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Acordei brabo hoje! Que País de m... é isto? Falamos, falamos, inclusive este que escreve, mas não tomamos atitude nehuma. Viramos todos covardes! Não somos exemplo para ninguém. Muito menos para os nossos descendentes. Somos uma vergonha para os antepassados! Sou o primeiro da fila para me incluir.
Nós que não fazemos parte do contingente de analfabetos funcionais, mais de 55 milhões, em idade adulta, acovardamos. Falamos, falamos, falamos... em redes sociais, em roda de amigos, nos blogs como eu faço, mas não tomamos atitudes!
Sim, estou é puto comigo! Infelizmente, estou no meio desta turma, a nossa, que falamos o que seria bom para o País, mas não tomamos atitudes. Nós sabemos achar o vilão da história. Elegemos que serão os políticos o nosso alvo. Mas assim não vai dar! Eles, políticos, nem estão aí. Eles vendem até a alma para poderem se reeleger! Mas, os culpados de eles estarem no poder, somos nós, os eleitores, os pseudos elites. Não me excluo, deste contingente de pessoas. Não, não me excluo. Sou igualzinho a todos que estou a referir.
Que País de m... esta? Deixamos a quadrilha de arrombadores de cofres públicos tomarem a conta do País. Eles estão agindo, não mais na calada da madrugada, mas no pleno luz do dia! Do QG da Papuda! E ninguém toma atitude! Os poucos que tomam, são marcados! Conheço alguns destes baluartes! São homens dignos e corajosos que excluo-os da minha lista, da lista que faço parte! Tenho vergonha, perante estes, a minha condição de inércia. Não tenho contribuído nada para a mudança!
Creio, o País é uma m... porque sou uma m... ! Sou covarde, como tanto quanto outros, formadores de opinião, do pseudo elite, da pseuda burguesia. Pior, sou mais um, desses que criticam o "status quo", mas nada faço de concreto para promover a mudança. Fico, como se fosse intelectual, atrás do PC (leia-se computador), escrevendo. Escrevendo, acho que mais para desintoxicar o meu fígado, do que para mudar o País.
Poxa! Lutei, embora não clandestinamente, para redemocratização do País, nos tempos de chumbo, do regime militar. E eu estou cá, inerte, no conforto do ar condicionado, escrevendo... escrevendo. Letras vis, letras mortas, que nada servem. Letras pronunciados por um mudo, que sou eu, para uma platéia de silêncio, que são os alienados. Somos os guerrilheiros do ar condicionado! Só me resta rir, de mim próprio, da minha condição de covarde!
Este ano é decisivo para o futuro da minha pátria, que imagino seja pátria de vocês, também. Propugno a mudança. Coloco algumas idéias, mas fico nisso. Como se minha missão tivesse terminado. Como querer lavar a alma, lavando as mãos com algumas linhas de pensamentos. Sim, sou mais um covarde! Até quando vou ficar escondendo os meus culhões? Não, não pode ser por muito tempo. Preciso honrar o que está debaixo das minhas calças!
Vamos à luta, vamos! Vem comigo, vem?
PS: Culhões: sentido figurado de coragem.
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