuncionais, os equipamentos eletrônicos moderníssimos - câmeras, mesas de montagem e edição - tudo isso me dá a sensação de que saí de um parque jurássico diretamente para o ano 3000.

Mas esse é apenas um dos aspectos, o instrumental, de uma nova concepção pedagógica. Segundo a pesquisadora dos meios de comunicação Silvana Gontijo, que participa do Nave desde sua origem em Recife (o projeto é apoiado pelo Oi futuro em convênio com a Secretaria estadual de Educação), o mais importante "é formar pessoas, que aprendem a ser, a conviver, a conhecer e a produzir conteúdos de maneira solidária". Os professores são um capítulo fundamental desse modelo. Nada de conhecimentos estanques, nada de arrogância do saber. Eles interagem entre si e estabelecem com os alunos uma relação de troca e de trabalho em equipe e em rede.

Pelo que pude ver nas quase três horas que lá estive, o resultado é uma garotada inquieta, curiosa, conectada, mas com os pés no chão, sabendo que é preciso também obter boas notas no Enem e passar no vestibular, porque a realidade os espera na esquina. Não por acaso, o Nave costuma atrair cinco mil candidatos para as cerca de 160 vagas disponíveis a cada ano letivo.

Diante da reação dos aliados da presidente - com chantagem, represália e pirraça - a melhor explicação é do advogado Marcelo Cerqueira: "A Dilma não tem base de apoio, tem placas tectônicas."

Semáforos, farmácias, máscaras ou três cenas paulistanas - SÉRGIO TELLES


O Estado de S.Paulo - 17/03/12


Ao parar no semáforo, o carro é imediatamente cercado por um bando de crianças, adolescentes, jovens adultos.

Alguns correm entre os veículos, colocando nos retrovisores pequenos sacos plásticos com balas, bombons ou flanelinhas, acrescidos de um pequeno escrito onde está afirmado que aquilo não é um assalto e sim um trabalho honesto, pelo qual é pedida uma remuneração. Outros, com água e rodos, ameaçadoramente se oferecem para limpar o para-brisa. Os menores não se dão ao trabalho de oferecer serviços supérfluos e não solicitados, vão diretamente ao que interessa e pedem dinheiro, querem moedas e trocados. Uns poucos ainda fazem malabarismos com fogo, a maioria exibindo um sofrível desempenho nesse desempenho.

Vagamente atemorizado, o motorista tenta manter a calma. Pra um diz que não precisa limpar o vidro. Pra outro diz que não tem moedas, está sem trocado. Não, também não quer comprar flanelinha nem balas de hortelã ou de qualquer outro sabor. Pros malabaristas mais esforçados, eventualmente faz um elogio. Procura sorrir para uma das criancinhas de cara suja e cabelo emaranhado.

O medo diminuiu e foi substituído por um estado de preocupação. Olha para as crianças, pros adolescentes, pros jovens adultos, pensando que todos eles deveriam estar em outro lugar, em casa com os pais, na escola, no trabalho.

Sabe o motorista que todos aqueles meninos, rapazes e moças vivem um presente negro, sem poder alimentar nenhuma esperança de um futuro melhor. Estão batalhando a sobrevivência em meio à fria indiferença dos homens, num áspero aprendizado que certamente terá efeitos desastrosos para todos. Sabe que apenas um fio os separa da franca marginalidade.

O motorista é invadido pelo desânimo e aumenta o volume do rádio do carro. A música o distrai até o próximo grande cruzamento, quando tudo recomeça.

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As farmácias invadiram São Paulo.

Para onde você vai, se depara com uma delas.

E tem mais. Elas são todas iguais, seguem o mesmo figurino padronizado.

Feericamente iluminadas, elas reluzem num tempo que lhes é próprio.

Dia ou noite, ali estão elas resplandecentes em sua branca limpidez.

Apesar de lembrarem um pouco os supermercados com suas gôndolas, nas quais estão expostos os remédios mais populares, os produtos de higiene, os cosméticos, as farmácias procuram afetar um ar mais compenetrado, querem ter mais classe.

Fazem questão de manter uma pose mais contida, da qual emana uma atmosfera de rigor e contensão.

Vindo do caos das ruas, com sua pressa, com seus achaques e doenças, o comprador, ao entrar numa dessas farmácias, parece ingressar num oásis de calma e organizada eficiência.

Às vezes ele até mesmo se sente intimidado, temeroso de poluir com suas preocupações e ansiedades aquele templo branco e austero, no qual reina uma calma serenidade.

De onde vieram todas essas farmácias? Que fazem elas por aqui? Haverá tanta gente doente, precisando de seus serviços?

Supondo que seja este o caso, com sua nova roupagem, estariam elas tentando driblar uma dolorosa realidade, a realidade da doença?

Estariam tentando dizer - "olha, não é verdade que você está sofrendo de algum mal, que você está doente e precisando tomar remédios; você está simplesmente fazendo compras, como sempre".

As novas farmácias estariam tentando transformar num conhecido ritual de consumo - mais um entre tantos - o cumprimento de um procedimento desagradável e angustiante, ou seja, a compra de medicações para o tratamento de enfermidades.

Muitos, aliviados, embarcam nesse engodo. O que não surpreende. Afinal, o consumo não é apresentado como a panaceia universal para combater a angústia que nos corrói?

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Dia desses, perto de meu consultório, presenciei uma batida policial. Os homens da lei estavam revistando um vendedor de zona azul, um rapazote que trabalha por ali com o pai. Como ninguém intercedia por ele e o pai não estava presente, dirigi-me a um dos policiais. Identifiquei-me como médico que trabalhava nas redondezas e que conhecia a rapaz e o pai dele. Disse aos policiais que o rapaz era gente boa. Enquanto eu falava, o rapaz dizia pra mim, "tudo bem, dotô, pode ir, é só uma batida, pode ir, dotô".

Quando terminei de falar, o policial se voltou pra mim e disse - e o senhor sabia que esse rapaz que o senhor diz ser gente boa é um grandessíssimo maconheiro e já foi preso várias vezes por furto?

Claro que eu não sabia, como também ignorava se o policial dizia aquilo para justificar sua indesculpável truculência. De qualquer forma, constrangido, fiquei sem saber o que fazer ou dizer. O moleque também estava passado. "Tá tudo certo, dotô, pode deixar", disse-me ele.

E eu o deixei. Enfiei minha viola no saco e fui embora, pensando nas inesperadas descobertas que ocorrem quando se rompe a distância habitual que mantemos com nossos semelhantes e aparece o que se esconde atrás da máscara usada nos contatos sociais. Temos então de lidar com esse Outro que ali surge, diferente daquilo que imaginávamos.

Essa experiência nos faz reconhecer as limitações de nosso conhecimento, a possibilidade de equívocos e erros de julgamento, ao mesmo tempo em que mostra a necessidade de abertura e tolerância frente ao desconhecido e o inesperado.

Quanto ao rapaz da batida policial, algum tempo depois voltei a encontrá-lo rua vendendo seus talões de zona azul e nos cumprimentamos como se nada tivesse acontecido. Estávamos de novo com nossas máscaras.

Nas circunstâncias, era o que havia a fazer.

Supremo: decifra-me ou te devoro - WALTER CENEVIVA


FOLHA DE SP - 17/03/12

O Brasil vive situação com ares de imposição mitológica. A figura, não mitológica, mas fundamental, tem 11 cabeças 


A MITOLOGIA grega narra a história do monstro que, postado na estrada, esperava os passantes para lhes propor enigma impossível de decifrar, culminando com a frase assustadora: "decifra-me ou te devoro".

O Brasil de hoje vive situação que tem ares de imposição mitológica. A figura, não mitológica, mas fundamental na vida do país, tem 11 cabeças. Trata-se do STF (Supremo Tribunal Federal). A influência resultante de tais cabeças será grave. Não envolverá um passante qualquer, mas todo o povo, colocado em situação inusitada, já que não temos como saber qual caminho percorrerão nas questões constitucionais que nos aguardam na formulação da justiça para todos.

Gostando ou não gostando, a cidadania brasileira, muito mais que buscar sua síntese jurídica, terá de decifrar o STF com a nova escalação de seus componentes, sem os conhecer de perto, o que pensam e pensarão a respeito do destino do Brasil em matérias fundamentais da nacionalidade.

Para o leitor leigo, duas informações são necessárias: o STF tem 11 magistrados, cabendo-lhes a interpretação da Carta Magna. A missão vem definida pelo art. 102 da Carta. Decorre de sua competência precípua de guarda da Constituição. A guarda pode mudar toda vez em que um dos 11 seja substituído, em matéria na qual há sempre o anseio fundamental de ter, pelo menos, uma certa previsibilidade.

A escalação dessas eminentes autoridades do direito sofrerá mudanças quase imediatas quando dois integrantes serão substituídos até 2013. A composição alterada não é estranha à Corte. Começou com 15 ministros na transposição do Império para a República. Em 1931, o número de 11 componentes preponderou, mas no retorno ditatorial de 1964 (Ato Institucional nº 2/1965), o número de vagas foi alterado para 16. O Ato Institucional nº 6 de 1969 reduziu outra vez para 11 o número de ministros, composição que se mantém até hoje.

O ano de 2013 completará as alterações ocorridas e por ocorrer. O ministro Ayres Britto substituirá Antonio Cezar Peluso na presidência do STF e, alguns meses depois, também se aposentará Britto, que veio da advocacia e honrou suas origens. Peluso saiu do hoje conturbado Tribunal de Justiça de São Paulo, com dezenas de anos de judicatura. O ano próximo acrescentará às novidades mais uma, boa em si mesma. O Brasil terá o primeiro presidente negro de sua mais alta corte da Justiça do Brasil, na pessoa do ministro Joaquim Barbosa. É pena que a saúde de Barbosa tenha sido causa de preocupação extra na composição do quorum de votações.

O jogo da história, em certos momentos, tem muita importância específica para toda a nação brasileira, mais relevante agora que estamos assumindo destaque no conjunto das nações.

Passamos, em pouco mais de 120 anos, por modificações forçadas, conforme se viu quando houve desagrado dos marechais, almirantes, brigadeiros e de seus aliados civis detentores do poder econômico em 1964. Outras, em clima de normalidade constitucional, registraram fenômeno inusitado: a substituição majoritária dos veteranos no STF em poucos anos.

Os novos chamados ou por chamar terão de dizer a que vieram. Sejam felizes. Será modo de impedir que outros entes mitológicos queiram devorar-nos.