Em sua primeira semana no ministério da Fazenda, Nelson Barbosa tentou acalmar os investidores nacionais e estrangeiros.
Assumiu com o discurso de que vai fazer as reformas estruturais, como previdenciária e trabalhista, e não dará incentivo a setores específicos.
Mesmo assim, o dólar subiu e a bolsa caiu. Sem detalhar que medidas vai tomar e como enfrentar um Congresso tão hostil, as promessas de Barbosa ficaram desacreditadas.
O recado dos investidores foi claro: o governo Dilma perdeu o benefício da dúvida, um ativo fundamental quando Joaquim Levy assumiu a Fazenda no início deste ano.
Levy era conhecido pela austeridade na condução do Tesouro Nacional. As expectativas de inflação ancoraram e os juros futuros caíram. Todos imaginavam que 2015 seria um ano de "trégua" para deixar o ministro trabalhar.
No entanto, a medida que os meses passavam, as dificuldades de aprovar as reformas eram evidentes com o Congresso disposto ao "quanto pior, melhor".
Aos poucos também ficou óbvia a indisposição do governo e do PT com o ajuste fiscal. Os recuos na meta de superávit primário levaram as agências internacionais a retirar o selo de bom pagador do país.
Mas o que se perdeu de mais importante foi a confiança na recuperação da economia, porque, assim como as pessoas, os governos são julgados por suas ações e não por suas promessas.
Barbosa participou da adoção das medidas que esvaziaram os cofres públicos sem gerar crescimento no primeiro mandato de Dilma. Também esteve a frente do time que desmoralizou Levy, reduzindo a força do ajuste fiscal.
Ele pode até tentar fazer as reformas estruturais, mas, para reconquistar a confiança na gestão Dilma teria que, com o apoio da chefe, implementar o ajuste mais ortodoxo que o Brasil já viu, o que parece impossível.
Assim, 2015 é um ano que não termina na área econômica, porque 2016 começa com os mesmos problemas, as mesmas promessas e ainda menos confiança. Infelizmente não é um cenário auspicioso.
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