Em momentos de crise econômica, política e social como a vivenciada atualmente pelo Brasil, abrem-se janelas de oportunidades que não devem ser desprezadas. O setor industrial é um dos mais penalizados pela recessão que se instalou no país, com níveis de ociosidade mais altos da série histórica. Mas esse quadro não pode ser encarado apenas como motivo de preocupação, pois a crise vem forçando alguns setores produtivos a buscar maior eficiência e competitividade, o que mostra a vitalidade do segmento produtivo.
Essa constante busca por melhor desempenho de setor tão vital para a economia abre espaço para a volta do crescimento de forma mais equilibrada e com menor pressão sobre a inflação e as contas externas. Especialistas ainda não fazem suas apostas em uma breve e firme retomada da atividade industrial, mas jogam suas fichas em um forte avanço no próximo ciclo de desenvolvimento, o que esperam ocorrer em 2018/2019.
A retomada do crescimento da indústria ainda é lenta, porque a demanda pelos produtos fabricados no país precisa voltar de forma sustentável para, primeiramente, consumir estoques, reequilibrar a capacidade ociosa e levar à expansão da produção. Antes da atual crise, a capacidade industrial instalada estava quase toda no limite. Época em que havia filas quilométricas nas revendedoras de caminhões, mesmo com a produção no limite, devido aos incentivos governamentais e aos juros baixos.
O aquecimento da economia continua praticamente imperceptível, mas existem sinais de aumento da confiança dos investidores internos e externos. Um indicador de melhora da atividade econômica são os números da balança comercial, que vem tendo superavit todos os meses. Os setores exportadores lideram a tímida recuperação, notadamente, o de celulose, de mineração e de automóveis. Também começam a apresentar resultados positivos os produtos de madeira e calçados, assim como vestuário e medicamentos pela via da substituição das importações.
Apesar de as estatísticas continuarem ruins, algo está se movendo na economia real. O Brasil ainda vai enfrentar tempos de recessão e não se sabe quantas empresas sobreviverão à crise, mas quem vencer a turbulência ficará mais forte e mais eficiente. Certamente, a economia brasileira deixará a crise para trás fortalecida. O caminho é longo e cheio de armadilhas, mas o país já o está trilhando.
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