Já me perguntaram se eu estava feliz com o que o Neymar fez na final da Copa da França porque havia sido profética minha declaração de 2010, quando disse que estávamos criando um “monstro” no futebol. É lógico que não estou feliz. Quero que o Neymar leve o Brasil a ser campeão do mundo.
Qualquer um pode errar, mas é preciso analisar como, onde e os motivos daquele erro. Quando a pessoa diz que deu um soco porque não tem sangue de barata é gravíssimo. Imagine um profissional, como um motorista de táxi, que leva uma fechada no trânsito e resolve descer do carro para dar um soco na cara do outro porque não tem sangue de barata. Ou um garoto que sofre bullying na escola e dá um soco na cara do colega também porque não tem sangue de barata.
A mensagem que Neymar passou foi muito ruim. Ele poderia ter dito que estava arrependido e que não se controlou naquele momento. Mas a reação dele foi de um profissional que não está preparado para suportar pressão. Esse é um ponto frágil do Neymar.
Ele também não poderia ter dito que o PSG perdeu o título porque os atletas mais jovens não escutam os mais velhos. Vejo isso como um problema sério. Neymar não pode levar para fora do vestiário assuntos internos do clube.
Se eu fosse técnico da seleção, não o deixaria de fora da próxima convocação, mas condenaria publicamente a sua atitude e o faria pedir desculpas. Há um problema na seleção e a dúvida é como a comissão técnica vai reagir.
Temos de ter cuidado na hora de fazer ataques ou defesas. Sempre foi minha preocupação que tipo de exemplo daremos à juventude. Não dá para um jogador viver pela sua conveniência e fazer qualquer coisa que sinta vontade. É preciso viver pela convivência com os outros, com direitos e deveres respeitados.
Pessoas públicas têm de ser exemplos. Essas pessoas também erram, ninguém é perfeito. Mas é preciso saber como se desculpar e usar esse erro para aprender.
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