O GLOBO - 06/04
O tró-ló-ló da reforma tributária
A reforma tributária é música aos ouvidos dos empresários. Mas a experiência demonstra que ela é de difícil realização. Os governos Fernando Henrique (PSDB) e Lula (PT) fracassaram. As reformas multidimensionais criam, para seus idealizadores e negociadores, tantas situações diferentes para operar que geram incertezas quanto ao resultado final. Isso provoca a aversão ao risco dos governos federal e estaduais. Todos temem perder receitas. Essas dúvidas produzem uma maioria com poder de veto. Os especialistas, face a essa realidade, avaliam que o mais realista é propor reformas fatiadas. E essas não são fáceis de aprovar, como no caso da unificação do ICMs.
“Os projetos do governo querem uma alíquota unificada, como se fôssemos iguais. As políticas de incentivos existem para compensar dificuldades competitivas”
Marconi Perillo, governador de Goiás (PSDB), que liderou marcha contra mudanças no ICMs em 2013
Uma história de fragmentação
A tributação do ICMs no destino está parada no Congresso. O trabalho "Regime tributário do ICMs e a competição dos estados (2006)", de G. Baratto, mostra que eram 151 os deputados dos estados que ganhariam e 235 dos que perderiam.
Volta, Serra
Os tucanos ligados ao ex-governador José Serra passaram a defender seu nome para vice de Aécio Neves. Argumentam que ninguém melhor do que ele representa São Paulo. No DEM há simpatia por essa solução. Alegam que o partido quer a vice, mas a escolha de Serra não os deixaria melindrados. Os aecistas garantem que o tema não está na pauta.
Fim do prazo
Os tucanos estão na expectativa de fechar aliança para apoiar o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, para o governo do Ceará. Contam que seu candidato ao Senado, Tasso Jereissati, relatou que Eunício teria dito ao ex-presidente Lula que seu prazo era 4 de maio e que, depois disso, se sentia liberado para buscar outra aliança.
A resistência ao cerco
Os aliados de Aécio Neves sustentam que o vice só será escolhido após a aliança fechar. Dizem que a vaga pode ser usada para ampliar a aliança. E justificam: na base do governo Dilma uns pedem "Volta, Lula", outros podem ir para a oposição.
Operação abafa
Os petistas apostam que, depois do Encontro Nacional do PT, perderá substância o "Volta, Lula". Eles garantem que o movimento tinha apoio residual no partido e que ele vinha de fora para enfraquecer a candidatura da presidente Dilma.
Forasteiro?
O PSDB mineiro começou o bombardeio contra o candidato do PMDB ao Senado, Josué Gomes da Silva. O acusam de ser vice da Fiesp e de residir na Avenida Paulista. E afirmam que ele não tem a mineiridade do pai, o falecido José Alencar.
DESDE A REDEMOCRATIZAÇÃO, o apoio político da família Sarney e sua participação no governo só foram rejeitados numa gestão, a de Fernando Collor.
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