FOLHA DE SP - 11/05
Em declarações recentes, Dilma afirma que vai insistir na direção que deu ao seu governo, apesar dos pífios resultados econômicos
O Brasil não vai explodir em 2015, vai "bombar", declarou a presidente na semana que passou.
O sentido e os termos extravagantes da previsão importam bem menos do que mais essa reafirmação de que Dilma Rousseff (PT) tem poucas dúvidas sobre o rumo que deu ao país, apesar dos resultados sofríveis de seu governo e das perspectivas pouco animadoras.
Desde o pronunciamento do 1º de Maio, a petista tem feito promessas de manter políticas centrais de sua administração. Refuta correções de rumo. Em suma, deu indícios claros de que vai insistir em ações que reduzem a poupança do governo, alimentam a inflação e desestimulam investimentos.
Mais ainda, Dilma afirmou que não vê problemas em controlar ou manipular preços, como o de combustíveis e o de energia elétrica.
A presidente acredita ser possível segurar a inflação por meio desses expedientes artificiais e historicamente fracassados; não quer prejudicar os trabalhadores com redução da atividade econômica. Esse resultado adverso, no entanto, virá mais tarde e em intensidade maior se a política econômica não mudar rapidamente.
Pelo menos em público, a petista diz que a insegurança econômica do eleitorado é em grande parte reflexo de campanhas negativas. Onde há desempenho ruim, ela vê, ou ao menos é o que sugere, uma fase de incubação do sucesso.
Por exemplo, assevera que as obras de infraestrutura em breve ficarão prontas e eliminarão alguns dos principais fatores de insatisfação com serviços públicos. Quanto ao restante, seria só alegria, por assim dizer: a renda sobe, o desemprego é historicamente baixo e há mais benefícios sociais.
Longe da retórica presidencial, contudo, diminui a probabilidade de que a economia brasileira desabroche. A confiança de empresários e consumidores decresce faz quase dois anos e cai aos níveis de 2009, após a crise mundial.
A arrecadação de impostos federais sobe devagar, retida pelo ritmo fraco do PIB e pela seca de outras fontes de aceleração da receita, como a formalização da economia.
Com menos impostos, torna-se impossível ou irresponsável manter o progresso de programas sociais. Consumidores e empresários inseguros solapam a alta do investimento produtivo. Intervenções equivocadas do governo na economia provocam desordem e desânimo adicionais no setor privado.
Este é o Brasil real: não é explosivo, mas em nada se assemelha ao país "bombado" da presidente. Não se espera que um governante em campanha reconheça seus fracassos. Porém, não apresentar caminhos para uma transição transparece alheamento da realidade.
O sentido e os termos extravagantes da previsão importam bem menos do que mais essa reafirmação de que Dilma Rousseff (PT) tem poucas dúvidas sobre o rumo que deu ao país, apesar dos resultados sofríveis de seu governo e das perspectivas pouco animadoras.
Desde o pronunciamento do 1º de Maio, a petista tem feito promessas de manter políticas centrais de sua administração. Refuta correções de rumo. Em suma, deu indícios claros de que vai insistir em ações que reduzem a poupança do governo, alimentam a inflação e desestimulam investimentos.
Mais ainda, Dilma afirmou que não vê problemas em controlar ou manipular preços, como o de combustíveis e o de energia elétrica.
A presidente acredita ser possível segurar a inflação por meio desses expedientes artificiais e historicamente fracassados; não quer prejudicar os trabalhadores com redução da atividade econômica. Esse resultado adverso, no entanto, virá mais tarde e em intensidade maior se a política econômica não mudar rapidamente.
Pelo menos em público, a petista diz que a insegurança econômica do eleitorado é em grande parte reflexo de campanhas negativas. Onde há desempenho ruim, ela vê, ou ao menos é o que sugere, uma fase de incubação do sucesso.
Por exemplo, assevera que as obras de infraestrutura em breve ficarão prontas e eliminarão alguns dos principais fatores de insatisfação com serviços públicos. Quanto ao restante, seria só alegria, por assim dizer: a renda sobe, o desemprego é historicamente baixo e há mais benefícios sociais.
Longe da retórica presidencial, contudo, diminui a probabilidade de que a economia brasileira desabroche. A confiança de empresários e consumidores decresce faz quase dois anos e cai aos níveis de 2009, após a crise mundial.
A arrecadação de impostos federais sobe devagar, retida pelo ritmo fraco do PIB e pela seca de outras fontes de aceleração da receita, como a formalização da economia.
Com menos impostos, torna-se impossível ou irresponsável manter o progresso de programas sociais. Consumidores e empresários inseguros solapam a alta do investimento produtivo. Intervenções equivocadas do governo na economia provocam desordem e desânimo adicionais no setor privado.
Este é o Brasil real: não é explosivo, mas em nada se assemelha ao país "bombado" da presidente. Não se espera que um governante em campanha reconheça seus fracassos. Porém, não apresentar caminhos para uma transição transparece alheamento da realidade.
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