São legítimas as aspirações políticas, contanto que a necessidade imperiosa de estabilização do país não seja colocada em segundo plano
Um dos mais poderosos combustíveis que movem o político — a expectativa de poder — deixa claro rastro na crise que paralisa o país. Ele está muito visível na perda de sustentação parlamentar do governo Dilma, cuja expressão máxima, até agora, foram os 367 votos recebidos pela proposta de impeachment na Câmara contra modestos 137 pela permanência da presidente no Planalto. Ao mesmo tempo, engrossam as romarias ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice Michel Temer.
Há outros sinais de como a possibilidade de a faixa presidencial mudar de dono condiciona o posicionamento de políticos e partidos. Um desses casos ocorre com o PSDB, na oposição há 23 anos e que, diante da debacle do governo do PT, considera ter chances reais de voltar ao Planalto nas próximas eleições.
Numa perspectiva meramente eleitoral, para tucanos e aliados o melhor seria Dilma e PT serem governo até completar o mandato, em 2018, e assim pagarem o preço na moeda da impopularidade pelos erros que cometeram na economia e pelo estelionato da campanha de reeleição da presidente.
A tramitação do pedido de impeachment da presidente, por crimes de responsabilidade cometidos no Orçamento no ano passado, virou ameaça real de encurtamento do segundo mandato de Dilma, e isso obriga os tucanos a definirem que posição assumirão diante de um provável governo Temer.
Uma dessas trapaças do destino coloca o PSDB em situação comparável àquela em que esteve o PT por ocasião do impeachment de Fernando Collor, em 1992. Hoje como naquele tempo, a economia está em péssimas condições, e, impedido o presidente, o governo do vice precisará ter respaldo no Congresso para tomar as medidas corretivas necessárias.
Nada mais natural do que as forças políticas que conduziram o impeachment darem sustentação ao governo do vice que assume. Mas a lógica da política é outra. O PT, que atuou ao lado do PSDB para impedir Collor, foi para a oposição ao governo Itamar Franco, também devido a cálculos político-eleitorais. Chegou a expulsar a deputada Luiza Erundina (SP), por ela ter aceitado ser ministra de Itamar.
O PSDB se defronta com dilemas muito semelhantes. O importante é que o partido não desconsidere a situação em que se encontra o país e, por isso, não deixe de dar apoio a um futuro governo Temer. Medidas duras serão necessárias, e sem suporte forte no Congresso elas serão inviabilizadas.
As ambições presidenciais de tucanos de alto escalão, como o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, presidente do partido, e mesmo o senador José Serra, são peças neste jogo. Mas não podem ser decisivas, diante da necessidade crucial de se recolocar o país em funcionamento.
Um dos mais poderosos combustíveis que movem o político — a expectativa de poder — deixa claro rastro na crise que paralisa o país. Ele está muito visível na perda de sustentação parlamentar do governo Dilma, cuja expressão máxima, até agora, foram os 367 votos recebidos pela proposta de impeachment na Câmara contra modestos 137 pela permanência da presidente no Planalto. Ao mesmo tempo, engrossam as romarias ao Palácio do Jaburu, residência oficial do vice Michel Temer.
Há outros sinais de como a possibilidade de a faixa presidencial mudar de dono condiciona o posicionamento de políticos e partidos. Um desses casos ocorre com o PSDB, na oposição há 23 anos e que, diante da debacle do governo do PT, considera ter chances reais de voltar ao Planalto nas próximas eleições.
Numa perspectiva meramente eleitoral, para tucanos e aliados o melhor seria Dilma e PT serem governo até completar o mandato, em 2018, e assim pagarem o preço na moeda da impopularidade pelos erros que cometeram na economia e pelo estelionato da campanha de reeleição da presidente.
A tramitação do pedido de impeachment da presidente, por crimes de responsabilidade cometidos no Orçamento no ano passado, virou ameaça real de encurtamento do segundo mandato de Dilma, e isso obriga os tucanos a definirem que posição assumirão diante de um provável governo Temer.
Uma dessas trapaças do destino coloca o PSDB em situação comparável àquela em que esteve o PT por ocasião do impeachment de Fernando Collor, em 1992. Hoje como naquele tempo, a economia está em péssimas condições, e, impedido o presidente, o governo do vice precisará ter respaldo no Congresso para tomar as medidas corretivas necessárias.
Nada mais natural do que as forças políticas que conduziram o impeachment darem sustentação ao governo do vice que assume. Mas a lógica da política é outra. O PT, que atuou ao lado do PSDB para impedir Collor, foi para a oposição ao governo Itamar Franco, também devido a cálculos político-eleitorais. Chegou a expulsar a deputada Luiza Erundina (SP), por ela ter aceitado ser ministra de Itamar.
O PSDB se defronta com dilemas muito semelhantes. O importante é que o partido não desconsidere a situação em que se encontra o país e, por isso, não deixe de dar apoio a um futuro governo Temer. Medidas duras serão necessárias, e sem suporte forte no Congresso elas serão inviabilizadas.
As ambições presidenciais de tucanos de alto escalão, como o governador Geraldo Alckmin e o senador Aécio Neves, presidente do partido, e mesmo o senador José Serra, são peças neste jogo. Mas não podem ser decisivas, diante da necessidade crucial de se recolocar o país em funcionamento.
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