Alta dos juros nos EUA adiciona pressão às finanças do país, já abaladas pela turbulência política, rebaixamento e o fracasso de aventuras na economia
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou os juros básicos da economia na semana passada pela primeira vez após sete anos. A taxa passou a oscilar entre 0,25% e 0,5%, e a autoridade monetária americana sinalizou que irá promover gradualmente novos aumentos, à proporção que a economia do país dá sinais sustentáveis de recuperação após a crise global de 2008. De fato, os fundamentos da economia dos EUA, da produção industrial ao mercado de trabalho, mostram sinais de aquecimento.
A iniciativa do Banco Central americano já era esperada pelos investidores, mas mesmo assim é motivo de preocupação para países emergentes. Isto porque a alta dos juros torna mais atraentes os bônus e títulos americanos, considerados estáveis e seguros pelo mercado, estimulando assim um redirecionamento do fluxo de investimentos dos países em desenvolvimento para os EUA. Antes mesmo da decisão do Fed, o Banco Mundial (Bird) fez um alerta de que a elevação dos juros básicos americanos poderia ter um impacto negativo para as economias emergentes.
A análise do Bird indica que a decisão da autoridade monetária americana ocorre num momento particularmente difícil, com acentuada desaceleração do crescimento econômico e do comércio mundial. Além disso, ainda na esteira da crise financeira global de 2008, os preços das commodities, principais produtos da pauta de exportação dos países em desenvolvimento, estão em vertiginosa tendência de queda, sobretudo nos segmentos de petróleo e de minério. Esse quadro vem afetando o crescimento dessas nações e várias apresentam déficits fiscais e comerciais, diz o Bird.
No Brasil, a alta dos juros americanos encontra uma situação ainda mais degradada, considerando-se os erros de uma política econômica que descuidou do lado fiscal, para apostar no “novo marco econômico”, ao qual faltaria responsabilidade se não faltasse, antes, lógica.
O resultado é uma recessão com desemprego e inflação em alta. Além disso, o país vive uma aguda turbulência política, que contamina a economia, em especial a decisão de investimentos das empresas, temerosas de pôr dinheiro num ambiente institucionalmente incerto.
Acrescentem-se ao caos o recente rebaixamento da nota de crédito do país pela Fitch, a segunda grande agência de classificação de riscos a tirar o selo de bom pagador do Brasil; e a substituição no Ministério da Fazenda de Joaquim Levy, nome comprometido com o ajuste fiscal, por Nelson Barbosa.
Não à toa, a arrecadação federal teve em dezembro o pior resultado para o mês desde 2008, com uma queda de 17,29%, ante o mesmo período de 2014, e o BC brasileiro prevê que a recessão continuará pelo terceiro ano seguido e a inflação só convergirá para o centro da meta em 2017.
Na economia, o ilusionismo dura pouco, e o preço a pagar, em geral, é alto. E ao Brasil só resta apertar os cintos e recomeçar.
O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou os juros básicos da economia na semana passada pela primeira vez após sete anos. A taxa passou a oscilar entre 0,25% e 0,5%, e a autoridade monetária americana sinalizou que irá promover gradualmente novos aumentos, à proporção que a economia do país dá sinais sustentáveis de recuperação após a crise global de 2008. De fato, os fundamentos da economia dos EUA, da produção industrial ao mercado de trabalho, mostram sinais de aquecimento.
A iniciativa do Banco Central americano já era esperada pelos investidores, mas mesmo assim é motivo de preocupação para países emergentes. Isto porque a alta dos juros torna mais atraentes os bônus e títulos americanos, considerados estáveis e seguros pelo mercado, estimulando assim um redirecionamento do fluxo de investimentos dos países em desenvolvimento para os EUA. Antes mesmo da decisão do Fed, o Banco Mundial (Bird) fez um alerta de que a elevação dos juros básicos americanos poderia ter um impacto negativo para as economias emergentes.
A análise do Bird indica que a decisão da autoridade monetária americana ocorre num momento particularmente difícil, com acentuada desaceleração do crescimento econômico e do comércio mundial. Além disso, ainda na esteira da crise financeira global de 2008, os preços das commodities, principais produtos da pauta de exportação dos países em desenvolvimento, estão em vertiginosa tendência de queda, sobretudo nos segmentos de petróleo e de minério. Esse quadro vem afetando o crescimento dessas nações e várias apresentam déficits fiscais e comerciais, diz o Bird.
No Brasil, a alta dos juros americanos encontra uma situação ainda mais degradada, considerando-se os erros de uma política econômica que descuidou do lado fiscal, para apostar no “novo marco econômico”, ao qual faltaria responsabilidade se não faltasse, antes, lógica.
O resultado é uma recessão com desemprego e inflação em alta. Além disso, o país vive uma aguda turbulência política, que contamina a economia, em especial a decisão de investimentos das empresas, temerosas de pôr dinheiro num ambiente institucionalmente incerto.
Acrescentem-se ao caos o recente rebaixamento da nota de crédito do país pela Fitch, a segunda grande agência de classificação de riscos a tirar o selo de bom pagador do Brasil; e a substituição no Ministério da Fazenda de Joaquim Levy, nome comprometido com o ajuste fiscal, por Nelson Barbosa.
Não à toa, a arrecadação federal teve em dezembro o pior resultado para o mês desde 2008, com uma queda de 17,29%, ante o mesmo período de 2014, e o BC brasileiro prevê que a recessão continuará pelo terceiro ano seguido e a inflação só convergirá para o centro da meta em 2017.
Na economia, o ilusionismo dura pouco, e o preço a pagar, em geral, é alto. E ao Brasil só resta apertar os cintos e recomeçar.
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