CORREIO BRAZILIENSE - 05/05
O governo Dilma Rousseff deverá deixar como principal marca a promoção de diversos "experimentos" temerários no campo da economia. Esses experimentos de intervenção direta, feitos em diferentes setores, de maneira mais acentuada nos últimos dois anos, em particular, nas empresas estatais, estão provocando enormes estragos e desestabilizando a economia brasileira. Observa-se, no conjunto, que essas decisões equivocadas têm como objetivo final os interesses eleitorais da mandatária, em busca da reeleição.
A experiência mais emblemática de intervenção do Estado na economia foi a imposição aos bancos para baixar as taxas de juros, obrigando as instituições públicas a expandirem suas receitas, de forma descontrolada e sem critérios, na concessão de créditos. Os efeitos negativos dessas medidas intempestivas já repercutiram nos balanços de 2013 e vão continuar repercutindo nos próximos, em termos de aumento do nível de inadimplência do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Torna-se relevante alertar que os custos dessas "experiências" nas principais empresas estatais, por meio de preços administrados, estão contribuindo para represar e distorcer os preços relativos na economia. Quando ocorrer a recomposição desses preços, eles irão refletir no aumento da inflação. Estima-se que o custo na conta do governo, conforme estudo recente da consultoria A.C. Pastore & Associados, para evitar o aumento de um ponto porcentual na inflação pode chegar a R$ 34 bilhões em 2014.
A recusa do governo de aumentar no nível adequado os preços administrados - em especial os da gasolina, da energia elétrica e, de forma indireta, oa dos transportes públicos - está perturbando o ambiente de negócios do país, gerando enormes inquietações no mercado e elevando o descrédito do governo na gestão da política fiscal. A decisão de proibir a Petrobras, em março de 2012, de reajustar os preços da gasolina, já defasados desde 2009, refletiu negativamente no caixa da empresa, aumentando seu endividamento e reduzindo sua capacidade de investir. A incerteza gerada pela contenção no preço da gasolina, por sua vez, inibiu novos investimentos no setor de etanol.
A promessa de redução da conta de energia elétrica feita pela presidente vai exigir uma ajuda às distribuidoras no valor de R$ 21 bilhões, sendo R$ 13 bilhões oriundos do Tesouro Nacional e os R$ 8 bilhões restantes de uma dívida emitida em nome da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que tem como fonte de financiamento bancos públicos e privados. Deve-se destacar que essa atípica operação de empréstimo para a CCEE, diante da falta de garantias, dificilmente encontrará banco privado disposto a concedê-lo, o que deverá recair mais uma vez numa instituição pública. Trata-se de mais uma manobra de ajuste nas contas, conhecida como "contabilidade criativa".
O preço da adoção dessas "experiências" foi muito elevado para a Petrobras, a Eletrobras e o Banco do Brasil. Essas três empresas valiam R$ R$ 496,3 bilhões no fim de 2010, conforme estudo recente divulgado pela Consultoria Economática. Elas perderam, em 39 meses de governo Dilma, em valor de mercado, R$ 262,1 bilhões, ou seja, uma queda de 52,8% dos seus valores. A Petrobras valia R$ 380,2 bilhões no fim de 2010; em meados de março, estava valendo R$ 169,9 bilhões (55,3% de seu valor). Na Eletrobras, do setor de energia, que valia R$ 26,2 bilhões, teve o seu valor reduzido para R$ 8,5 bilhões (recuo de 67,5%). O valor de mercado do Banco do Brasil encolheu de R$ 89,8 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 55,6 bilhões em meados de março de 2014.
Deve-se ressaltar, por fim, que a alta da inflação dos preços administrados em 2013 foi de apenas 1,5%, enquanto a dos preços livres chegou a 7,3%. Apesar do controle de preços, a inflação não perdeu o fôlego, o que vem obrigando o Banco Central a continuar com o ciclo de elevação de juros. Assim, a "experiência" do governo em administrar os preços controlados (combustíveis, energia elétrica, e indiretamente, transportes públicos) são decisões equivocadas, pois quanto mais tempo levar para o rompimento desse represamento, maiores serão os riscos de graves danos no controle da inflação, e por consequência, na vida da população brasileira.
A experiência mais emblemática de intervenção do Estado na economia foi a imposição aos bancos para baixar as taxas de juros, obrigando as instituições públicas a expandirem suas receitas, de forma descontrolada e sem critérios, na concessão de créditos. Os efeitos negativos dessas medidas intempestivas já repercutiram nos balanços de 2013 e vão continuar repercutindo nos próximos, em termos de aumento do nível de inadimplência do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Torna-se relevante alertar que os custos dessas "experiências" nas principais empresas estatais, por meio de preços administrados, estão contribuindo para represar e distorcer os preços relativos na economia. Quando ocorrer a recomposição desses preços, eles irão refletir no aumento da inflação. Estima-se que o custo na conta do governo, conforme estudo recente da consultoria A.C. Pastore & Associados, para evitar o aumento de um ponto porcentual na inflação pode chegar a R$ 34 bilhões em 2014.
A recusa do governo de aumentar no nível adequado os preços administrados - em especial os da gasolina, da energia elétrica e, de forma indireta, oa dos transportes públicos - está perturbando o ambiente de negócios do país, gerando enormes inquietações no mercado e elevando o descrédito do governo na gestão da política fiscal. A decisão de proibir a Petrobras, em março de 2012, de reajustar os preços da gasolina, já defasados desde 2009, refletiu negativamente no caixa da empresa, aumentando seu endividamento e reduzindo sua capacidade de investir. A incerteza gerada pela contenção no preço da gasolina, por sua vez, inibiu novos investimentos no setor de etanol.
A promessa de redução da conta de energia elétrica feita pela presidente vai exigir uma ajuda às distribuidoras no valor de R$ 21 bilhões, sendo R$ 13 bilhões oriundos do Tesouro Nacional e os R$ 8 bilhões restantes de uma dívida emitida em nome da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que tem como fonte de financiamento bancos públicos e privados. Deve-se destacar que essa atípica operação de empréstimo para a CCEE, diante da falta de garantias, dificilmente encontrará banco privado disposto a concedê-lo, o que deverá recair mais uma vez numa instituição pública. Trata-se de mais uma manobra de ajuste nas contas, conhecida como "contabilidade criativa".
O preço da adoção dessas "experiências" foi muito elevado para a Petrobras, a Eletrobras e o Banco do Brasil. Essas três empresas valiam R$ R$ 496,3 bilhões no fim de 2010, conforme estudo recente divulgado pela Consultoria Economática. Elas perderam, em 39 meses de governo Dilma, em valor de mercado, R$ 262,1 bilhões, ou seja, uma queda de 52,8% dos seus valores. A Petrobras valia R$ 380,2 bilhões no fim de 2010; em meados de março, estava valendo R$ 169,9 bilhões (55,3% de seu valor). Na Eletrobras, do setor de energia, que valia R$ 26,2 bilhões, teve o seu valor reduzido para R$ 8,5 bilhões (recuo de 67,5%). O valor de mercado do Banco do Brasil encolheu de R$ 89,8 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 55,6 bilhões em meados de março de 2014.
Deve-se ressaltar, por fim, que a alta da inflação dos preços administrados em 2013 foi de apenas 1,5%, enquanto a dos preços livres chegou a 7,3%. Apesar do controle de preços, a inflação não perdeu o fôlego, o que vem obrigando o Banco Central a continuar com o ciclo de elevação de juros. Assim, a "experiência" do governo em administrar os preços controlados (combustíveis, energia elétrica, e indiretamente, transportes públicos) são decisões equivocadas, pois quanto mais tempo levar para o rompimento desse represamento, maiores serão os riscos de graves danos no controle da inflação, e por consequência, na vida da população brasileira.
Um comentário:
Obrigado pela postagem do meu artigo no seu conceituado Blog, Murilo. Abraços, Prof. José Matias-Pereira
Postar um comentário