Continuamos ignorando a importância da mudança do regime fiscal para a rápica recuperação da dinâmica de crescimento
A presidente Dilma Rousseff experimentou na semana passada importantes avanços nas trincheiras da guerra política, mas enorme retrocesso no front da crise econômica. As catilinárias da Polícia Federal e os votos do Supremo Tribunal quebraram as pernas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e quebraram também o ritmo alucinante em que se desenrolava como mais provável o cenário de impeachment. Mas, se houve ganhos para o governo na guerra política, houve perdas em sua estratégia de combate à inflação. A indicação de Nelson Barbosa para a Fazenda exacerba expectativas adversas. Levy indicava a busca de um ajuste fiscal. Barbosa é visto como um dos responsáveis pelo desajuste fiscal. Sua nomeação é um sinal de que “o gastador derrotou o mãos de tesoura”.
Aqui se configuram as diferenças de opinião quanto ao que há de pior na atual crise econômica. De olho na batalha contra o impedimento em pleno ano eleitoral de 2016, a presidente e seu partido podem considerar o desemprego mal maior que a inflação. Os recuos da produção e do emprego seriam graves o bastante para exigir uma dose de “desenvolvimentismo” no uso das ferramentas fiscais e creditícias. Já os mercados desfalecem em déjà vu: foram exatamente as excessivas doses de “desenvolvimentismo” que causaram o desajuste fiscal, o aumento da inflação, a queda dos investimentos, da produção e do emprego. Se a indicação de Barbosa reflete um cálculo político para evitar o agravamento da recessão em meio à tentativa de impeachment no início de novo ano eleitoral, a deterioração das expectativas, o aumento da inflação e o desemprego em massa revelarão o equívoco desse cálculo em meados do próximo ano. Mas a indicação pode refletir um transitório realinhamento do governo com suas bases de sustentação parlamentar para a batalha do impeachment.
Tucanos ignoraram e petistas continuam ignorando a importância da mudança do regime fiscal para a curta duração de um programa de estabilização bem-sucedido. Que durasse dois anos, e não duas décadas, como temos sofrido. E, portanto, com menores taxas de sacrifício expressas em redução de crescimento e destruição de empregos. A verdade é que os legítimos gastos sociais de uma democracia emergente exigem profundas reformas no antigo regime econômico.
A presidente Dilma Rousseff experimentou na semana passada importantes avanços nas trincheiras da guerra política, mas enorme retrocesso no front da crise econômica. As catilinárias da Polícia Federal e os votos do Supremo Tribunal quebraram as pernas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e quebraram também o ritmo alucinante em que se desenrolava como mais provável o cenário de impeachment. Mas, se houve ganhos para o governo na guerra política, houve perdas em sua estratégia de combate à inflação. A indicação de Nelson Barbosa para a Fazenda exacerba expectativas adversas. Levy indicava a busca de um ajuste fiscal. Barbosa é visto como um dos responsáveis pelo desajuste fiscal. Sua nomeação é um sinal de que “o gastador derrotou o mãos de tesoura”.
Aqui se configuram as diferenças de opinião quanto ao que há de pior na atual crise econômica. De olho na batalha contra o impedimento em pleno ano eleitoral de 2016, a presidente e seu partido podem considerar o desemprego mal maior que a inflação. Os recuos da produção e do emprego seriam graves o bastante para exigir uma dose de “desenvolvimentismo” no uso das ferramentas fiscais e creditícias. Já os mercados desfalecem em déjà vu: foram exatamente as excessivas doses de “desenvolvimentismo” que causaram o desajuste fiscal, o aumento da inflação, a queda dos investimentos, da produção e do emprego. Se a indicação de Barbosa reflete um cálculo político para evitar o agravamento da recessão em meio à tentativa de impeachment no início de novo ano eleitoral, a deterioração das expectativas, o aumento da inflação e o desemprego em massa revelarão o equívoco desse cálculo em meados do próximo ano. Mas a indicação pode refletir um transitório realinhamento do governo com suas bases de sustentação parlamentar para a batalha do impeachment.
Tucanos ignoraram e petistas continuam ignorando a importância da mudança do regime fiscal para a curta duração de um programa de estabilização bem-sucedido. Que durasse dois anos, e não duas décadas, como temos sofrido. E, portanto, com menores taxas de sacrifício expressas em redução de crescimento e destruição de empregos. A verdade é que os legítimos gastos sociais de uma democracia emergente exigem profundas reformas no antigo regime econômico.
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