A corrupção sistêmica torna insaciável a opinião pública e intermináveis as investigações. É preciso renovar a política e reformar a economia
O presidente interino, Michel Temer, e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmaram o jantar com Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, em que teriam pedido apoio financeiro às campanhas eleitorais do PMDB. Mas, ao contrário do que o dono e os executivos da empreiteira disseram em delações premiadas, os políticos explicam que trataram de “contribuições em acordo com a legislação eleitoral em vigor, conforme depois declarado ao TSE”. A revista “Veja” desta semana informa ainda que a presidente afastada Dilma Rousseff “teria sua biografia destruída pela delação premiada de João Santana, responsável pelo marketing das campanhas eleitorais do PT”.
Segundo a Odebrecht, “quase a metade dos senadores e governadores do país teria sido beneficiária do dinheiro ilegal repassado pelo departamento de propinas da empreiteira”. As revelações comprometem ainda mais o establishment político brasileiro. Lembro-me de tempos mais ingênuos, em que fui explicar ao candidato presidencial posteriormente eleito que o banco que eu havia fundado nunca tinha feito e nunca faria contribuições financeiras a políticos por acreditar que o dinheiro não devia interferir na política.
Em minha única e longa conversa com Dilma, dias antes da saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, no final de 2015, aconselhei-a a subscrever o plano Temer, ou ser abandonada em meio à onda de desemprego em massa que nos engoliria em 2016. Deveria simultaneamente encaminhar ao Congresso uma exigência óbvia: “A classe política está sob suspeita. Houve acusações de compra de votos na aprovação da emenda constitucional favorável à reeleição, de financiamentos irregulares de campanhas eleitorais, de compra de sustentação parlamentar, de obstrução de Justiça e de desvio de recursos públicos envolvendo nossas principais lideranças políticas. É incontornável a conclusão de que há algo de profundamente errado com nossas práticas. Devemos ao povo brasileiro uma reforma política”.
Repasso a Temer os mesmos conselhos. A negligência e até mesmo a hipocrisia ante a corrupção sistêmica tornam frenética a guilhotina midiática, insaciável a opinião pública e intermináveis as investigações da Lava-Jato. Renove a política, reforme a economia e esqueça a reeleição.
O presidente interino, Michel Temer, e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confirmaram o jantar com Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, em que teriam pedido apoio financeiro às campanhas eleitorais do PMDB. Mas, ao contrário do que o dono e os executivos da empreiteira disseram em delações premiadas, os políticos explicam que trataram de “contribuições em acordo com a legislação eleitoral em vigor, conforme depois declarado ao TSE”. A revista “Veja” desta semana informa ainda que a presidente afastada Dilma Rousseff “teria sua biografia destruída pela delação premiada de João Santana, responsável pelo marketing das campanhas eleitorais do PT”.
Segundo a Odebrecht, “quase a metade dos senadores e governadores do país teria sido beneficiária do dinheiro ilegal repassado pelo departamento de propinas da empreiteira”. As revelações comprometem ainda mais o establishment político brasileiro. Lembro-me de tempos mais ingênuos, em que fui explicar ao candidato presidencial posteriormente eleito que o banco que eu havia fundado nunca tinha feito e nunca faria contribuições financeiras a políticos por acreditar que o dinheiro não devia interferir na política.
Em minha única e longa conversa com Dilma, dias antes da saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, no final de 2015, aconselhei-a a subscrever o plano Temer, ou ser abandonada em meio à onda de desemprego em massa que nos engoliria em 2016. Deveria simultaneamente encaminhar ao Congresso uma exigência óbvia: “A classe política está sob suspeita. Houve acusações de compra de votos na aprovação da emenda constitucional favorável à reeleição, de financiamentos irregulares de campanhas eleitorais, de compra de sustentação parlamentar, de obstrução de Justiça e de desvio de recursos públicos envolvendo nossas principais lideranças políticas. É incontornável a conclusão de que há algo de profundamente errado com nossas práticas. Devemos ao povo brasileiro uma reforma política”.
Repasso a Temer os mesmos conselhos. A negligência e até mesmo a hipocrisia ante a corrupção sistêmica tornam frenética a guilhotina midiática, insaciável a opinião pública e intermináveis as investigações da Lava-Jato. Renove a política, reforme a economia e esqueça a reeleição.
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