FOLHA DE SP - 13/06
BRASÍLIA - A presidente da República do Brasil, anfitriã de um dos maiores espetáculos do planeta, a Copa do Mundo, ficou praticamente anônima na abertura oficial dos jogos. Nem discurso, nem o protocolar "considero aberta..." e nem mesmo acenozinhos básicos para o público, desses de estadistas.
É bem verdade que vaias a chefes de Estado não são incomuns, nem um bicho de sete cabeças. Mesmo as melhores famílias e os mais populares presidentes estão sujeitos a uma vaia, especialmente em jogos.
Por isso, por pudor ou pelos palavrões, as transmissões ao vivo relevaram os gritos contra Dilma e a Fifa. Mas não deu para esconder que a presidente foi trocada pelas simpáticas pombas brancas da paz.
Paz, aliás, quebrada fora do estádios em São Paulo e, por exemplo, em Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio. A polícia, aparentemente, foi profissional: sem excessos, mas firme.
Quanto ao espetáculo de abertura, pareceu ok, nada além disso. Havia espaço demais e gente de menos, causando uma sensação assim: cadê a exuberância do sambódromo? Ainda bem que Cláudia Leite, tão esnobada na internet, estava linda, alegre e, apesar de loura, bem brasileira. Não ficou um pingo a dever a Jennifer Lopez, ao contrário.
Quanto ao jogo de estréia, nem o mais chato militante anti-Copa poderia imaginar que o primeiro gol seria um gol contra --e contra o Brasil. Coitado do Marcelo, vai ser eternamente lembrado por isso. E o segundo gol brasileiro? Fala sério, o pênalti foi no mínimo polêmico. Para um leigo, o Fred caiu de maduro.
Mas, quer saber? Apesar desses detalhes, a bola está rolando no campo, o Brasil enfim entrou no clima e a Copa tem tudo para dar certo. Não será exatamente a "Copa das Copas" que Dilma alardeava, mas mais uma Copa decente e animada.
Ah, e que golaços os do Neymar e o do super Oscar fechando o placar, hein? O que o povo quer mesmo é ver belos gols do Brasil. E viu.
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