sábado, agosto 10, 2013

O sonho e a realidade - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 10/08
A candidatura de Marina Silva está por um fio. Seus aliados jogaram a toalha. Não creem mais na criação da Rede. A data limite, fixada pelo partido, para garantir a burocracia, se encerrará na quinta-feira. Nem a metade das assinaturas foram certificadas. As portas do PV estão fechadas e seu principal aliado, Fernando Gabeira, se retirou da política. Sondado, o PPS está à espera de José Serra.
A mudança de eixo dos tucanos
Desde o fim do mandato do ex-presidente FH que os tucanos penam, junto aos eleitores, suspeitos de descaso com as políticas sociais. Mas agora, os estrategistas políticos do candidato do PSDB, Aécio Neves, sustentam que há “mudança de enfoque em relação às eleições de 2010”. Esta foi detectada em pesquisa Sensus, aplicada em São Paulo, Rio e Minas. Nela, “50% (dos entrevistados) priorizam o desenvolvimento do país e 20% acham ser mais importante a continuidade da distribuição de renda”. Quanto à área social, a pesquisa conclui: “80% acham que os programas sociais deveriam ser melhores fiscalizados ou reformulados”. Para o PSDB a realidade mudou.

 “Não posso fazer uma proposta baseada no que eu acho. Tenho que sugerir mudanças que tenham o apoio da maioria

Alfredo Sirkis 
Deputado (PV-RJ), relator informal do grupo de trabalho da Câmara para a reforma política


O império tecnocrata
Está na conta do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Ivo Corrêa, o alto número de vetos a projetos. Muitos negociados entre Planalto e senadores mas que, na hora de assinar, acabam rejeitados com explicações técnicas.
Vou de táxi
A presidente Dilma sinalizou ao Congresso que não vai aceitar goela abaixo a derrubada de todos os seus vetos. O ministro Luís Inácio Adams (AGU) está armado para acionar o STF na maioria dos casos. O único veto que está sendo negociado entre Planalto e Congresso para se tentar evitar a judicialização é a herança da concessão de táxis.
Guerra nos pampas
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), que se desfiliou do PT na década de 90 por bater de frente com Tarso Genro, avisou ao seu partido que se licenciará se o PDT apoiar a reeleição do petista ao governo do Rio Grande do Sul.
Pé na estrada
Com a agenda focada no Rio, São Paulo, Ceará e Pernambuco nos dois primeiros anos de governo, a presidente Dilma foi aconselhada a visitar ao menos uma vez os estados em que nunca esteve: Mato Grosso, Roraima, Acre, Amapá e Espírito Santo. E deverá repetir compromissos em lugares onde foi uma ou duas vezes, como Tocantins, Amazonas, Paraíba e Santa Catarina.
Visibilidade
Os pré-candidatos do PSDB ao governo mineiro vão fazer agenda conjunta de viagens. Nenhum desponta nas pesquisas. Pimenta da Veiga, Nárcio Rodrigues, Marcus Pestana, Diniz Pinheiro e Alberto Pinto Coelho querem ser conhecidos.
Mudança de rota
A presidente Dilma antecipou para quinta-feira à tarde a viagem ao Rio Grande do Sul. Pediu ao seu piloto, o brigadeiro Joseli Parente, mapas meteorológicos e viu que a previsão no Sul na sexta-feira pela manhã era de tempestade.
Para não dar entrevista em seu apartamento, ontem, em Porto Alegre, a presidente Dilma transformou o salão de festas do prédio num gabinete.

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