FOLHA DE SP - 03/12
Setor óptico crescerá em 2013 menos que a projeção inicial
O mercado de óculos e lentes deverá fechar 2013 com um crescimento de 20% em comparação a 2012, cinco pontos abaixo da projeção feita no início deste ano, diz a Abióptica (associação brasileira do setor).
O faturamento do segmento atingirá cerca de R$ 23,3 bilhões neste ano --foram R$ 19,5 bilhões em 2012.
Os protestos que ocorreram no meio deste ano e que reduziram as vendas em algumas capitais são uma das causas para a evolução menor, afirma Bento Alcoforado, presidente da entidade.
A desaceleração no consumo causada por fatores econômicos também influenciou, segundo o executivo.
"Depois das manifestações, ainda vieram outras más notícias, como a queda de popularidade da presidente [Dilma Rousseff] e os temores com a inflação", diz.
"Não fossem esses cenários, teríamos avançado 25%. Ainda assim, será um crescimento muito substancial."
Para 2014, o setor retoma a projeção de progredir 25%.
"Os óculos, cada vez mais, são vistos como um produto de moda. Além disso, o número de brasileiros que precisam de correção visual, mas que ainda não usam óculos, é muito grande."
Hoje, 78% são de produtos importados. A meta da entidade é reduzir a dependência externa a 50%, em um prazo de oito a dez anos.
"Estamos mapeando toda a cadeia para debater as carências do setor e fazer com que o crescimento [do produto nacional] seja possível."
TÍQUETE MENOR
O consumidor reduziu em cerca de 15% o gasto médio em óculos neste ano em relação a 2012, de acordo com a rede Óticas do Povo.
"Atuamos com bastante força nas classes C e D e houve uma queda no tíquete médio", diz o presidente, Manoel Carlos Pessanha.
Além da piora do cenário econômico, o aumento da concorrência resultou em corte de preços, afirma o empresário.
O valor desembolsado por consumidor, que era de aproximadamente R$ 365 em 2012, passou para cerca de R$ 310 neste ano, segundo Pessanha.
Apesar desse recuo, a rede deverá faturar 15% a mais neste ano. "A alta será garantida pelo aumento no número de clientes", diz.
Com sede no Rio e presença em mais quatro Estados --São Paulo, Santa Catarina, Espírito Santo e Minas Gerais--, o grupo abriu seis novas lojas em 2013. Em 2014, planeja entrar no Rio Grande do Sul.
103
é o número de lojas próprias da rede, que não tem franquias
15%
é o crescimento estimado no faturamento do grupo em 2013
950
é o total de funcionários
ABERTURA ADIADA
Trinta novas lojas que seriam abertas pela rede Óticas Carol ainda neste ano ficarão para 2014 por causa do atraso na emissão de documentos, de acordo com Ronaldo Pereira Junior, CEO da companhia.
"Também há alguns casos de shopping centers que não serão entregues na data prevista", afirma.
A inauguração de 180 novas lojas neste ano deverá puxar para cima o faturamento em aproximadamente 39% em relação a 2012.
"Se compararmos com a mesma base do ano passado, sem incluir as novas unidades, o aumento será de 12,7%", diz Pereira Junior.
R$ 440 MILHÕES
é a previsão de faturamento da companhia neste ano, alta de 39% em relação a 2012
640
é o total de lojas da rede
BRASILEIRO COM PÉ NO BREQUE
Quase sete em cada dez consumidores brasileiros planejam reduzir suas despesas nos próximos 12 meses, segundo pesquisa do BCG (Boston Consulting Group).
É o percentual mais elevado quando comparado a outros dois mercados emergentes --China e Índia.
No Brasil, 66% dos entrevistados disseram que vão gastar menos em relação ao que desembolsaram nos últimos 12 meses. Na Índia, esse percentual caiu para 49% e na China, para 33%.
Os brasileiros também estão entre os que menos afirmam se sentir financeiramente seguros: 31% dos ouvidos no estudo.
O percentual sobe para 60% dos entrevistados na China e 73% na Índia.
"É um sentimento de curto prazo ligado ao nível de endividamento [dos consumidores brasileiros]", diz Rim Abida, diretora do BCG.
"Quanto ao médio e ao longo prazo, no entanto, há um mercado de consumo que continuará a crescer e passará dos atuais R$ 2,9 trilhões para R$ 3,5 trilhões em 2020."
Foram entrevistadas 7.000 pessoas nas três localidades.
JANTAR DE NOEL
Porto Alegre tem a cesta de Natal mais cara entre as cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, segundo estudo da Ecobenefícios, que pesquisou 31 produtos em 11 supermercados.
O custo da cesta na capital gaúcha é 5% superior ao da de São Paulo, a mais econômica. Belo Horizonte aparece como a segunda mais cara.
Em Porto Alegre, os preços variaram até 10% --uma diferença de R$ 23,90.
"As carnes e as frutas secas e cristalizadas contribuíram para o encarecimento da ceia neste ano", diz Anajara Moraes, responsável pelo estudo.
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