FOLHA DE SP - 05/11
BRASÍLIA - Está péssimo o clima político em Brasília. Uma dezena de partidos disputa um naco do próximo governo da presidente reeleita. Os 39 ministérios serão insuficientes para aplacar os ânimos. Pelo menos 20 ministros serão demitidos e vão ruminar suas mágoas no time de políticos derrotados.
São exíguas as chances de Dilma Rousseff injetar entusiasmo na sua tropa no Congresso nos próximos dias. A saída para a presidente está mais na economia do que na política. Aí está a importância da escolha do novo ministro da Fazenda.
Se a petista conseguir encontrar um nome que traga tranquilidade e boas perspectivas para a retomada do crescimento do país, o ambiente pode melhorar com rapidez. De outra forma, vários problemas políticos ficarão maiores do que já são.
Há dois desafios principais no Congresso nos próximos meses. Primeiro, a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado. Segundo, o início formal dos processos contra congressistas acusados de envolvimentos no escândalo da Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato.
Tudo poderá ser mitigado se 2015 começar com bom vigor na economia --algo que ninguém mais acredita. Mas um nome correto na Fazenda ajudaria a conter o pessimismo.
Escândalos de corrupção só fragilizam um presidente de fato se vêm acompanhados de baixo crescimento do país. Foi assim com Fernando Collor, em 1992. Já em 1994 (quando o efeito do caso dos anões do Orçamento ainda arrasava o Congresso), o então presidente Itamar Franco lançou o Plano Real e elegeu Fernando Henrique Cardoso.
O problema de Dilma é encontrar a fórmula mágica para equilibrar as contas do país em pouquíssimo tempo. Só assim minimizará o impacto dos solavancos políticos. Talvez por essa razão a petista tenha seguido sua receita mais conhecida nessas horas. Ontem, ela se reuniu com seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva.
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