ZERO HORA - 06/11
Não sei se isso acontece com meus leitores, mas comigo é o que ocorre: em levantamento que fiz, a maioria esmagadora das ótimas coisas que aufiro e dos péssimos danos que sofro é por culpa minha, da minha exclusiva responsabilidade.
Por exemplo, uma grande alegria se apossou de mim ontem quando li na página 2 de Zero Hora o resultado do levantamento do nosso call center sobre a preferência dos nossos leitores no fim de semana passado: fiquei em primeiro lugar, com 25,4%, na frente das matérias “Novidades do verão” e “Feriadão de tempo aberto nas praias”. Elas com 16,9% e 15,3%, respectivamente.
Fui eu que consegui esse feito.
Já sobre os danos que sofro, cuidem como são da minha responsabilidade exclusiva: tive câncer na rinofaringe porque fumo. Se não fumasse, não teria adquirido a doença.
Ou seja, os males que me afetam são da minha culpa, são relativos aos meus erros de escolha.
Fui eu quem escolheu as minhas duas mulheres, queria o quê?
Estou tentando trocar ideias com meus leitores e leitoras. Quero chegar à conclusão de que colhemos exatamente o que plantamos.
Entre os meus grandes danos, existe a tontura terrível que sinto e que me tirou a alegria de viver.
Examino atentamente os passos da minha tontura incapacitante e não encontro responsabilidade minha nessa tontura. Ela é fruto das minhas circunstâncias, do meu genoma, da minha vocação fisiológica. Eis aí um grande sofrimento meu sobre o qual não tenho qualquer responsabilidade. Ou pelo menos não a percebo.
Por motivos da minha privacidade, não posso dizer o que me aconteceu recentemente e que me abalou profundamente. Mas foi por culpa exclusiva minha, fui eu que descuidei, fui eu que estava avisado de que aquele meu proceder poderia me levar à catástrofe a que me levou e insisti no erro, é claro que em busca do lazer prazeroso, mas eu rocei o abismo e acabei caindo no despenhadeiro.
O que quero demonstrar, não sei se com acerto, é que quase tudo que nos acontece de bom ou de ruim tem a nossa marca. O acaso, a sorte, o azar, esses são os menos importantes protagonistas do nosso destino, nós somos os maiores responsáveis pelos desígnios da vida que levamos.
A finalidade desta coluna é inculcar nos meus leitores que não tem erro, é bater e valer: aqui se faz e aqui se paga, ou aqui se faz, aqui se recebe.
Porque é bom saber que nós podemos construir os nossos destinos. Não é bem assim, mas eu tenho visto que é bem assim.
E, dentro desse quadro, a melhor visão que tenho, o maior sentimento que nutro é o de que tenho conseguido fazer bastantes amigos nos últimos tempos.
Tenho amigos que me adoram, adoram estar comigo, adoram conversar comigo, adoram me ler, adoram que eu participe de suas dores e alegrias, que eles me põem a par de como elas lhes ocorrem.
Tenho amigos, isso é a minha maior felicidade.
E, agora, ao lerem isso, eles vão perceber nitidamente que estão incluídos neste meu rol.
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