terça-feira, julho 29, 2014

Antissionismo é antissemitismo - CLAUDIO LOTTENBERG

FOLHA DE SP - 29/07


Após o Holocausto, o antigo antissemitismo foi substituído pelo antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida


O debate sobre o Oriente Médio parece atualmente querer regredir ao pré-1947, quando a ONU decidiu dividir a Palestina em dois países, um árabe e um judeu. Aqui e ali, volta-se a negar o direito à autodeterminação nacional do povo judeu em sua terra ancestral.

A tentativa de demonização do sionismo é apenas isto: a negação do direito de um povo à autodeterminação. Nenhum outro movimento nacional sofreu ou sofre essa campanha contrária avassaladora.

É moda dizer que o sionismo e Israel são entidades coloniais. Nem como piada serve. Os falsificadores da história precisariam explicar por que a URSS votou na ONU em 1947 a favor de um "empreendimento colonial". Votação em que o maior colonizador da época, o Reino Unido, absteve-se. Aliás, a URSS foi o primeiro país a reconhecer Israel.

Nós mesmos somos cidadãos de um país cuja independência foi apoiada pelo Império Britânico. E daí? E daí nada. É comum que nações em busca da autodeterminação explorem as contradições intercolonialistas e interimperialistas.

A divisão de um país em dois aconteceu também em outra descolonização, na mesma época da partilha da Palestina, na joia da coroa britânica, quando Índia e Paquistão viraram dois países. E o critério para a delimitação também foi étnico-demográfico. Incluindo transferências de populações --que hoje viraram sinônimo de limpeza étnica.

O direito à separação de povos e nacionalidades que não desejam viver juntos foi também assegurado, mais recentemente, no desmembramento da ex-Iugoslávia e na extinção da Tchecoslováquia.

Os argumentos deslegitimadores do sionismo mal disfarçam o preconceito e a discriminação.

Guerras têm vencedores e perdedores. O final da Segunda Guerra Mundial assistiu a dramáticos e trágicos deslocamentos populacionais, consequências de realidades produzidas no campo de batalha.

Um caso bastante conhecido é o palestino. Infelizmente, até hoje os palestinos pagam a dívida que seus líderes de então contraíram, ao aliarem-se à Alemanha nazista. Países árabes também invadiram o nascente Estado judeu logo após sua independência, em 1948.

Outro argumento contra o sionismo é que os judeus não seriam um povo, mas apenas uma religião.

Cada nação deve definir sua identidade. Se judeus definem-se por uma religião (o judaísmo), uma língua (o hebraico) e uma terra (Israel), ninguém tem nada a ver com isso.

Imagine-se o escândalo se Israel mudasse de nome, para "Estado Judeu de Israel". Mas não ouvimos reclamações contra, por exemplo, o "Islâmica" em "República Islâmica do Irã" ou "Árabe" em República Árabe do Egito.

O sionismo foi e é apenas isto: a expressão moderna da autodeterminação nacional judaica. E Israel surgiu na descolonização no pós-guerra, beneficiado pelas alianças corretas na vitória sobre o nazismo. Essa é a verdade histórica.

O único caminho para a paz é o reconhecimento das realidades históricas e a divisão em dois países por critérios demográficos. Dois Estados para dois povos.

O antigo antissemitismo saiu de moda após o mundo ter descoberto o Holocausto. Foi substituído por uma nova forma de discriminação: o antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida. Uma verdadeira aberração.

3 comentários:

Tania disse...

Prezado Lottenberg,
Não sei sua idade, mas seu texto parece, ou um texto escrito por um garoto de primeiras letras, ou alguém sofrendo de senilidade avançada.
Seu grande argumento é: se eu quero, eu faço. Sim, desde que não incomode os demais. Se quer chamar seu país de Sion Astral, de Herança de Abraão, e seu congresso aceitar, ninguém impede.
Agora voc~e não pode chegar a uma terra normalmente habitada por milhões de pessoas e dizer: eu quero ficar aqui, vocês se retirem. E explica: eu li num livro que meus antepassados antes viviam aqui!
E a troco de que santo, interessa a alguém que seus antepassados tenham morado ali ou na Lua? Não moram mais. Quem vai ao ar, perdeu o lugar. Nunca ouviu isso em sua infância?
Tenho amigos judeus que muito estimo e admiro, mas nenhum diz essas infantilidades irresponsáveis. E, se você quer saber, nossa terra de origem, de todos nós, não é a Palestina, mas o Centro da África. Lá perdemos os pelos e passamos a andar em dois pés. Nosso lar, de todos os 8 bilhões de humanos seria, pois o centro da África. Será que caberíamos todos?
Ah, sei, você acha que somos originados de um bonequinho de barro... Mas segundo pesquisas arqueológicos, isso teria ocorrido em outro lugar, ao norte da Turquia, parece. E Abraão viveu em Ur, no Iraque. E Moisés, no monte Sinai entregou as tábuas da lei, para que os judeus e todos os povos a rspeitasse. Entre seus princípios estavam: não matarás, não roubarás...
Não roubarás a terra do teu irmão; Não matarás o filho do teu irmão. O contrário é imitar Caim, que matou Abel por inveja.
Você não é muito bom em temas bíblicos, não é mesmo?
Peça que alguém lhe ajude.
Tania Jamardo Faillace - jornalista e escritora de Porto Alegre, RS taniajfaillace@gmail.com

Lucy Barbosa - Lua disse...

Um saldo positivo ao menos para mim , ė que para entender todas as leituras feitas sobre este conflito , todas as suas matizes ,e não ser leviana em minhas considerações , fui pesquisar . Me debrucei a fundo sobre estas questões históricas. Não queria ter uma resposta emocional ! E decididamente ela não compactua com a sua leitura , com a sua pilula dourada e indigesta .

Anônimo disse...

Judeus Antissionistas: Claudio Lottenberg mente

http://www.orientemidia.org/judeus-antissionistas-claudio-lottenberg-mente/