ZERO HORA - 25/11
O Brasil possui uma das mais altas taxas de renovação dos parlamentos entre as democracias do mundo. A cada legislatura, o percentual de novos parlamentares costuma ficar em torno de 50% _ o que evidencia uma alternância saudável. Significa que, de quatro em quatro anos, os eleitores utilizam o voto para aprovar ou reprovar os seus representantes, excluindo-se, obviamente, aqueles que optam por não se candidatar à reeleição. O que intriga nesse processo é a permanência em algumas assembleias de representantes, especialmente no Congresso Nacional, de vícios e deficiências identificados pelos eleitores nos parlamentares excluídos. Fica a impressão de que o povo consegue afastar os maus representantes, mas não consegue extirpar da organização a cultura da inoperância e os desvios éticos.
Por que isso acontece? Uma das respostas é a falta de hábito do eleitor brasileiro de fiscalizar governantes e parlamentares durante todo o mandato. Invariavelmente, os cidadãos só se preocupam e se informam sobre os políticos durante as campanhas eleitorais, ou na véspera dos pleitos. Prova disso é a já foclórica falta de memória do eleitor em relação ao seus escolhidos nas urnas. Seria mais saudável para o nosso processo político que os cidadãos não só anotassem o nome do candidato sufragado, como também se preocupassem em acompanhá-lo ao longo do mandato, de preferência mantendo algum tipo de comunicação com ele.
Assim, ficaria mais fácil para o eleitorado fazer uma renovação criteriosa no Executivo e no Legislativo. Cidadãos bem informados são menos suscetível às influências das campanhas eleitorais e conseguem tomar decisões mais adequada aos interesses coletivos. E esse cuidado certamente ajudaria a livrar nossas instituições de mazelas arraigadas, que resistem à alternância de nomes.
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