quarta-feira, julho 13, 2016

Exportações na ordem do dia - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE

CORREIO BRAZILIENSE - 13/07

As exportações brasileiras, praticamente o único setor da economia a apresentar resultados positivos nos últimos tempos, devem receber todo estímulo para que a forte recessão que se abate sobre o país possa ser, de alguma forma, amenizada. Os dados recentes são alentadores, na medida em que mostram a retomada, com curva ascendente, das vendas externas pela indústria nacional, notadamente nos setores têxtil, automotivo e de máquinas e equipamentos.

O governo federal tenta desatar as amarras que dificultam as exportações, mas todos os esforços têm de ser feitos para que essa retomada não se torne passageira e o país volte a amargar baixos índices em seu comércio exterior. Há indicadores mostrando que as empresas brasileiras iniciam a recuperação no cenário internacional e o fim do atrelamento das exportações às commodities deve ser um objetivo a ser buscado com perseverança. Focar na venda de manufaturados dará ao Brasil o impulso necessário para o fortalecimento do superavit no comércio externo.

O crescimento da exportação de manufaturados, elixir para a indústria nacional para enfrentar a gravíssima crise econômica, tem sido a principal notícia positiva na área da economia. Medidas pontuais, como a transferência da Agência Brasileira de Promoção às Exportações (Apex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (antigo MDIC) para o Ministério das Relações Exteriores, são importantes para o incentivo às vendas externas.

O Plano Nacional de Exportações (PNE), lançado no ano passado e cujo objetivo primordial é o aumento das exportações de produtos manufaturados com maior valor agregado, tem de ser incentivado por todas as esferas governamentais envolvidas no setor. Além de valorizar a comercialização para o exterior de produtos manufaturados, o PNE se propõe a promover a expansão do mercado com a definição de 32 parceiros considerados promissores, como México, Argentina, Peru, Colômbia e Estados Unidos, além da União Europeia.

Mas não bastam boas intenções do governo. Iniciativas de incentivo são louváveis. Entretanto, as exportações continuam enfrentando barreiras históricas. Os entraves às vendas externas passam por uma série de problemas que esbarram num conjunto de políticas públicas envolvendo desde a tributação aos gargalos de infraestrutura, logística e até a capacidade do setor privado em competir no mercado internacional.

O setor de exportações, assim como a economia como um todo, tem urgência na aprovação, o mais breve possível, de uma reforma tributária profunda, com a consequente diminuição da carga tributária, uma reforma trabalhista - a legislação trabalhista vigente é da época do governo de Getúlio Vargas - e uma reforma previdenciária. Só depois de transpostos esses gargalos, as exportações brasileiras conseguirão disputar, palmo a palmo, o mercado internacional.

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