Já se sabia que o homem evoluiu do macaco. Graças a Jair Messias Bolsonaro, descobre-se que alguns já fazem o caminho de volta.
Uma repórter pediu ao presidente que comentasse a notícia mais impactante do dia: o Brasil ultrapassou a China em número de mortes por coronavírus.
E Bolsonaro, de chofre: "E daí? Lamento. Quer que faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre."
Se estivesse vivo, Cacaso, como era conhecido o poeta Antonio Carlos de Brito, diria que Bolsonaro já realiza milagres, só que às avessas.
Ficou moderno o Brasil do messias Bolsonaro. Nele, a água já não vira vinho, vira direto vinagre.
Bolsonaro e a sensatez são duas coisas inconciliáveis. Mas o capitão exagerou. É como se quisesse avisar aos seus devotos que quem ama o feio leva muito susto.
O presidente do Brasil decidiu desrespeitar o luto dos brasileiros. Fez isso num dia em que chegou a 5.017 o número de cadáveres do coronavírus.
"Quer que faça o quê?", indagou Bolsonaro. Talvez seja inútil. Mas vão abaixo algumas sugestões:
Cale a boca:
Os problemas de Bolsonaro estariam resolvidos se ele seguisse o seguinte conselho: Nunca deixe para amanhã o que você pode calar hoje.
Feche o cercadinho:
O cérebro de Bolsonaro começa a funcionar no momento em que ele acorda. E não para até que ele converse com a plateia do cercadinho do Alvorada. Se passar direito, será mais feliz.
Saia da bolha:
Sempre que estiver prestes a arrancar a carótida de algum governador pró-isolamento ou chupar o próprio sangue, saia das redes sociais e converse um pouco.
Suma com a fila:
Se Deus criasse um socorro de R$ 600, Ele não se atreveria a aparecer para os pobres em outra forma que não fosse o dinheiro. Fila na Receita é covardia. Na Caixa, é tortura.
Aprenda matemática:
Candidato que belisca 57,7 milhões de votos num universo de 147 milhões de votantes chega ao Planalto carregado por 39% dos eleitores.
Os números pedem humildade. Quem acha que pode salvar a pátria sozinho, revela-se incapaz de todo. Acertando com o centrão, mostra-se capaz de tudo.
Numa palavra: presida, presidente. Não há de ser tão difícil. O horário é civilizado, o salário é razoável, viaja-se muito...
E há sempre a possibilidade de demitir o Abraham Weintraub e o Ernesto Araújo, o que deve proporcionar uma grande sensação de alívio.
Se de todo modo não for possível governar, há sempre a possibilidade da renúncia. É melhor bater em retirada do que sapatear sobre lápides.
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