A peça de mais sucesso da temporada atual da Broadway é o musical político "Hamilton".
Com rap e hip-hop, parte da vida do primeiro secretário de Tesouro e um dos "pais fundadores" dos Estados Unidos, Alexander Hamilton (1755/7-1804), para falar da formação do país. O casal Obama já assistiu duas vezes, uma delas em sessão especial na Casa Branca.
Os acontecimentos da última semana no Brasil nos autorizam a pensar numa versão local, tropicalizada. Proponho a farsa "Lula, o Musical - Eu Tô Mandando o 'Bessias'", a ser encenada em Brasília.
Será proibida para menores, pela fixação que o personagem principal tem na fase anal e por cenas explícitas de quebra de decoro. O tempo é o atual. O cenário é um sítio emprestado em constante reforma.
Os personagens principais:
O ex-presidente - No poder há 13 anos, tem relação de amor e ódio com as elites.
Sente-se perseguido, ameaça virar Nero e incendiar tudo. Anda pelo palco arrastando um contêiner de tralhas que não tem onde colocar.
A presidente - Depende do personagem principal e o protege, numa relação simbiótica. Fala frases sem sentido nem fim. É ela quem manda o "Bessias" do subtítulo em uma missão delicada e nunca esclarecida.
O juiz - Além de despertar ciúme (esse monstro dos olhos verdes), o mouro de Curitiba tem superpoderes. Entre eles o da escuta telefônica e o de mandar prender por tempo indeterminado. É o antagonista do personagem-título.
O prefeito do balneário - Mistura o típico malandro carioca com Justo Veríssimo, personagem de Chico Anysio que odiava pobre. Mora em Maricá, mas sonha com Petrópolis. É viciado em jogos.
"Bessias" - Na verdade Messias, é o anjo exterminador do respeito às instituições democráticas. Entrega o salvo-conduto ao ex-presidente na cena que dá início ao musical.
Público pagante - Você.
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