quinta-feira, maio 05, 2011

TUTTY VASQUES -A lembrancinha da mamãe


A lembrancinha da mamãe
TUTTY VASQUES
O Estado de S.Paulo - 05/05/11

Não à toa o Brasil já contabiliza mais celulares que gente circulando em seu território: tem filho que todo ano dá um aparelho novinho de presente no Dia das Mães. É comum, hoje em dia, jovens senhoras com três filhos adolescentes e nove telefones fora de uso espalhados pela casa.

Soma-se à falta de imaginação dos jovens a série de facilidades oferecidas pelas operadoras de telefonia: dependendo do sistema de pontos do garotão, a lembrancinha da mamãe sai de graça.

Qualquer mimo alternativo deve considerar que pode ser ofensivo ao processo de emancipação da mulher presenteá-la com artigos de utilidade doméstica. Se você é desses que não têm grana para joias - nem gosto pra escolher vestido, anágua ou batom -, seus problemas acabaram.

Com 180 lojas no Brasil, uma rede espanhola de depilação está oferecendo, via internet, um pacote promocional especial para o Dia das Mães.

Por R$ 140, sua homenageada no segundo domingo de maio terá direito a duas sessões de "fotodepilação", com uma emulsão hidratante de lambuja. Por questão de respeito, não vamos aqui expor os designs de corte disponíveis. E não se fala mais nisso, ok? Mãe é mãe!

Sem alça
"MALA DO MARRONE PODE TER DERRUBADO HELICÓPTERO!"
Piadinha sertaneja de duplo sentido sobre a suspeita de excesso de peso na aeronave acidentada do cantor, postada na internet por alguma dupla caipira invejosa.

Homoafetividade é...
O casamento gay ganhou no STF a designação "união homoafetiva". Em Frei Paulo (SE), terra do cangaceiro Zé Baiano e do jornalista Ancelmo Gois, isso é coisa de... Deixa pra lá!

Concordância petista

Do leitor Benjamin Bruno, imaginando como a notícia da pneumonia de Dilma Rousseff chegou ao PT: "A presidenta está doenta!"

Devassa e rebelde

Sandy não sossega enquanto não der um grande desgosto ao pai! Um mês depois de revelar seu gosto por jazz na TV Cultura, a cantora disse nesta semana ao Programa do Jô que não é fã de música sertaneja! Pode?

Questão de tempo

Quando, afinal, as fotos de Bin Laden morto vão vazar no WikiLeaks? A Casa Branca já fez sua parte não divulgando o material à imprensa.

Nova elite

Lula já está ganhando mais com palestras que o Felipão com desaforos. Só ontem, o ex-presidente faturou R$ 200 mil para jantar na Casa Fasano com investidores do Bank of America Merril Lynch. Fechou, de quebra, negócio de US$ 500 mil para falar na Coreia do Sul, a convite da multinacional LG.

Capaz de acabar o ano mais rico que FHC. Não à toa, Eike Batista anunciou dia desses em Los Angeles que pretende ser logo o homem mais rico do mundo, antes que a concorrência desbanque o magnata mexicano
Carlos Slim.

ANCELMO GÓIS - De mãos dadas


De mãos dadas
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 05/05/11

A Gama Filho e a UniverCidade, duas gigantes do ensino superior privado do Rio que há anos duelam com a crise, anunciam amanhã sua fusão. O novo conglomerado educacional terá 34 mil alunos, 16 unidades e será o segundo do estado, atrás só do grupo Estácio.

Segue...

O nome UniverCidade dará lugar à marca Gama Filho. A gestão será do grupo Galileo Educacional, que promete investir R$ 100 milhões de início.

Mudou de lado 

O deputado Cândido Vaccarezza, líder do governo, era acusado ontem no próprio PT de assumir uma posição pró-ruralista, contrária à defendida por Dilma, na questão do Código Florestal. 

Depois do Japão

Diz a Rádio Corredor que estaria a perigo o financiamento de R$ 4 bi para Angra 3, bancado pelo BNP Paribas. A conferir também.

Câmara de gestão

Terça, no Palácio do Planalto, será lançada a Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade. Tem, entre outros empresários, Jorge Gerdau Johanpeter e Abílio Diniz.

Esses moços
FH, 79 anos, anda de xodó com os jovens, e não só por causa de suas posições liberais em relação à maconha. Hoje ele faz uma reunião com blogueiros em São Paulo. A condição: tirando ele, só participa gente com menos de 30 anos.

Anarriê!
Flora Gil promove a segunda edição do São João Carioca, dia 12 de junho, na Quinta da Boa Vista. Elba Ramalho, Caetano, Geraldo
Azevedo, Alcione, Dominguinhos e Gilberto Gil, marido de Flora, vão animar o forró.

Macalé, Gal e LSD

O figuraça Jards Macalé, 67 anos, tá que tá. Terça, num debate do Cine PE, com o diretor Luiz Carlos Lacerda, o Bigode, ele contou que, nos anos 1970, dividiu um LSD com Gal Costa: 
— Depois de uma hora, estava pulando no sofá louquérrimo. Gal ficava tocando violão, as notas eram longas. E eu chorava,
lágrimas enormes, pesadas.

Segue...

Bigode, outra figura querida do meio artístico, ponderou:
— Não diz isso, Macalé, a Gal pode não gostar.
E Macalé:
— Eu assumo a responsabilidade.
Não estou fazendo apologia, estou contando.
Ah, bom!

Viva Preta!
Preta Gil recebe na OAB de Niterói, dia 13, um manifesto de apoio de 2.000 blogueiros “contra as declarações racistas do deputado Bolsonaro”. 

Coisa fina
O luxuoso Txai Resort negocia sua ida para Mangaratiba, RJ. O terreno ficaria entre o Club Med e o condomínio Portobello. A marca tem um resort em Itacaré, BA, onde a diária vai de R$ 980 a R$ 1.950. 

Haroldo de Andrade

O Metrô Rio vai instalar na estação Glória, perto da Rádio Globo, um busto do radialista Haroldo de Andrade, que por mais 30 anos trabalhou na empresa. Merece. 

Golfe na praia
Além do Búzios Golf Club, o Búzios Vela Club foi selecionado como local de treinamento para as Olimpíadas de 2016. O balneário mais democrático do Rio sonha abrigar as competições de golfe e vela. 

Viva Arlindo!
Arlindo Cruz, o grande sambista, recusou o convite do PCdoB para concorrer a vereador do Rio em 2012: 
— Meu negócio é batucada, como diz o samba “Plataforma”, de João Bosco e Aldir Blanc. Faço minha parte com o povo do Rio em cada samba que componho e em cada pagode ou show de que participo. 

Cena carioca

Ontem à tarde, um estudante de 16 anos do Colégio São Paulo, na Vieira Souto, em Ipanema, vinha pela Francisco Otaviano, quando... chegaram dois ladrões, também bem jovens:
— Passa o celular! — ordenou um deles.
E o menino:
— Dá para deixar o chip?
Os malfeitores abriram o aparelho e... entregaram o chip.

ILIMAR FRANCO - Ferida aberta


Ferida aberta 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO- 05/05/11

A sucessão no PT ainda está em aberto. Muitos petistas não aceitam que os paulistas voltem a comandar a sigla. Eles aceitaram a ascensão de Rui Falcão, mas apenas como solução de emergência. Partilham desse entendimento integrantes da corrente majoritária, a Construindo Um Novo Brasil, das demais regiões do país. A ideia deles é reabrir o debate no Encontro Nacional de setembro, que foi convocado para aprovar um novo estatuto.

Com a palavra, Gilberto Carvalho
 O que mudou no seu trabalho? Gilberto Carvalho: “Mudou muito. Atuava nos bastidores (chefe de Gabinete da Presidência). Agora estou mais exposto (Secretaria Geral). Tenho que ter mais cuidado ao falar.” 
 Você levava mais broncas antes (com o ex-presidente Lula) ou leva agora (com a presidente Dilma)? GC: “Antes. O meu dia a dia era colado no presidente Lula. Se eu estivesse na mesma função agora, talvez fosse igual.”
 Como vai a relação do expresidente Lula com a presidente Dilma? GC: “Fantástica. Se tem um troço em que não adianta apostar, é em separar os dois. A Dilma tem perfeita noção de que pode fazer diferente por causa da herança que recebeu.”

"A presidente está muito preocupada com a inflação. Ninguém está tranquilo quanto a isso, mas não há desespero também” — Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República

ENTRE DOIS AMORES. Ninguém sabe o que o vice-presidente Michel Temer (foto) pretende em São Paulo. Anteontem, ele foi a
São Paulo dar posse a dois secretários do partido na prefeitura de Gilberto Kassab (PSD). Ontem à noite, ele reuniu, no Palácio do Jaburu, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o deputado federal Gabriel Chalita, que está trocando o PSB pelo PMDB para disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem.

O cara
 
A ala serrista do PSDB paulista está se articulando para emplacar o ex-governador Alberto Goldman na Secretaria Geral do partido.
Eles querem desalojar do cargo o deputado Rodrigo de Castro (MG), que é Aécio Neves de carteirinha.

A forra
Inconformado com a decisão do deputado Julio Cesar (PSD-PI) de não renunciar à presidência da Comissão de Agricultura da
Câmara, seu ex-partido, que quer o cargo para um filiado ao DEM, vai pedir a cassação de seu mandato.

Senado: tem boi na linha
A Coordenação de Transportes do Senado apresentou três sugestões à Mesa sobre os serviços de transportes para os senadores. A proposta de menor custo prevê a substituição da frota atual por carros mais modernos e econômicos. O custo anual seria de R$ 8,8 milhões. O modelo defendido pelo primeiro-secretário, Cícero Lucena (PSDB-PB), que terceiriza a frota e precariza os
contratos de trabalho, foi orçado em R$ 10 milhões/ano. 

Parlasul

O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) apresentou uma emenda para antecipar as eleições diretas do Parlasul para 2012. Elas estão previstas para 2014. A resolução deve ser votada pelo Congresso na semana que vem.

Sem exclusividade

A Defesa não atuará mais sozinha na busca de mortos e desaparecidos na guerrilha do Araguaia. Hoje será assinada portaria criando o Grupo de Trabalho do Araguaia, com a presença da Defesa, da Justiça e dos Direitos Humanos.
 A MINISTRA Tereza Campello (Desenvolvimento Social) assinou acordo com o Ministério Público para estender a fiscalização existente hoje sobre os repasses do Bolsa Família para o programa Brasil Sem Miséria, que será lançado ainda este mês.
 O EMPRESÁRIO Jonas Barcelos também está se desdobrando para estabelecer uma ponte entre o Planalto e o ex-presidente do PFL Jorge Bornhausen. 
● PARA inquietação da base aliada, a pasta da Fazenda pretende vetar a ampliação dos benefícios fiscais para o setor automotivo incluída pelo Congresso na chamada “MP da Fiat”.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG - Em nome da pátria eficiente


Em nome da pátria eficiente
CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O Globo - 05/05/2011

Em 1983, o então governador de São Paulo, Franco Montoro, dizia a um grupo de prefeitos que não havia recursos para construir o viaduto que pleiteavam. Os prefeitos reagiam: "O senhor não pode agir como um tecnocrata, a decisão é política."

Montoro pegou a deixa e arrematou: "Então, politicamente está decidido. Quanto tiver dinheiro, a gente faz."

Nesta semana, em debate no Congresso, o presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler, disse que o TCU adotará uma "visão política" no exame das obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Há duas possibilidades na análise de uma obra pública, regular ou irregular. A irregularidade pode ser leve ou grave, dolosa ou culposa, mas em qualquer caso trata-se de mau uso do dinheiro do contribuinte. Como seria, portanto, uma reação política do TCU diante de indícios de irregularidades? Zymler explicou: "Devemos paralisar um estádio a seis meses da Copa do Mundo? Nestes casos, vamos levar em conta a importância do evento, o nome do Brasil como empreendedor eficiente."

Repararam a contradição? Se o Brasil fosse mesmo um empreendedor eficiente, então as obras não estariam sendo feitas às pressas, com regras, digamos, mais flexíveis. Se o TCU, portanto, detectar uma obra irregular e mesmo assim deixar que ela siga adiante, não estará defendendo a imagem de um Brasil eficiente, mas apenas fechando os olhos para uma ineficiência.

Eis a visão política à brasileira. Esqueçam os números, a análise técnica, a lei e a ética.

Na história de Montoro, os prefeitos simplesmente ignoravam as restrições orçamentárias. Como pode não ter dinheiro se a obra é necessária e, sobretudo, reivindicada por políticos eleitos, que a prometeram ao eleitor? Essa é a visão que produz o déficit público e devolve a conta ao contribuinte.

Nos comentários de Zymler aparece uma visão política que passa por cima de restrições legais ou éticas. Em nome da Copa e das Olimpíadas, pode-se ser mais flexível nas regras e mais tolerante na fiscalização.

A equação só fecha se a realização dos eventos esportivos entrar na categoria de interesse nacional. Ou, falando francamente, se for um acontecimento patriótico.

Governos, em toda parte, tratam de vender isso. O governo chinês claramente utilizou as Olimpíadas para apresentar ao mundo a China como a nova potência global. No Brasil, o ex-presidente Lula e membros do governo Dilma consideram as críticas à administração das obras da Copa como atitudes de lesa-pátria. Acham que a oposição quer ver o fracasso do Brasil só para atrapalhar o governo. Colocam a imprensa independente nessa categoria.

A pressão é tão intensa (lembram-se das broncas de Lula com o TCU?) que a "visão política" já prevalece. O atraso nas obras não é culpa da oposição, nem da imprensa, mas inteiramente do governo Lula.

Por exemplo, faz tempo que membros desse mesmo governo diziam que sem concessão os aeroportos não ficariam prontos. Agora, a presidente Dilma anuncia concessões, mas claramente já perdeu o prazo.

Lula reclamava das regras de licitação e de licenciamento ambiental. Mas não encaminhou nenhuma medida de fundo para aperfeiçoar essas legislações.

Diante do evidente atraso, o governo Dilma propõe uma medida provisória para criar uma espécie de "via rápida" de licitações e fiscalização de obras. O presidente do TCU apoia a MP, que certamente será aprovada pelo Congresso sob o argumento de que o Brasil não pode fazer feio.

Assim, caímos na "visão política" e no quebra-galho. Nossa experiência diz que isso termina em obras malfeitas e caras.


E a Bolsa?

A Bolsa brasileira está com um "desconto", ou seja, mais barata que os demais mercados importantes, nos países emergentes e ricos. Por quê?

Quatro explicações, responde Adriano D"Ercole, do Banco Fator:

"Porque o governo está com uma postura leniente frente aos desafios inflacionários; porque as duas blue chips da Bolsa, Vale e Petrobras, estão com a governança fragilizada; porque as ações do setor bancário sofrem com a expectativa de que o governo anuncie novas medidas de restrição ao crédito; e porque as ações do setor siderúrgico estão apanhando com a invasão do aço chinês."

No caso de Vale e Petrobras, governança fragilizada significa isso mesmo que você está pensando, excessiva e equivocada interferência do governo.

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO Mantega e o direito de retaliar



Mantega e o direito de retaliar
EDITORIAL O ESTADÃO

O Estado de S.Paulo - 05/05/11

O governo tem o direito de retaliar empresas privadas, quando não concorda com decisões de seus dirigentes, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele expôs sua convicção de forma inequívoca, ao falar no Senado sobre a mudança de comando na Vale, decidida formalmente no mês passado. O governo, disse o ministro, poderia ter retaliado a Vale, quando seu principal executivo, Roger Agnelli, se recusou a atender a pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não fez isso porque não quis, o que, segundo ele, mostra que não houve interferência do governo na substituição de Agnelli.

Mas a interferência foi evidente e ocorreu não só quando o presidente Lula pressionou a diretoria da Vale, mas também quando o ministro da Fazenda chamou o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, para discutir a sucessão de Agnelli. O banco integra o bloco de controle da Vale e a mudança na direção da empresa dependeria de sua concordância. Depois dos encontros do ministro com o banqueiro, uma fonte do Bradesco disse ter havido uma pressão massacrante. Essa informação foi divulgada na ocasião. A imprensa noticiou também a primeira reunião de Mantega com o banqueiro.

A indiscrição do ministro, segundo fonte do governo, desagradou à presidente Dilma Rousseff. Por que deveria desagradar, se aquele tipo de contato fosse absolutamente normal e não configurasse uma indisfarçável pressão política?

O ministro negou um fato evidente, ao desmentir a interferência na decisão sobre o afastamento de Agnelli. Mas foi absolutamente sincero ao expor sua opinião sobre os direitos do governo de interferir na gestão de uma empresa privada. Mantega recordou os motivos - bem conhecidos há muito tempo - da insatisfação de Lula em relação ao presidente da Vale. No pior momento da crise, no fim de 2008, a empresa anunciou a demissão de 1.200 funcionários - um número pequeno, seja em comparação com seu quadro de empregados, seja em confronto com as dispensas ocorridas em outras companhias, no Brasil e no exterior. O presidente Lula pressionou publicamente não só a diretoria da Vale, mas também a da Embraer, por causa dos cortes de pessoal na primeira fase da recessão. Não teve sucesso, mas tentou intervir e exorbitou de seu papel ao criticar executivos por tomarem uma decisão legal e perfeitamente normal naquela circunstância.

"Não vejo situação mais democrática do que essa", disse Mantega, referindo-se à ação do presidente. É uma concepção muito particular de democracia, já que o presidente agiu de forma nitidamente autoritária, tentando interferir na direção de duas grandes empresas privadas. O ministro parece haver esquecido, além disso, as bem conhecidas tentativas de derrubar o presidente da Vale, também noticiadas prontamente pela imprensa.

O presidente Lula censurou a Vale também por exportar minério à China em vez de aço, um produto com maior valor agregado. Mas o investimento industrial necessário para isso estava fora dos planos imediatos da empresa. Também isso foi tratado como afronta. A Vale, segundo o ministro, deveria atender ao "interesse nacional". Em outras palavras, o governo tentou, sim, interferir na orientação da empresa. Nem é preciso, aqui, sublinhar a espantosa ingenuidade econômica revelada pelo presidente da República e por seu ministro, ao cobrarem da Vale, no meio da crise internacional, um investimento num setor com grande capacidade ociosa.

O ministro Mantega talvez tenha sido mais transparente do que pretendia, ao mencionar a retaliação não executada pelo governo. Se o governo poderia ter retaliado, essa retaliação deveria corresponder a um direito - pelo menos na sua concepção. Essa ideia pode causar estranheza a quem não conheça a "ideologia petista". Mas é perfeitamente compatível com os padrões seguidos pela administração petista. Afinal, a retaliação não é mais que a contrapartida - com sinal trocado - dos favores distribuídos por esse mesmo governo, por meio dos bancos federais, a empresas selecionadas segundo o arbítrio de quem maneja o dinheiro. Não é isso igualmente democrático, segundo o critério de Mantega?

MÍRIAM LEITÃO - Vereda torta


Vereda torta
 Miriam Leitão 

 O Globo - 05/05/2011

A discussão da mudança do Código Florestal deu várias lições sobre como levar o país para o destino oposto ao desejado. O deputado que deveria fazer a conciliação escolheu um dos lados; a lei em vigor foi considerada culpada pela ilegalidade de quem não a cumpriu; de forma açodada e confusa o país começou a votar seu futuro ambiental.

Ontem à tarde, o deputado Aldo Rebelo (PCdoBSP) estava negociando a versão número três do seu projeto com a base do governo. Na véspera, o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, disse que estava 100% em desacordo com o projeto número dois. Mesmo assim, o Congresso aprovou a urgência na votação, mas por razões regimentais, a versão que pode ir a plenário é a de número um. O regimento determina que vá a plenário o texto aprovado na Comissão. No final da noite, decidiu- se deixar a votação para a semana que vem.

O deputado Rebelo ficou de fazer mais um texto consolidando tudo que está sendo negociado. O perigo do deputado é quando ele consolida. Ele gosta de desfazer o que faz, escrevendo uma frase para desmontá-la mais adiante. Proclamou que não vai mudar a reserva legal - área que não pode ser desmatada em cada propriedade - porém criou a figura da “área rural consolidada”, seja com construções, benfeitorias ou “atividades agrosilvopastoris” até 22 de julho de 2008. Ou seja, tudo o que tiver sido ocupado ilegalmente até esta data, aceita-se. O crime consolidado está.

Ele revogou a diminuição das matas que devem proteger os rios, mas diz que pode desmatar se for de interesse social. E considera produção de alimentos de interesse social. Ou seja, a concessão que ele disse que fez, ele desfez em seguida. Aliás, o desmatamento na Área de Preservação Permanente (APP) pode ser autorizado pelo órgão estadual, se for “do interesse social”. Pode-se também construir em manguezais de área urbana, se for para população de baixa renda. Pode também haver gado em reserva legal. Ele argumenta que faz isso pelos pobres e pequenos proprietários, mas recusa a proposta de ter um capítulo à parte só para os pequenos proprietários, para assim evitar que os ricos usufruam vantagens dos menores.

Este é assunto técnico e decisivo. Com ele o Brasil construirá seu futuro. Não se pode evidentemente fazer gol de mão, mudando o que foi negociado; nem conciliador de posições pode tomar partido tão descaradamente como fez o deputado Aldo Rebelo. Na primeira versão do seu projeto, ele aborrece os leitores com uma longa exposição sobre os seus pensamentos, com frases de efeito como “a Amazônia jamais foi um santuário da natureza” ou com a afirmação de que não há consenso de que a mudança climática foi causada pela ação humana. Consenso não há. Mas hoje só uma minoria, cada vez menor, nega isso. Os cientistas do Painel da ONU que estudam o assunto aumentam, a cada relatório, seu grau de certeza de que sim, é a ação humana que está pondo o planeta em risco.

O primeiro código é de 1934. O atual Código Rural é de 1965 e teve algumas alterações mais recentes. É basicamente uma lei velha, mas é sempre acusada de ter jogado na ilegalidade quase todos os produtores rurais. Dúvida conceitual: é a lei que joga na ilegalidade ou quem desrespeita a lei que entra na ilegalidade? O argumento de que a Reserva Legal da Amazônia era 50% e em 1996 subiu para 80% poderia ser usado para afirmar que, neste caso, sim, quem estava legal ficou ilegal porque a lei mudou. Se estivesse de fato querendo resolver esse problema criado pela mudança da legislação, o deputado deveria ter usado a data da alteração e não o dia 22 de julho de 2008. Essa data é uma anistia a quem criminosamente desmatou o que não poderia. Se ficar assim, será a prova mais uma vez de que quem cumpre lei no Brasil é trouxa.

Você pode se perguntar como se saberá quem desmatou quando. O programa de monitoramento da Amazônia tem imagens do Landsat, satélite americano, desde 1988. Portanto, dá para se saber, e quem desmatou recentemente não pode dizer que foi na época de Tomé de Souza, como o deputado gosta de exagerar.

O projeto é ruim, a negociação tem sido pior. Ontem, a ideia no governo e no PT era “minimizar os danos.” Certamente não é com a ideia de perder menos que se ganha o futuro. A atitude do governo está errada. O PSDB, sem proposta ou rumo, está perdido nesse campo como em vários outros, confirmando o que há de velho e atrasado no país. O DEM disse que votaria no projeto, mas exigiria mudanças. Neste caso, periga piorar muito.

Assuntos técnicos e decisivos têm que ser votados com cuidado e não no afogadilho da urgência de causa desconhecida. Textos de lei têm que ser escritos com cuidado e avaliados com atenção, em respeito ao futuro. Uma palavra no lugar errado e tudo muda. Para se ter uma ideia da aridez de certos trechos, aqui vai a definição de vereda: “fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa (buriti) emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas”. Ainda bem que li Guimarães Rosa, senão jamais saberia o que é uma vereda. Essa linguagem empolada toda não convenceu os cientistas, que garantem que nada do que ele decidiu no texto tem base ou ponderação científicas.

Antes que o deputado me acuse, como faz com todos, de não ter lido seus textos, alerto que no parágrafo terceiro do artigo 30 da segunda versão do projeto está escrito “o proprietário ou possuir”. O deputado queria dizer “possuidor”. Foi a pressa.

MATIAS SPEKTOR - Manipulando Pequim


Manipulando Pequim
MATIAS SPEKTOR
Folha de S. Paulo - 05/05/2011

As novas forças que atraem o Brasil para a órbita da China são difíceis de resistir e reverter. Se o Brasil não aprender rapidamente a influenciá-las em benefício próprio, perderá a capacidade de escolha e será vítima de circunstâncias que não consegue controlar.
A recente visita presidencial pôs em evidência alguns desses novos obstáculos. O primeiro é a crescente desigualdade de poder entre os dois países: os chineses podem aceitar ou ignorar demandas brasileiras quando lhes convém e ao ritmo de sua escolha.
Importantes interesses nacionais se chocam. Seja em comércio, finanças, proliferação nuclear, direitos humanos ou mudança do clima, a divergência, já grande, tende a crescer. Em lugares como a América do Sul e a África lusófona, onde o Brasil ensaia incipiente jogo de cintura global, as iniciativas chinesas são muitas vezes competitivas ou desafiadoras.
O problema é ainda mais complexo quando se trata de moldar uma nova ordem global.
Sem dúvida, a ascensão chinesa mitiga a arrogância americana no mundo e ajuda a reabrir grandes questões que o "Consenso de Washington" parecia haver encerrado para sempre. A China também está forçando a reforma de instituições como FMI, Banco Mundial e o regime internacional de ajuda para o desenvolvimento.
E ninguém duvida de que, sem a China, não haveria Brics nem G20.
Mas a China não está disposta a montar uma frente reformista comum. Ela está hoje mais satisfeita que o Brasil e tem mais a perder com revisões profundas da situação. Na principal proposta brasileira de adaptação institucional, a reforma da ONU, a China não está disposta a avançar nem se sente pressionada a fazê-lo.
Por fim, crescem a passo alarmante na sociedade brasileira as vozes anti-China. Não se trata de um lobby organizado, mas são argumentos capazes de moldar atitudes públicas. Denuncia-se a China como indutora da desindustrialização e como ameaça à soberania sobre nossos recursos naturais.
Desconfia-se das motivações por trás de qualquer investimento oriundo de Estado autoritário, centralizado e com grande apetite geopolítico.
A sinofobia é um perigo real para o Brasil porque cega o público, mina o debate inteligente e limita o espaço de manobra de empreendedores e de governantes.
Mais do que isso, pode castigar uma relação bilateral que ainda não conta com instituições resistentes sobre as quais se escorar.
Hoje, Brasília não tem os instrumentos para controlar danos em Pequim. Temos acesso pífio às altas rodas chinesas de poder e de influência. Não temos especialistas no tema nem os centros acadêmicos para produzi-los.
Não há esforço sistemático de marketing nem propaganda ou lobby brasileiro naquele país.
O engajamento em instituições internacionais é parco e depende ainda do talento e interesse de diplomatas individuais.
Nenhuma das tendências acima é irreversível. Ao contrário, se a presidente Dilma Rousseff atuar agora, poderá transformar a situação antes do fim deste mandato.
Enquanto a coisa permanecer como está, o Brasil fica no pior dos mundos. Sem canais e instrumentos efetivos para manipular o processo decisório em Pequim, não consegue tirar vantagem máxima quando segue a China a reboque.
Tampouco consegue se opor e resistir às pressões chinesas quando elas demandam resposta.
O Brasil do século 21 não pode mais se dar ao luxo de ficar sem política coordenada para tirar vantagens da China e mitigar os custos que certamente virão.

GOSTOSA

JANIO DE FREITAS - Gerônimos


Gerônimos
JANIO DE FREITAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/05/11

A RÁPIDA REVIRAVOLTA na versão oficial que não durou mais de 30 horas, sobre as circunstâncias da morte de Bin Laden, é um fato raro e nos leva a uma dívida promissora: a única explicação para as sucessivas correções, por diferentes integrantes do governo dos EUA, é uma decisão imposta pelo temor ou a certeza de que os meios de comunicação terminariam por desmoralizar as palavras oficiais. Inclusive as do próprio presidente Barack Obama. WikiLeaks e uma pequena parte do jornalismo merecem o crédito.
Não única, essa causa provavelmente maior não nega a disposição de Obama, implícita na reconsideração, de preferir a honra pessoal ao cinismo com que George Bush se valeu de mentiras, mesmo depois de demonstradas como tais a seu país e ao mundo. Mas nega a tradição histórica, muito praticada pelos Estados Unidos desde seus primórdios, da falsificação de motivos por governos, e respectivos comandantes militares, para os seus atos de imoralidade bélica.
Exemplo ressaltado pela história é a anexação da Áustria pela Alemanha de Hitler, em represália a uma inventada provocação na zona de fronteira. O pequeno Vietnã do Norte foi massacrado pelos bombardeiros B-52 durante anos em represália a um ataque seu, inexistente, a navio da marinha americana no Golfo vietnamita de Tonquim. Ou, ainda inacabada, a invasão do Iraque com a mentira da arma nuclear de Saddam Hussein, mesmo que já negada pela inspeção da própria agência especializada da ONU.
O nome-código dado a Bin Laden para a comunicação de sua morte à Casa Branca -Gerônimo- não suscitou curiosidade até agora. Mas sua escolha tem significações ricas.
Não é nome de brancos nem de negros americanos, em tempo algum. É nome indígena. Foi o nome de um dos mais ou o mais bravo chefe a resistir, e vencer muitas vezes, às tropas que conquistavam terras da América do Norte para os colonizadores com o genocídio dos habitantes originais. Gerônimo foi transformado em objeto de ódio branco que lhe deu lugar destacado na história das guerras dos Estados Unidos listadas pelo Departamento de Defesa.
Chamar Bin Laden de Gerônimo foi injustiça com o dono autêntico do nome, mas o conceito de justiça parece aplicar-se, no episódio atual, apenas às afirmações de Obama e de Bush, segundo os quais a morte do terrorista fez justiça. A Comissão de Direitos Humanos da ONU, entre outros pronunciamentos relevantes, não concorda: "As Nações Unidas enfatizam que todos os atos contra o terrorismo devem respeitar o direito internacional". À parte direitos humanos, a ação dos Estados Unidos está acusada de numerosas violações do direito internacional.
Sem ir mais longe, por desnecessário, o que fizeram as entidades internacionais e potências responsáveis pela aplicação do direito internacional quando, por exemplo, a URSS invadiu o Afeganistão, e os Estados Unidos invadiram o Iraque, o Panamá, Granada, o Vietnã, o Laos, sem dar confiança à ONU e em violação flagrante do direito internacional? Entre as nações dominantes, o direito internacional é matéria de transações. Acontece mais uma vez. E assim será, não se imagina até quando.

ANNA RAMALHO - De cachorro grande


De cachorro grande
ANNA RAMALHO

JORNAL DO BRASIL - 05/05/11

Já tem data marcada aquela que pode ser considerada a ação do século no Brasil e que põe nos dois lados do ringue os ex-sócios Rodolfo Landim e Eike Batista: o julgamento será dia 24 na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Landim quer receber R$ 500 milhões de Eike. 

Tira no cartão


A Corregedoria Nacional de Justiça começa a auxiliar os TRT's e os TJ's a implantarem, nas salas de audiência, máquinas de cartão de débito e crédito. O projeto, que permite a utilização dos meios eletrônicos de pagamento no Poder Judiciário, tem custo zero e chega em boa hora.

Entre outras coisas...


Abrevia em muitos meses o processo de execução, além de incentivar as conciliações. A ideia é fazer com que o devedor possa parcelar o valor devido durante uma audiência de conciliação e garantir ao credor o recebimento desse valor, já que quem efetuará o pagamento é a administradora do cartão de crédito. 

Jogos Militares


A Embratur participará da 66ª Assembléia e Congresso Geral do Conselho Internacional de Esporte (CISM), dias 10 e 12. na Coréia do Sul. O objetivo do Instituto Brasileiro de Turismo é a divulgação dos Jogos Mundiais Militares de 2011, marcado para o período de 16 a 24 de julho, no Rio de Janeiro.

Em cima do laço


Estão sendo esperadas delegações de 133 países para acertar os detalhes do evento no Rio – um tanto tardiamente, vamos combinar – e decidir a cidade e país que receberão a edição de 2015.

Avon chama

O editor da portuguesa Leya, Pascoal Soto, ficou impressionado com os canais de vendas de livros da Avon, no Brasil. Só no ano passado, foram vendidos através de seus catálogos 40 milhões de livros.

Só mulheres


Nova coordenadora de marketing do Fashion Mall, Betina de Luca convidou a escritora Martha Medeiros para comandar um talk show no próximo sábado, às 17h, na Praça Central do shopping. Para mediar o bate-papo, que ainda dará direito a sorteio de brindes, a jornalista Isabella Saes, que comanda o programa feminino Hora do Blush, na rádio Sulamérica Paradiso.

Melhores condições

O deputado Adrian (PMDB-RJ) participou anteontem de uma reunião com os sindicatos, engenheiros e geólogos da Petrobras para discutir melhorias nas condições de trabalho, saúde e terceirização.

Fala, deputado!


– Nós temos o dever de fiscalizar e cobrar da Petrobras o tratamento igualitário aos funcionários terceirizados e aos concursados. Hoje o funcionário terceirizado embarcado trabalha 14 dias em alto mar e folga os 14 dias, já os concursados folgam 21 dias. Isso é injusto!

Raspadinhas


A marca carioca My Philosophy comemora o sucesso de vendas no mercado de varejo e agora também passa a vender no Cafofo Chique, uma loja multimarca chiquérrima, na Oscar Freire, em São Paulo.

No Caesar Park Hotel, a partir do dia 9, festival de comida italiana.

Nina Kauffmann organiza almoço em homenagem às mães, hoje, no Zuka, do Barra Shopping.

CELSO MING - A carga dos alimentos


A carga dos alimentos
CELSO MING
O Estado de S. Paulo - 05/05/2011

A aposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, é a de que a inflação deve recuar no final do segundo semestre, em consequência da queda dos preços das commodities agrícolas.

Essa previsão se baseia no diagnóstico de que a causa principal da escalada internacional das commodities (veja gráfico) é a especulação financeira. Ou seja, os grandes bancos centrais estão despejando dinheiro nas suas economias (o que aumenta a liquidez internacional) e boa parte desses recursos é canalizada para a especulação nos mercados futuros.

Segue-se que, quando os grandes bancos centrais começarem a enxugar essa abundância de dinheiro, a especulação será rapidamente revertida.

Ontem, a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP), do IBGE, parece ter reforçado esse entendimento na medida em que mostrou certo esvaziamento dos preços dos alimentos no mercado atacadista.

No entanto, há pelo menos duas fortes razões para acreditar que, a médio e a longo prazos, não haverá reversão significativa nos preços das commodities agrícolas.

A primeira dessas razões está no crescimento acentuado das classes médias asiáticas. Pelo menos 30 milhões de asiáticos (principalmente chineses) estão emergindo a cada ano das faixas de pobreza. Essa nova condição implica aumento do consumo alimentar, especialmente de proteína animal, que, por sua vez, exige maior produção de proteína vegetal (milho e soja), usados como ração. A propósito, somente a China consome hoje 25% de toda soja produzida no planeta, informou ontem o Los Angeles Times.

A segunda mais forte razão contrária à imediata reversão dos preços dos alimentos é o maior consumo de biocombustíveis no mundo, especialmente de etanol nos Estados Unidos e de biodiesel na Europa, que demandam maior quantidade de grãos.

Nada menos que 40% da produção de milho dos Estados Unidos, que deverá ser de 316,2 milhões de toneladas neste ano, será canalizada para a produção de 51,7 bilhões de litros de etanol para mistura à gasolina. Como ontem observou o professor Wallace Tyner, da Purdue University, (no site Project Syndicate), esse pedaço da demanda não se altera com o nível de preços. É o que os economistas chamam de demanda inelástica, porque é determinada por lei. O etanol será produzido nos Estados Unidos independentemente de quanto custe o milho.

Esse fator, por si só, torna o mercado de commodities alimentares mais sensível a variações climáticas ou a variações de PIB na Ásia. É por isso que pequenas mudanças na política de juros na China mexem instantaneamente nas cotações desses produtos.

Essas razões não são meras conjecturas teóricas; elas têm consequência. Se os fundamentos econômicos apontam para uma forte demanda de alimentos (e outras commodities) em escala global, não se pode contar com fortes tombos nos seus preços. E isso sugere que não dá para contar com o esvaziamento "espontâneo" da inflação nos próximos meses, como insistentemente vêm sugerindo tanto Mantega como Tombini.

CONFIRA

Redução da indexação
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, confirmou ontem que o governo está estudando a redução da indexação (correção monetária). Mas, se for pelo caminho que ele está indicando, vai ser difícil mudar.

Troca burra
Ele disse que, para correção dos aluguéis residenciais, está sendo estudada a troca do IGP-M, o indexador mais usado, pelo IPCA, o índice do custo de vida aferido, mês a mês, pelo IBGE.

Correção negativa
Se for realizada quando o IPCA está apontando para a altura dos 7% e o IGP-M tende a esvaziar-se, essa poderá vir a ser uma troca burra. Em 2009, o IGP-M ficou negativo: -1,7%.

O problema real
A longo prazo e, na média, todos os índices de preços tendem a convergir para o mesmo ponto. Isso significa que a troca de um índice pelo outro não faz sentido. O problema não é a indexação; é a inflação.

GOSTOSA

XICO GRAZIANO - Verdade e mentiras


Verdade e mentiras
XICO GRAZIANO

O GLOBO - 05/05/11

Uma maledicência persegue as ideias de Fernando Henrique Cardoso. Ele discursa e lhe enviesam a fala; escreve, e lhe envenenam a palavra. Basta ver a recente confusão sobre seu artigo, onde defende que a oposição se aproxime da classe média. Disseram que FHC mandou desistir do "povão". Uma maldade política.

Não é a primeira vez que deturpam o pensamento de FHC. Até dos gestos já lhe roubaram veracidade. Na campanha presidencial de 1994, o então candidato montou um animal que passava arreado em Belmiro Gouveia, sertão de Alagoas. Deu na imprensa: "FHC anda de jegue." Não era jegue, mas um cavalo baio. Puro preconceito.

Sua mais famosa frase jamais foi pronunciada. "Esqueçam o que escrevi" foi a tradução maldosa do jornalista que o escutou responder, indagado, que nem tudo aquilo que redigira na época cepalina, anos 1960, ainda valia nos tempos globalizados da economia mundial. A declaração - uma obviedade intelectual - ocorreu em reunião com empresários no restaurante Rubayat, aquele existente na Alameda Santos, capital paulista. Eu estava lá.

Tem mais. Já na Presidência da República, FHC sofreu quando, querendo impulsionar a reforma da Previdência, criticou as altíssimas aposentadorias de certos funcionários públicos, taxando-os de "alguns vagabundos". Na interpretação maliciosa, estourou a manchete: "Presidente diz que aposentado é vagabundo". Sacanagem da boa.

Agora, ao se referir à classe média, FHC chamou a atenção sobre o importante fenômeno da ascensão social. Impulsionada pelo Estado e permitida pelas modernas tecnologias, a começar da comunicação aberta pela internet, a economia abre fantásticas oportunidades. Na cidade e no campo, milhões de famílias progridem a olhos vistos.

A política tradicional, incluindo o sindicalismo, não consegue atender às expectativas dessa gente progressista. O velho esquema consegue, a seu jeito, se aproximar das massas operárias, enquanto o populismo cuida de manipular os miseráveis. Mas a juventude, da idade e das ideias, mora longe daí.

Alguém disse que FHC defende uma guinada à direita do PSDB. Conclusão esdrúxula. Considerar o povo na "esquerda" enquadrando as novas classes médias na "direita" significa inverter o rumo da história moderna. Quem pensa assim está fossilizado pelos antigos axiomas ideológicos. Zero de século XXI.

Prestes a completar 80 anos, FHC mostra uma lucidez de raciocínio que espanta seus interlocutores. Nenhuma liderança política do país olha à frente como ele. Ajuda-o, com certeza, sua formação intelectual misturada pelas cores da política. O brilho do ex-presidente parece despertar inveja, ou ciúmes, de seus oponentes mais tacanhos.

Certos petistas aproveitaram a brecha dessa discussão para estocar que FHC nunca esteve próximo do povo. Coisa ridícula. Antes de muitos deles nascerem o sociólogo FHC já andava pelas favelas de Porto Alegre e São Paulo pesquisando a segregação racial. E o presidente FHC não teria vencido duas vezes o Lula, no primeiro turno, sem o apoio decisivo das massas.

Foi exatamente graças ao programa de estabilização da economia, conduzido por FHC, que o "povão" começou a ter seu ganho elevado, em termos reais. Com o resgate da sua moeda - e prestações fixas a pagar -, os eletrodomésticos e demais bens de consumo chegaram aos lares dos brasileiros pobres.

Há políticos que mentem deliberadamente. Os mentirosos compulsórios sempre apresentam algum trauma psicológico. Não sou especialista nesse ramo. Mas acho que os petistas se envergonham da época que denunciavam o Plano Real como uma impostura.

Depois, quando o adotaram, dele se beneficiando, sonham que mudaram o Brasil. Mas acordam à noite com pesadelos. Sabem que o autor da façanha se chama FHC.

ROBERTO MACEDO - Iglesias e a América Latina



Iglesias e a América Latina
ROBERTO MACEDO

O Estado de S.Paulo 05/05/11

Na segunda-feira fui ao evento Uma Conversa com Enrique Iglesias, na Faap. Foi uma boa conversa. É um economista uruguaio que foi ministro das Relações Exteriores de seu país, secretário executivo da Cepal - a Comissão Econômica para a América Latina (AL), da ONU, em Santiago do Chile - e presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington. Hoje comanda a Secretaria-Geral Ibero-Americana, em Madrid.

Mesmo assim, é pouco conhecido das gerações mais jovens de economistas brasileiros. Aliás, entre os jovens em geral, popular mesmo, como ele brinca, é outro Enrique Iglesias, o cantor espanhol filho de Julio Iglesias, de grande e próprio prestígio.

Com sua enorme experiência, o Iglesias da conversa foi e é observador privilegiado da AL. É sempre bom ouvir alguém com essa perspectiva regional, muitas vezes ignorada no Brasil.

Começou abordando a economia internacional, marcada por incertezas e riscos acentuados, e nos países desenvolvidos, por um crescimento incapaz de expandir o emprego. Na AL, o impulso dado pela demanda externa de commodities, com algum aprimoramento da gestão pública e boa saúde dos bancos, trouxe desde meados da década passada maior crescimento, com progresso também no combate à pobreza.

Foi confortante a menção a esses e outros fatores de alcance geral sem o "nunca antes neste país" e tampouco na AL. E não se falou de Lula nem de outros políticos. Mas lembrei-me dele quando Iglesias disse que por força desses fatores o crescimento do PIB em 2010 foi muito forte em vários países da AL. Segundo a Cepal, de 9,7% no Paraguai, 9% no Uruguai, 8,8% no Peru e 8,4% na Argentina. O Brasil ficou em 7,5%, com Lula dizendo que tudo veio dele e muita gente acreditando nisso.

Na região, Iglesias ressaltou também a predominância de regimes democráticos, maior respeito pelos direitos humanos, uma sociedade civil que se manifesta mais e a estabilidade de preços valorizada politicamente. Também se aceita uma abertura maior da economia, procura-se aprimorar a educação e se fala mais de inovações, a qual é praticada sobretudo na biotecnologia. E há também as empresas "multilatinas".

Contudo apontou que a AL de maior sucesso é a "do Panamá para baixo", com relações comerciais mais voltadas para o Pacífico, em particular a China. Do "Panamá para cima" os ventos são frios, principalmente pelas dificuldades dos EUA, muito mais influentes nessa sub-região. A primeira é a que atrai mais investimentos estrangeiros.

Quanto a estes, apontou que, quando houve a última onda de privatização no Brasil, Portugal e Espanha destacaram-se como investidores, enquanto Reino Unido, Alemanha e França ou não vieram, ou até saíram. Agora ele nota um renovado interesse destes últimos em ampliar o espaço que perderam.

Mas mesmo "do Panamá para baixo" há muitos problemas a superar, como a valorização de moedas, a inflação e bolhas em alguns mercados. Insistiu muito num foco na produtividade, que na região como um todo é de apenas 40% da observada nos EUA. Para ampliá-la é preciso aprimorar tecnologias, buscar inovações e cuidar da infraestrutura. Na área social, como na educação, avanços precisam ser muito fortes, pois a posição internacional da AL ainda é muito ruim. Demonstrou-se também muito preocupado com a insegurança nas ruas, hoje numa situação que coloca a região como a pior do mundo.

Sugeriu um renovado empenho na ampliação dos mercados regionais e na integração, a qual deve ser considerada uma defesa diante das incertezas do cenário externo, e não apenas uma forma de ampliar mercados, como tradicionalmente. Revelou preocupação igualmente com os ajustes econômicos ainda incompletos nos países desenvolvidos e na China. E com a questão ética, cujo mau status requer uma redefinição de valores focada num futuro melhor.

Foram debatedores os embaixadores Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Faap, e Sérgio Amaral, diretor do Centro de Estudos Americanos da mesma instituição. Ambos puseram em dúvida a integração como defesa, pois ela tem como premissa a industrialização, já que os serviços e a produção de commodities não são propensos à integração. Ricupero apontou outra dificuldade, a de que a AL está hoje segmentada por blocos econômicos e também por países que fizeram acordos bilaterais de comércio com os ricos. Amaral referiu-se à possibilidade até de retrocesso da industrialização no Brasil, dados o câmbio desvalorizado, os juros e a carga tributária elevados e a infraestrutura inadequada.

Iglesias reconheceu as dificuldades de integrar via industrialização, acrescentando que os maiores países da AL têm estrutura produtiva similar, e há também Estados fortes preocupados em preservar mercados. Por isso mesmo, recomendou uma integração "não imitativa do passado", com avanços na parte física, argumentando que uma estrada nova entre países faz muito mais pela integração que muitas conferências de especialistas. E que ela também poderia avançar em alguns subsetores industriais, nos serviços, inclusive na educação.

A percepção deixada pelo debate foi a de que voltou à cena o dilema, tão enfatizado no passado pela Cepal, de buscar a industrialização sustentada pela integração ou voltar a sofrer como produtor de recursos naturais, pois foram apontados riscos de uma dependência muito grande deles e da demanda chinesa. Esse dilema agora vem com novas roupagens, como essa da integração não imitativa.

Não há uma resposta e, assim, é bom que se continue o debate, mas, como nessa conversa, sobre os fundamentos econômicos e bem menos sobre personalidades políticas que os ignoram. Isso ao lado de realçarem sucessos como exclusivamente seus e debitarem fracassos só a adversários.

GOSTOSA DO TEMPO ANTIGO

MERVAL PEREIRA - A dura realidade


A dura realidade 
 Merval Pereira 
O Globo - 05/05/2011

Eu estava em Washington na noite do último domingo, quando foi anunciada a morte de Bin Laden, e revi cenas de júbilo patriótico em frente à Casa Branca, especialmente por parte de jovens. Cenas como as que presenciara três anos antes em Nova York, onde a vitória de Barack Obama provocara o que classifiquei então de “clima de fim de campeonato, com vitória dos Yankees ou do Knicks, todos na rua gritando e cantando, principalmente jovens e negros, buzinaço pelas ruas, festa no Harlem, em Times Square, na Rockfeller Plaza”.

Não sou capaz de dizer se os jovens que fizeram a festa pela morte de Bin Laden em Washington, Nova York e várias partes dos EUA são os mesmos que, em 2008, foram em número recorde às urnas para eleger Obama com o sentimento de estar contribuindo para mudar o país e o mundo, como Obama ressaltava em seus discursos.

Mas sei que boa parte daquelas boas intenções iniciais do governo Obama ficou pelo caminho diante da realidade do combate ao terrorismo. Enquanto o presidente Bush alegava querer disseminar a democracia pelo mundo e utilizava guerras para impor o regime, Obama se propunha a mostrar as vantagens da democracia através do exemplo e do respeito ao outro.

Questões emblemáticas da mudança de comando no governo, como o fechamento da prisão de Guantánamo e o fim da tortura como método de interrogatório a presos da guerra ao terror, hoje são motivo de discussão nos EUA, pois foi em Guantánamo que um preso revelou, sob tortura de simulação de afogamento, a identidade do mensageiro que fazia a ligação de Bin Laden com seu grupo, dando as informações necessárias para localização e eliminação do inimigo no- 1 dos EUA.

O desrespeito à Convenção de Genebra com relação aos presos políticos na época do presidente George W. Bush tinha a aprovação deste, e a autorização para que técnicas de afogamento fossem usadas nas prisões de Guantánamo e Abu- Grahbi, no Iraque, partiu diretamente do ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld.

Havia dentro do governo o consenso de que a tortura era método rápido e eficiente para tirar informações de terroristas, e essa tese foi defendida com todas as letras pelo vice Dick Cheney mesmo após Obama, já eleito, fazer campanha contra a tortura como método oficial de combate ao terror.

Essas técnicas de tortura foram utilizadas de maneira sistemática e oficial pelo menos até 2004, segundo um relatório do Senado daquela época, que indicava que haviam sido interrompidas quando o atual secretário de Defesa, Roberto Gates, assumiu em lugar de Rumsfeld no segundo mandato de Bush.

Com a divulgação de documentos pelo Wikileaks, sabe-se que o sistema de tortura continuou sendo utilizado em Guantánamo. A política de assassinato seletivo é usada regularmente por Israel contra seus inimigos, e tem até mesmo uma decisão da Suprema Corte de Israel respaldando-a.

A favor do governo americano há o fato inconteste de que um dos helicópteros usados na operação foi derrubado por seguranças de Bin Laden, o que significa que havia intenção de reagir à ação militar dos EUA.

Não há dúvidas também de que, se fosse preso e levado a julgamento, Bin Laden se transformaria em motivo de tentativas diversas de terroristas para resgatá-lo ou de atentados para protestar contra sua prisão.

Estaria também em condições de continuar pregando sua guerra santa contra o Grande Satã, os Estados Unidos. O procurador-geral da Justiça - o equivalente ao nosso ministro da Justiça -, Eric Holder, que assumiu no início do governo Obama com a tarefa prioritária de desmontar a máquina jurídica criada no governo Bush para justificar os abusos aos direitos humanos, é o mesmo que ontem, na Comissão de Justiça do Senado dos EUA, definiu Bin Laden como “legítimo alvo militar”, e que a operação foi um ato de “autodefesa” dos EUA, justificando o fato de o líder terrorista ter sido morto mesmo estando desarmado com a ilação de que “não há qualquer indicação de que Bin Laden tentou se render”.

Obama mantém de maneira geral sua postura de abertura maior para o mundo e sem dúvida quer transformar os EUA em país amado, e não temido.

Mas a operação que acabou na morte de Bin Laden foi típica ação de imposição de força por parte de potência imperial, que não respeita regras nem territórios para atingir suas metas.

Desse ponto de vista, parecese mais com o governo Bush do que com a proposta vitoriosa em 2008, mas parece também, aos olhos da vasta maioria dos americanos, mais capaz de defender os interesses do país do que parecia dias antes.

Várias vezes o governo Obama foi comparado ao de Jimmy Carter, que, como ex-presidente, ficou melhor do que quando estava sentado no Oval Office. Até mesmo o fato de ter ganhado o Nobel da Paz o aproximava de Carter, com uma diferença: Obama ganhou quando comandava duas guerras, em pleno exercício de poder, enquanto Carter levou por sua atuação fora da Presidência.

Mas os dois se diferenciaram fundamentalmente como líderes quando Obama saiu-se vitorioso na promessa de campanha de caçar e matar Bin Laden, livrando-se não apenas da fama de ingênuo e frágil na política externa como da ridícula acusação de que seria muçulmano.

A morte de Bin Laden fará crescer as possibilidades de Obama se reeleger, ao contrário do que aconteceu com Carter, que falhou fragorosamente na tentativa de recapturar os reféns americanos no Irã.

Nenhuma crítica internacional ou mesmo interna abalará a imagem de Obama junto à ampla maioria dos americanos, que deve ficar até mais forte do que a externa, numa inversão de papéis desde sua eleição.

O papel central agora caberá à economia, estúpido, que pode levar de roldão a popularidade de um presidente como fez com George Bush pai, com índices lulistas de popularidade depois da Guerra do Golfo, mas derrotado pela crise econômica.

MÔNICA BERGAMO - "ABORIGILNE"


"ABORIGILNE"
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/05/11

Gilberto Gil esteve nesta semana em uma tribo aborígene, no norte da Austrália, onde foi pintado por nativos. Lá, gravou cenas para seu documentário sobre a cultura dos países abaixo da linha do Equador, que também mostra o Carnaval da Bahia. Depois da ilha, ele segue para a África do Sul e para o Amazonas. O vídeo, com direção do suíço Pierre Yves Borgeaud, sairá na Europa em 2012.

BRASÍLIA CAFONA
A neta do arquiteto Oscar Niemeyer, Ana Lucia Niemeyer, que dirige a fundação que tem o nome do avô, está lançando uma campanha em conjunto com Alfredo Gastal, superintendente do Iphan de Brasília, e com Wagner Barja, diretor do Museu da República, contra o que Gastal chama de "processo de cafonização" da capital brasileira. Eles articulam a formação de um grupo com representantes civis e do governo para impedir que reformas em edificações tombadas vulgarizem o projeto original.

CAFONA 2

Gastal se queixa que azulejos de Athos Bulcão, por exemplo, são trocados por peças de granito e que blocos de concreto armado na cidade têm sido enfeitados com pastilhas coloridas.

UMA IDEIA NA CABEÇA
Está em curso no PT de São Paulo uma articulação para tentar transformar o ministro Guido Mantega, da Fazenda, em potencial candidato à prefeitura da capital paulista em 2012. O perfil do economista atenderia ao que a legenda imagina serem as exigências do eleitorado: é uma novidade (como defende o ex-presidente Lula), tem imagem de bom gestor e identidade com a classe média. É muito ligado a Lula e à presidente Dilma Rousseff.

PELAS BORDAS
Petistas que estão lançando a ideia internamente já conversaram com interlocutores de Guido para sondá-lo sobre a possibilidade, já que ele está bem no Ministério da Fazenda. É prestigiado por Dilma Rousseff e está satisfeito no cargo.

PÁGINA VIRADA

Independentemente de eventuais mudanças na equipe econômica por causa das eleições, já é dado como certo entre assessores de Dilma que ela fará uma ampla reforma ministerial em 2012, atingindo outras áreas.

JOIO

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, decidiu sair em defesa do ex-governador José Serra, que tem sido acusado nos bastidores de estar por trás da formação do PSD, o partido do prefeito Gilberto Kassab. "Ele não tem nada a ver com isso. Eu tenho certeza absoluta. O Serra defendeu que as pessoas que saíram do PSDB ficassem no partido. Ele usou toda a sua influência inclusive para que Kassab ficasse no DEM."

NA MIRA
O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar uma reforma subterrânea que está sendo feita em banheiros da Faculdade de Direito do Mackenzie. O prédio é tombado. O Mackenzie afirma que a obra ocorre em edifício que não é protegido.

PASSA-SE O PONTO

O prédio onde fica a lanchonete Frevo, na esquina das ruas Oscar Freire e Augusta, está sendo vendido. Inquilinos receberam notificação com direito de preferência da compra com o valor mínimo de R$ 34 milhões.

VALORES

O Metrô de São Paulo vai recorrer para reduzir o valor da multa de R$ 87 mil aplicada pela Secretaria da Justiça por um caso de homofobia em uma estação. O Metrô diz que "reconhece que houve erro", já corrigido.

FIM DE ERA

Viviane Senna comunica que o Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo deixa de existir a partir deste ano. "Durante dez anos cumprimos nosso objetivo: transformar a educação em pauta para a imprensa. Agora, é buscar novos desafios."

RASANTE DE VASSOURA

Os atores Maria Clara Gueiros, Fafy Siqueira, Eduardo Galvão e Kacau Gomes estão confirmados no elenco do musical "As Bruxas de Eastwick", de Charles Möeller e Claudio Botelho. O espetáculo estreia em agosto em SP.

TRAGÉDIA À GREGA

A peça "Édipo", de Sófocles, ganhou adaptação brasileira de Elias Andreato, que estreou no Teatro Eva Herz, no Conjunto Nacional, anteontem; passaram pela plateia os atores Maria Manoella e Dan Stulbach, entre outros.

QUEM BATE É O FRIO

A Daslu mostrou 60 combinações de peças de sua coleção de alto inverno anteontem; Eliana Tranchesi recebeu a modelo Renata Kuerten e outras clientes da loja, que fez roupas de couro de crocodilo e de cobra para a estação fria.

CURTO-CIRCUITO


O ex-jogador Raí lançará no dia 9 um cartão de crédito com a Omni que reverterá parte dos gastos para a Fundação Gol de Letra.

A revista "Índio" é lançada hoje, às 19h, na Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho.

O hospital Oswaldo Cruz promove hoje no São Paulo Golf Club a quarta edição de seu torneio de golfe, patrocinado por Racional Engenharia e Qualicorp.

Helena Rizzo comanda coquetel de 30 anos da Citizen no Brasil, no Espaço Manioca, hoje, às 19h.

Juliana Jabour abre hoje loja no shopping Higienópolis, com coquetel às 22h.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI