FOLHA DE SP - 01/06
BRASÍLIA - O PSDB entra na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014 de maneira inédita em sua história.
Pela primeira vez os tucanos terão um candidato que não é de São Paulo nem fez carreira nesse Estado. Sempre prevaleceram os políticos paulistas: Mário Covas (1989), FHC (1994 e 1998), José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006).
Covas disputou no sacrifício em 1989, com um partido criado no ano anterior. FHC (nascido no Rio, mas com carreira em São Paulo) surfou no Plano Real e na máquina federal. Daí para a frente, houve uma luta intensa entre as diversas seções regionais do PSDB. Os paulistas prevaleceram, embora sempre chegando depauperados para a disputa.
Em 2002, Serra entrou para valer no páreo só no ano da eleição. Tinha fortes adversários internos, como Paulo Renato e Tasso Jereissati. Aécio Neves também jogava contra. E o governo FHC estava atolado em baixa popularidade.
Em 2006, Alckmin só virou candidato de fato em abril. Não teve a ajuda dos tucanos quando no Nordeste corria solto o boato de que o PSDB iria acabar com o Bolsa Família. O partido estava completamente rachado.
Em 2009, Serra e Aécio disputaram palmo a palmo a vaga de candidato. Quando o cenário pendeu para Serra, já em 2010, o PSDB de novo estava fragmentado e sem coesão.
Desta vez, o mineiro Aécio Neves terá o que ninguém teve no passado dentro da legenda pós-FHC. Está com a máquina nacional do partido na mão. Usou quase sozinho o tempo de TV e de rádio do PSDB em maio. Fez como quis a propaganda, na qual foi a estrela maior.
Faltam ainda os acertos regionais, alianças locais e um discurso mais atraente. E o mais importante de tudo: os eleitores dispostos a mudar o comando do país. Não é fácil, embora Aécio esteja nesta largada melhor do que o PSDB esteve nas últimas três eleições.
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