FOLHA DE SP - 18/10
O eixo principal dos planos de governo dos dois candidatos é a necessidade de reequilibrar a cidade. São Paulo correu para todos os lados, com seu crescimento histórico atabalhoado, mas concentrou empregos e infraestrutura num raio bem menor.
Para se ter uma ideia, os quatro distritos mais populosos da cidade --todos na periferia-- abrigam 20,4% dos moradores e só 6,3% dos empregos. Por outro lado, nas quatro regiões com mais empregos (49,7%) --todas no chamado centro expandido-- moram apenas 12,2% dos habitantes.
O resultado disso, claro, é um desvairado deslocamento interno, com metrô e ônibus lotados, trânsito pesado e muita perda de tempo. Em média, o paulistano leva 37,8 minutos para chegar ao trabalho --15% demoram mais de uma hora.
Serra e Haddad colocam como prioridade a adoção de medidas para tentar reorganizar esse caos, aproximando a moradia do emprego, e vice-versa. O tucano dá um pouco mais de ênfase à necessidade de adensar a região central por meio de políticas de reurbanização de áreas como a cracolândia e o Parque Dom Pedro 2º e de incentivo à construção de empreendimentos habitacionais. Já o petista joga mais fichas na geração de empregos e no desenvolvimento de áreas afastadas, no perímetro do que chama de "Arco do Futuro".
Com conceitos parecidos e diferenças pontuais aqui e ali, os dois também têm boas ideias para áreas como transporte e educação, entre outras. Pena que tudo isso fique perdido em meio a uma campanha que se resume a uma cansativa troca de ataques sobre temas como "kit anti-homofobia", mensalão e a promessa de cumprir o mandato até o fim.
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